terça-feira, 31 de janeiro de 2017

NE: UMA SECA DE MAIS DE SEIS ANOS

SÓ NÃO "SABE" QUE AS MUDANÇAS CLIMÁTICAS JÁ CHEGARAM E VÃO SE AGRAVAR QUEM É INIMIGO DA VIDA POR SER ESCRAVO DO SEU CAPITAL, DO SEU DESEJO DOENTIO DE RIQUEZA. É POR ISSO QUE, JUNTO COM TRUMP, HÁ OUTRAS PESSOAS QUE RESPONDERÃO, DENTRO DE POUCO TEMPO, PELO CRIME DE LESA HUMANIDADE, E VÁRIAS DELAS NEGOCIAM E GOVERNAM NO BRASIL...

Uma seca de seis anos
Roberto Malvezzi (Gogó)
Nesses quase 40 anos de sertão é a primeira vez que ficou um ano sem cair chuva no telhado de casa. A última chuva foi em Janeiro de 2016. No entorno da cidade, Juazeiro da Bahia, já choveu.
O problema básico não é que fica sem chover, mas chover muito menos. Os cientistas estão perplexos, porque a cada ano se fala que teremos chuvas normais, até acima da média, mas elas não vêm. Atribui-se sempre a razão ao fenômeno El Niño, que aquece as águas do Pacífico, elas caem abundantes no sul e sudeste do Brasil, mas não chegam ao coração do Semiárido.
Nós, que acompanhamos as mudanças climáticas, suspeitamos que elas já chegaram, para ficar, e a prevista diminuição das chuvas de 20 a 40% no Semiárido já está acontecendo.
Numa situação climática como essa, 20 anos atrás, o Nordeste já seria uma tragédia social e humanitária de proporções gigantescas, com centenas de milhares de mortos, sem falar nos migrantes e tantas outras mazelas sociais e humanitárias.
Entretanto, numa reportagem feita pela Globo no Jornal Hoje, a única tragédia social que acharam foi a mortandade de 20% do rebanho bovino do Pernambuco. A matéria teve que mostrar, de forma constrangida, o gado gordo de um criador, só que sustentado à base de ração comprada. Mas, ele pode comprar a ração. Além do mais, criar gado de raça nesse sertão é considerada uma atividade de risco devido ao clima.
O que mudou essa realidade foi o intenso trabalho da Articulação no Semiárido Brasileiro (ASA), com seu paradigma de convivência com o Semiárido, captando a água de chuva de forma distribuída, com uma agroecologia adaptada ao ambiente, com a criação de pequenos animais mais resistentes ao clima, com a agroindústria de produtos naturais e com as políticas sociais dos últimos governos. O governo atual voltou à lógica do combate à seca.
É uma vergonha para Pernambuco sofrer com a seca. O estado é banhado em quase 400 km pelo rio São Francisco. Onde foram feitas as adutoras transversais que abastecem  Pernambuco, não há problema para humanos e animais. Falo da adutora que sai de Cabrobó e vai cortado o Estado até acima de Ouricuri. A outra que sai de Floresta e vai na direção de Serra Talhada e Flores. Essa deveria ter chegado a Paraíba faz tempos. Porém, a insistência na grande obra da Transposição bloqueou as adutoras simples. Por isso, a que deveria abastecer o agreste pernambucano está até hoje esperando pelo Eixo Leste da transposição. Uma perda para o povo e para os animais.
Quanto à Transposição, agora já se fala na sua gestão privada. Sabíamos dessa intenção desde o começo. Resgatei um texto que fiz nem sei mais que ano, mas que estava arquivado digitalmente no site de João Suassuna. Cito um trecho só para lembrar o que tanto denunciamos:
É preciso observar que a Transposição, alicerçada na filosofia que a sustenta, insere-se na lógica mercantil da água, hoje globalizada. É o que chamamos de hidronegócio. Por isso, repetimos que a Transposição é “a última obra da indústria da seca e a primeira do hidronegócio”. Agora a própria CHESF já fala em criar “leilões de água”, isto é, já não se visa sequer a água para irrigar e criar camarão, mas para vendê-la como uma mercadoria qualquer, como se no Brasil alguém fosse proprietário de nossas águas” (http://www.suassuna.net.br/2016/10/transposicao-x-direitohumano-agua-por.html).
A única novidade é que esse mercado de águas terá gestão privada, portanto, não caberá mais à CHESF essa tarefa. 

