segunda-feira, 30 de outubro de 2017

O CERRADO E A ÁGUA DE SUA CASA

MESMO SE ALGUÉM JÁ LEU ESTE ARTIGO, ESTA ENTREVISTA COM ALTAIR BARBOSA, VALE LER NOVAMENTE. TRATA-SE DE INFORMAÇÕES TÃO DECISIVAS PARA A VIDA E FUTURO DO CERRADO E DE TODAS AS REGIÕES E PESSOAS QUE DEPENDEM DELE, QUE NÃO PODEM SER ESQUECIDAS. E DESEJAR QUE SEJAM FONTE DE INICIATIVAS URGENTES..

Como as raízes do Cerrado levam água a torneiras de todas as regiões do Brasil

Chapada dos VeadeirosDireito de imagemNELSON YONEDA/ICMBIO
Image captionPlantas do cerrado atuam como uma imensa esponja, recarregando aquíferos que abastecem rios e reservatórios
O rio São Francisco está secando, haverá cada vez menos água em Brasília e a cidade de São Paulo terá de aprender a conviver com racionamentos.
O alerta é do arqueólogo e antropólogo baiano Altair Sales Barbosa, que há quase 50 anos estuda o papel do Cerrado na regulação de grandes rios da América do Sul.
Ele diz à BBC Brasil que a rápida destruição do bioma está golpeando um dos pilares do sistema: a gigantesca rede de raízes que atua como uma esponja, ajudando a recarregar os aquíferos que levam água a torneiras de todas as regiões do Brasil.
Formado em antropologia pela Universidade Católica do Chile, doutor em arqueologia pré-histórica pelo Museu de História Natural de Washington e professor aposentado da PUC-Goiás, Barbosa conta que a água que alimenta o São Francisco e as represas de São Paulo e Brasília vem de três grandes depósitos subterrâneos no Cerrado: os aquíferos Guarani, Urucuia e Bambuí.
Os aquíferos são reabastecidos pela chuva, mas dependem da vegetação para que a água chegue lá embaixo.
Barbosa afirma que muitas plantas do Cerrado têm só um terço de sua estrutura acima da superfície e, para sobreviver num ambiente com solo oligotrófico (pobre em nutrientes), desenvolveram raízes profundas e bastante ramificadas.
"Se você arrancar uma dessas plantas, vai contar milhares ou até milhões de raízes, e quando cortar uma raiz e levá-la ao microscópio, verá inúmeras outras minirraízes que se entrelaçam com as de outras plantas, formando uma espécie de esponja."
Esse complexo sistema radicular retém água e alimenta as plantas na estação seca. Graças a ele, as árvores do Cerrado não perdem as folhas mesmo nem mesmo no auge da estiagem - diferentemente do que ocorre entre as espécies do Semiárido, por exemplo.
Barbosa conta que, quando há excesso de água, as raízes agem como esponjas encharcadas, vertendo o líquido não absorvido para lençóis freáticos no fundo. Dos lençóis freáticos a água passa para os aquíferos.
O professor diz que essa dinâmica começou a ser afetada radicalmente nos anos 1970, com a expansão da pecuária e de grandes plantações de grãos e algodão pelo Cerrado.
A nova vegetação tem raízes curtas e não consegue transportar a água para o fundo.
Pior: entre a colheita e o replantio, as terras ficam nuas, fazendo com que a água da chuva evapore antes de penetrar o solo. Em alguns pontos do Cerrado, como no entorno de Brasília, o uso de água subterrânea para a irrigação prejudica ainda mais a recarga dos aquíferos.
Em fevereiro, Brasília começou a racionar água pela primeira vez na história - e meses antes do início da temporada seca.

