sexta-feira, 25 de novembro de 2016

RURALISTAS ASSINAM O MASSACRE GUARANI KAIOWÁ

VALE A PENA PROCURAR O FLIME "MARTÍRIO" PARA DESCOBRIR A HISTÓRIA REAL DO MATO GROSSO DO SUL, DE MODO ESPECIAL A TOMADA DO 3,5 MILHÕES DE HECTARES DE TERRA DOS TERRITÓRIOS INDÍGENAS.  

O diretor de “Martírio” – filme sobre a realidade dos Guarani Kaiowá no Mato Grosso do Sul – diz em entrevista ao De Olho Nos Ruralistas que a bancada ruralista, o lobby ruralista e a Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul são os responsáveis diretos pelo massacre dos indígenas no estado.

Foto e Fonte: De Olho nos Ruralista.
A reportagem é de Luís Castilho e publicada por De Olho nos Ruralistas, 22-11-2016.
Criador do projeto Vídeo nas Aldeias, que forma cineastas indígenas desde os anos 80, Vincent Carelli afirma que isso fico claro no filme, no qual são retratadas sessões no Congresso, que ele define como farsa. “É um circo. Políticos que mal falam português, querem falar complicado, fazem um teatro, onde conseguem virar vítimas”.
Um dos exemplos desse teatro teria sido o Leilão da Resistência, realizado pela Famasul– com o apoio da bancada ruralista no Congresso – em 2013 para angariar recursos, entre os fazendeiros, para combater as retomadas indígenas. “O leilão tomou para si a resistência dos índios”.
Carelli também destaca o papel da grande imprensa na perpetuação do discurso ruralista. “Globo e Bandeirantes são ruralistas”, resume. “A imprensa no Brasil não existe mais. O jornalismo investigativo não existe mais, ele corre por fora. Para ser informado sobre temática indígena não adianta ler a mídia mainstream”.
Ele conta que resolveu fazer o filme exatamente no momento de acirramento desse discurso dos ruralistas, com a retomada das terras pelos indígenas e a “guerra declarada”. “Discurso na mídia é todo para incriminar os índios”, afirma. “Minha questão com o filme é recolocar as coisas em seu devido lugar”.
Por isso a retrospectiva histórica, de cem anos, desde a distribuição de terras à Companhia Matte Laranjeira até a situação atual, após o avanço da soja e dos canaviais. O saldo foi a expulsão dos indígenas de suas terras, que chegaram a ocupar 3,5 milhões de hectares.
Carelli diz que é mentira o discurso de que não há grilagem no Mato Grosso do Sul. Foram vários casos desde os anos 40. “Não é verdade que é tudo titulado bonitinho e cheirosinho”. E isto conforme documentos oficiais, enfatiza.
Ele atribui a gênese do problema atual às ações do marechal Cândido Rondon após a Guerra do Paraguai, “Muita gente que combateu ganhou terras como recompensa”.

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