RUSSIA E CHINA CONTRA OS TRANSGÊNICOS

VALE A PENA BUSCAR ESTE ARTIGO COM O TÍTULO "UN RELAGO DE AÑO NUEVO LUNAR EN CHINA", JÁ QUE SE TRATA DE DECISÃO DE UMA DAS MAIS IMPORTANTES PROVÍNCIAS DE PRODUÇÃO DE ARROZ E MILHO CONTRA AS SEMENTES TRANSGÊNICAS. POR OUTRO LADO, AVANÇA A DECISÃO DE FAZER DA RUSSIA A MAIOR PRODUTORA DE ALIMENTOS NATURAIS, EVITANDO TRANSGÊNICOS E VENENOS... 


https://mail.google.com/mail/u/0/#inbox/159f0b45e411f744

MST: CARTA DE FORTALEZA


TRENS DA HOLANDA: TODOS MOVIDOS A ENERGIA EÓLICA!

ESTA NOTÍCIA É ÓTIMA PARA NOS SENTIRMOS NO LUGAR CERTO EM QUE NOS ENCONTRAMOS: FORA DO POSSÍVEL, ANACRÔNICOS, COLONIZADOS! 

E SABER QUE OS CUSTOS DA ENERGIA EÓLICA E DA SOLAR, SE JÁ NÃO SÃO MENORES DO QUE O USO DAS FONTES FÓSSEIS, EM POUCO O SERÃO.

Todos os trens da Holanda já são movidos a energia eólica
Todos os trens da Holanda já são movidos com energia eólica
Desde o começo de janeiro, 100% dos trens que circulam pela Holanda estão sendo abastecidos exclusivamente com energia produzida por turbinas eólicas. A notícia foi divulgada pela companhia NS, que administra a rede ferroviária do país.
Em setembro de 2015, antecipamos aqui o anúncio do acordo firmado entre a NS e a empresa de energia Eneco, que previa que todos os trens holandeses funcionariam movidos somente com energia gerada pelo vento até o final de 2018.
Acontece que, com a inauguração de novas plantas eólicas (tanto onshore como offshore, ou seja, na costa), foi possível cumprir a meta um ano antes do previsto.
Cerca de 600 mil passageiros usam este sistema de transporte público diariamente. São aproximadamente 5.500 viagens por dia. É utilizada 1,4 TWh de eletricidade para poder suprir a demanda dos trens holandeses. É um volume gigantesco, o equivalente ao consumido por todas as residências dos Países Baixos.
Segundo os engenheiros da Eneco, uma turbina eólica funcionando por uma hora tem capacidade para gerar eletricidade para que um trem percorra 200 quilômetros.
O próximo objetivo da companhia é reduzir a demanda de energia dos trens – por passageiro -, em 35%, até 2020.
Todos os países escandinavos têm investido fortemente em fontes renováveis de energia: mais limpas e sustentáveis. Todavia, nesta região, a eólica é mais eficiente, já que o clima e geografia locais são mais favoráveis a ela. Em julho do ano passado, a Dinamarca bateu um novo recorde mundial, quando divulgou que 42% da energia produzida no país foi gerada a partir de usinas eólicas (leia mais neste outro post).
Estas e outras iniciativas comprovam como a dependência aos combustíveis fósseis, como óleo, gasolina, carvão e petróleo – extremamente poluentes – está com os dias contados. Diversos países mostram, na prática, como o uso de energias limpas é viável, econômico e eficaz.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