Migração de nascentes

Conforme os aquíferos deixaram de ser plenamente recarregados, Barbosa diz que se acelerou na região um fenômeno conhecido como migração de nascentes.
Para explicar o processo, ele recorre à imagem de uma caixa d'água com vários furos. Quando diminui o nível da caixa d'água, o líquido deixa de jorrar dos furos superiores.
Com os aquíferos ocorre o mesmo: se o nível de água cai, nascentes em áreas mais elevadas secam.
Reserva Extrativista de Recanto das Araras de Terra RoncaDireito de imagemICMBIO
Image captionEspecialista afirma que, quando há excesso de água, as raízes agem como esponjas encharcadas
Ele diz ter presenciado o fenômeno num dos principais afluentes do São Francisco, o rio Grande, cuja nascente teria migrado quase 100 quilômetros a jusante desde 1970.
O mesmo se deu, segundo Barbosa, nos chapadões no oeste da Bahia e de Minas Gerais: com a retirada da cobertura vegetal, vários rios que vertiam água para o São Francisco e o Tocantins sumiram.
O professor diz que a perda de afluentes reduziu o fluxo dos rios e baixou o nível de reservatórios que abastecem cidades do Nordeste, Centro-Oeste e Norte.
Em 2017, segundo a Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (Sedec), o número de municípios brasileiros em situação de emergência causada por longa estiagem chegou a 872, a maioria no Nordeste.
Já em São Paulo as chuvas de verão aumentaram os níveis das represas e afastaram no curto prazo o risco de racionamento. Mas Barbosa afirma que a maioria dos rios que cruza o Estado é alimentada pelo aquífero Guarani, cujo nível também vem baixando.
O aquífero abastece toda a Bacia do Paraná, que se estende do Mato Grosso ao Rio Grande do Sul, englobando ainda partes da Argentina, Paraguai e Uruguai.

Fotografia do passado

Bastaria então replantar o Cerrado para garantir a recarga dos aquíferos?
A solução não é tão simples, diz o professor. Ele conta que o Cerrado é o mais antigo dos biomas atuais do planeta, tendo se originado há pelo menos 40 milhões de anos.
Segundo ele, olhar para o Cerrado é como olhar para uma fotografia do passado.
Parque das EmasDireito de imagemRUBENS MATSUSHITA, ICMBIO
Image captionSecretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil aponta que 872 cidades ficaram em situação de emergência por causa da estiagem em 2017
"O Cerrado já atingiu seu clímax evolutivo e precisa, para o seu desenvolvimento, de uma série de fatores que já não existem mais."
Ele exemplifica: há plantas do Cerrado que só são polinizadas por um ou outro tipo de abelhas ou vespas nativas, várias das quais foram extintas pelo uso de agrotóxicos nas lavouras. Essas plantas poderão sobreviver, mas não serão mais capazes de se reproduzir.
O Cerrado também é uma espécie de museu porque muitas de suas plantas levam séculos para se desenvolver e desempenhar plenamente suas funções ecológicas. É o caso dos buritis, uma das árvores mais famosas do bioma, que costuma brotar em brejos e cursos d'água.
Barbosa costuma dizer que, quando Cabral chegou ao Brasil, os buritis que vemos hoje estavam nascendo.
Mesmo plantas de pequeno porte costumam crescer bem lentamente. O capim barba-de-bode, por exemplo, leva mais de mil anos para atingir sua maturidade. Barbosa diz ter medido as idades das espécies com processos de datação em laboratório.

Parceria com animais

Sabe-se hoje da existência de cerca de 13 mil tipos de plantas no Cerrado, número que o torna um dos biomas mais ricos do mundo. Dessas espécies, segundo o professor, não mais que 200 podem ser produzidas em viveiros.
Ele conta que a ciência ainda não consegue reproduzir em laboratório as complexas interações entre os elementos do bioma, moldadas desde a era Cenozoica.
Barbosa diz, por exemplo, que muitas plantas do Cerrado têm sementes que são ativadas apenas em situações bem específicas. Algumas delas só têm a dormência quebrada quando engolidas por certos mamíferos e expostas a substâncias presentes em seus intestinos.
Há ainda sementes que precisam do fogo para germinar. Contrariando o senso comum, Barbosa diz que incêndios naturais são essenciais para a sobrevivência do Cerrado e podem ocorrer de duas formas.
Chapada dos VeadeirosDireito de imagemMARCELO CAMARGO, AGÊNCIA BRASIL
Image captionO Cerrado tem hoje cerca de 13 mil tipos de plantas, número que o torna um dos biomas mais ricos do mundo
Uma delas se dá quando blocos de quartzo hialino, um tipo de cristal, agem como lentes que concentram a luz do sol, superaquecendo a vegetação.
A outra ocorre pela interação entre algumas plantas e animais do Cerrado, entre os quais a raposa, o lobo-guará, o tamanduá-bandeira e o cachorro-do-mato-vinagre.
Segundo Barbosa, esses mamíferos carregam no pelo uma carga eletromagnética que, em contato com gramíneas secas, provoca faíscas.
O professor diz que o fogo é necessário não só para ativar sementes, mas para permitir que gramíneas secas, que não têm qualquer função ecológica, sejam substituídas por plantas novas.
"Se a gramínea seca fica ali, não tem como rebrotar, então é preciso dessa lambida de fogo natural pra limpar aquele tufo."
Os incêndios também são importantes, segundo ele, para que o solo do Cerrado continue pobre - afinal, foi nesse solo que o bioma se desenvolveu.
"O fogo é paradigma para quem pensa na preservação. Se você pensa como agrônomo, o fogo é nocivo, porque acentua o oligotrofismo do solo."

Estancar os danos

Quando deixa de haver incêndios naturais, os animais e insetos nativos desaparecem e as plantas do Cerrado são derrubadas, é quase impossível reverter o estrago, diz Barbosa.
Mesmo assim, ele defende preservar toda a vegetação remanescente para estancar os danos.
Barbosa diz torcer para que, um dia, a ciência encontre formas de recuperar o bioma.
Cachoeira Véu da Noiva, na Chapada dos GuimarãesDireito de imagemSEDEC/MT
Image captionEspecialista diz que incêndios naturais são essenciais para a sobrevivência do Cerrado
"Claro que você não vai reocupar toda a área que está produzindo [alimentos], mas você pode pelo menos tentar amenizar a situação nas áreas de recarga de aquíferos."
Sua preocupação maior é com a fronteira agrícola conhecida como Matopiba, que engloba os últimos trechos de Cerrado no Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. Nos últimos anos, a região tem experimentado uma forte expansão na produção de grãos e fibras.
"Se esse projeto continuar avançando, será o fim: aí podemos desacreditar qualquer possibilidade, porque não teremos nem matriz para experiências em laboratório."
Nesse cenário, diz Barbosa, os aquíferos do Cerrado rapidamente se esgotarão.
"Os rios vão desaparecer e, consequentemente, vai desaparecer toda a atividade humana da região, a começar das atividades agropastoris."
"Teremos uma convulsão social", ele prevê.
http://www.bbc.com/portuguese/brasil-39391161 

quinta-feira, 26 de outubro de 2017

CHEFE DO FMI CLAMA POR AÇÃO CONTRA MUDANÇAS CLIMÁTICAS

PIOR É QUE ELA ESTÁ CERTA. AGORA, QUAL A  PENITÊNCIA QUE O FMI ESTÁ ASSUMINDO? AFINAL, MUITO DO QUE NOS LEVA AO AGRAMENTO DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS FOI PROPOSTO, IMPOSTO MESMO, PELO FMI!

TORRADOS, ASSADOS E GRELHADOS: POR QUEM? PELO FMI?

CHEFE DO FMI CLAMA POR AÇÃO CONTRA MUDANÇAS CLIMÁTICAS
O mundo terá grandes problemas se não agir contra a mudança climática e a desigualdade, alertou a diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde. "Se não abordarmos essas questões... seguiremos a caminho de um futuro sombrio" dentro de 50 anos, ela disse na 3a feira em uma conferência econômica em Riyadh, Arábia Saudita. Lagarde disse que "seremos torrados, assados e grelhados" se o mundo não tomar "decisões críticas" sobre as mudanças climáticas.

EMISSÃO DE GASES-ESTUFA SUBIU 9% NO BRASIL EM 2016

POR ISSO, AMIGAS E AMIGAS DO CENTRO OESTE, AGRADEÇAM AO AGRONEGÓCIO PELO CALOR INFERNAL E PELA FALTA DE CHUVAS NA REGIÃO. 

O DESMATAMENTO, FRENTE DE TRABALHO DO AGRONEGÓCIO, CADA DIA MAIS FAVORECIDO PELO DESGOVERNO TEMER, RESPONDE POR 51% DO AUMENTO DA EMISSÃO DA GASES  DE EFEITO ESTUFA!!"

ESTA É A VERDADEIRA RAZÃO PARA A CAMPANHA MIDIÁTICA "AGRO É POP": ESCONDER A RESPONSABILIDADE PELO RETROCESSO DO BRASIL NA QUESTÃO CLIMÁTICA.

AGRO RESPONDE POR 74% DAS EMISSÕES DO PAÍS
As emissões brasileiras de gases de efeito estufa subiram 8,9% no ano passado impulsionadas pelo aumento do desmatamento. Com isto chegaram a 2,28 bilhões de toneladas brutas de CO2, contra 2,09 bilhões em 2015, o maior nível desde 2008. O aumento é o segundo consecutivo: em 2015 as emissões já haviam crescido 3,4% em relação às de 2014.
Isto aconteceu em meio à crise econômica, que, esperava-se, levaria à sua queda. A elevação acumulada das emissões em 2015 e 2016 foi de 12,3%, contra uma queda acumulada de 7,4 pontos no PIB. Segundo os organizadores do Sistema de Estimativa de Emissões (SEEG) do Observatório do Clima, o "Brasil é a única grande economia do mundo a aumentar a poluição sem gerar riqueza para sua sociedade".
A atividade agropecuária respondeu por chocantes 74% das emissões do País, sendo que o desmatamento provocado por esta atividade, sozinho, respondeu por 51% do total das emissões nacionais. Em contrapartida, o setor energético reduziu suas emissões em 7,3%.
O pessoal do SEEG diz que, se fosse um país, o agro brasileiro seria o oitavo maior poluidor do planeta, com emissões brutas de 1,6 bilhões de toneladas de CO2.
Sobre os resultados, o professor de relações internacionais da UnB, Eduardo Viola, disse que “tragicamente, chegamos em 2017, novamente à espantosa cifra de 11 toneladas de CO2 equivalentes per capita, superior ao da quase totalidade dos países europeus, cuja grande maioria tem uma renda per capita entre 2 e 5 vezes a do Brasil. A intensidade de carbono do PIB (PIB dividido pelas emissões) está novamente em níveis aberrantes para um país de renda média alta como Brasil”.

MARIANA: A INFÂMIA GLOBAL DAS CORPORAÇÕES

Dossiê Mariana: a infâmia global das corporações

 
 
 
 
 
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Lama tóxica despejada pela Vale-Billiton-Samarco chega ao Oceano Atlântico. Dois anos depois, desastre agravou-se. Agora, campanha global quer enfrentar a impunidade das transnacionais
Devastação provocada pela Vale-Billiton-Samarco vira caso central de campanha para que a ONU controle ação dos grandes grupos transnacionais. Conheça o dossiê multimídia
Por Mauro Lopes

MAIS:
A Lama da Destruição 
Textos, infográficos, fotos e vídeos compõem o dossiê sobre a tragédia de Mariana e a irresponsabilidade das corporações globais. A versão completa, em português — um material didático de enorme valor — pode ser acessada aqui
Uma rede internacional de movimentos sociais e 18 organizações católicas, de 16 países, lançou nesta segunda-feira (23/10), em todo o mundo, um dossiê multimídia sob o título A lama da destruição, que apresenta de maneira detalhada a criminosa tragédia do rompimento da barragem do Fundão, Mariana (MG). Prestes a completar dois anos (ocorreu em 5/11/2015), foi o maior desastre ambiental da história brasileira e um dos maiores em todo o planeta.
O lançamento coincide com a terceira rodada do grupo de trabalho da ONU que elabora um tratado para responsabilizar as corporações transnacionais por violações aos direitos humanos e do planeta – como foi o caso da Samarco, empresa de sociedade anônima controlada em partes iguais pela brasileira Vale e pela anglo-australiana BHP Billiton.
Pelos menos 19 pessoas morreram e uma enxurrada de lama destruiu vilarejos, 349 casas, escolas e igrejas, além de contaminar o Rio Gualaxo do Norte, o Rio do Carmo e o próprio Rio Doce. O dossiê informa que, segundo a empresa de consultoria americana Bowker Associates, o desastre de Mariana representa um triplo recorde mundial da história da mineração: 1. trata-se do derrame de uma quantidade de lama inédita, entre 32 e 62 milhões de metros cúbicos; 2. uma extensão de destruição ao longo de 680 km; e 3. danos avaliados entre 5 e 55 bilhões de dólares.
O caminho da tragédia
O caminho da tragédia -infográfico do dossiê
A enxurrada de lama atingiu o Oceano Atlântico, no Espírito Santo. Não apenas a população de Mariana sofreu as consequências do desastre, mas, sim, toda a população próxima ao rio Doce. Os indígenas da tribo indígena Krenak, que possuem reserva cortada pelo rio, na época do acidente, relataram estar sem água para consumo, banho e limpeza de seus objetos, por exemplo. De acordo com o governo federal 600 famílias ficaram desabrigadas e milhares foram afetadas. .
Veja a seguir um dos impactantes vídeos do dossiê. São imagens de Bento Rodrigues uma semana após o rompimento da barragem.
Créditos: © TerraSense/Greenpeace, Música: Sad Marimba Planet by Lee Rosevere CC BY 4.0
A iniciativa é da rede CIDSE, aliança internacional de organizações católicas de desenvolvimento e voltadas ao tema dos direitos humanos, com 18 organizações de 16 países (veja a lista e os links para os sites ao final). Participaram do projeto quatro organizações no Brasil, o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), a Comissão Pastoral da Terra (CPT), o Projeto #lamaquemata Thomas Bauer e Joka Madruga e a Articulação Internacional de Atingidos e Atingidas pela Vale. Além delas, o Instituto Pacs – Políticas Alternativas para o Cone Sul (PACS) e a rede latino-americana e mundial Iglesias y Mineria. E ainda a agência católica austríaca DKA.
O texto ficou sob a responsabilidade da jornalista Christian Russau, dO Centro de Pesquisa e Documentação Chile-América Latina (Forschungs- und Dokumentationszentrum Chile-Lateinamerika e.V. – FDCL), associação sem fins lucrativos fundada em 1974 em Berlim. O FDCL é uma das organizações mais antigas no movimento de solidariedade da América Latina.
São integrantes da rede CIDSE:
Broederlijk Delen – Bélgica
CAFOD – Inglaterra e País de Gales
Center of Concern – Estados Unidos
Cordaid – Holanda
Development & Peace – Caritas do Canadá
eRko – Eslováquia
Fastenopfer – Suiça
FEC – Portugal
FOCSIV – Itália
KOO – Áustria
Manos Unidas – Espanha
MISEREOR – Alemanha
Partage.lu – Luxemburgo
SCIAF – Escócia
Trócaire – Irlanda
http://outraspalavras.net/brasil/dossie-mariana-o-crime-global-das-corporacoes/