DESASTRES SOCIOAMBIENTAIS CAUSAM GRANDES PREJUÍZOS NO BRASIL

ESTUDO ESTIMA QUE DESASTRES SOCIOAMBIENTAIS CUSTAM R$ 8OO MILHÕES AO BRASIL POR MÊS 
Estudo feito pelo Banco Mundial e o Centro de Estudos e Pesquisas sobre Desastres da UFSC é o primeiro do tipo em escala nacional. Entre 1995 e 2014, o Brasil perdeu R$ 182,8 bilhões com desastres naturais, revelou o documento.
Novo estudo publicado pelo Banco Mundial e o Centro de Estudos e Pesquisas sobre Desastres, vinculado à Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), revela que o Brasil perdeu R$ 182,8 bilhões com desastres naturais entre 1995 e 2014.
Desse total, R$ 137,3 bilhões se referem a impactos nos serviços públicos e privados, na agricultura, na pecuária e na indústria.
A reportagem foi publicada por ONU Brasil, 23-01-2017.
Os R$ 45,4 bilhões restantes correspondem a danos na infraestrutura, nas habitações e nas instalações de saúde, ensino e comunitárias, entre outras.
Relatório de Danos Materiais e Prejuízos Decorrentes de Desastres Naturais no Brasil é o primeiro do tipo em escala nacional. No período considerado pela pesquisa, foram reportadas perdas anuais superiores a R$ 9 bilhões. Isso significa que secas, inundações, vendavais e outros desastres custaram ao país cerca de R$ 800 milhões mensais.
Para Frederico Pedroso, especialista do Banco Mundial, esses dados derrubam uma percepção muito comum entre os brasileiros: a de que o país não sofre com desastres.
“Via de regra, o Brasil não é um país exposto a perigos naturais extremos. Mas temos outros problemas, tais como um planejamento e um controle urbano muito ineficientes. Isso leva à ocupação humana em locais não propícios e, consequentemente, a desastres. E como o nosso estudo aponta, a somatória dos impactos tanto econômicos quanto humanos desses desastres acaba sendo extremamente relevante para as diferentes esferas de governo”, destacou Frederico.
Foram considerados na pesquisa os registros que apontavam algum tipo de dano ou prejuízo reportado pelos municípios. Rafael Schadeck, consultor do Banco Mundial e pesquisador da UFSC, explica quais são os mais comuns.
“Os desastres mais comumente reportados pelos municípios são aqueles do grupo climatológico, que são aqueles de evolução mais gradual, mais lenta, como seca e estiagem. Eles representam 48% dos registros e ocorrem com maior frequência nas regiões Nordeste e Sul do país. Em segundo lugar, vem o grupo hidrológico, que são os desastres relacionados ao excesso de chuvas. E eles ocorrem com maior frequência na Região Sudeste do país, representando 39% dos registros da pesquisa.”
Também são levados em conta os eventos relacionados a vendavais e granizo, entre outros. Os resultados são apresentados em mapas temáticos e em gráficos, fornecendo dados e estatísticas relevantes aos gestores públicos, população, academia e setor privado.
O objetivo é estimular a adoção de práticas efetivas na gestão de riscos de desastres e, dessa forma, aumentar a proteção social e o desenvolvimento econômico das populações mais vulneráveis.
Acesse o estudo na íntegra clicando aqui.
http://www.ihu.unisinos.br/564240-estudo-estima-que-desastres-naturais-custam-r-800-milhoes-ao-brasil-por-mes 

sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

PERIGO: GOVERNO DO PARÁ QUER MAIS EXTRAÇÃO DE OURO

SÓ UMA PERGUNTA: NÃO SERIA BOM EXIGIR QUE OS DONOS DESSA EMPRESA SÓ PUDESSEM COMER OURO?!

Pará ignora Funai e pode aprovar projeto de ouro da Belo Sun


sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

O governo do Pará pode autorizar nos próximos dias o projeto de exploração de ouro da Belo Sun em Senador José Porfírio (PA), ignorando o parecer técnico da Fundação Nacional do Índio (Funai), que não aprova o licenciamento ambiental do empreendimento. Segundo o órgão, há falhas nos estudos de impacto às comunidades indígenas.

De acordo com a Funai, o estudo que fala sobre o licenciamento ambiental “foi considerado inapto à apresentação para as comunidades indígenas”, por não atender a critérios básicos exigidos pela autarquia”. No entanto, para a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) do Pará, órgão que é responsável pelo licenciamento do projeto, não há mais o que discutir sobre questões indígenas.

A mineradora canadense, responsável pelo projeto Volta Grande, já teria apresentado ao governador do Pará, Simão Jatene (PSDB), todos os dados relacionados ao assunto e discutido seus efeitos sobre o meio ambiente e as comunidades locais.

A Funai afirma que não há nem sequer “dados primários” sobre as duas terras indígenas mais próximas ao local onde se pretende extrair ouro, no município de Senador José Porfírio, na orla do rio Xingu e próximo da hidrelétrica de Belo Monte.

A Belo Sun, controlada pelo grupo Forbes & Manhattan, um banco de capital privado que investe em projetos de mineração mundo afora, promete injetar R$ 1,2 bilhão na região.
O projeto da Belo Sun pode produzir, anualmente, entre o primeiro e o décimo ano de operação, 260 mil onças de ouro. A AngloGold Ashanti, por exemplo, produziu 132 mil onças de ouro nas três minas subterrâneas Serra Grande, em Crixás (GO), segundo dados de 2015.

De acordo com o governo do Pará, com o projeto seriam gerados 2.600 empregos diretos e arrecadação de R$ 60 milhões por ano em royalties da mineração por 12 anos. Em impostos, os cálculos chegam a R$ 132 milhões durante a fase de implantação e mais R$ 55 milhões anuais quando a operação estiver a plena carga.

Segundo fontes do jornal O Estado de S.Paulo, o projeto também enfrenta resistência da própria Norte Energia, concessionária que administra a Hidrelétrica de Belo Monte. Movimentos indígenas e ambientais, além de o Ministério Público Federal (MPF), criticam a proximidade da mineração, que prevê a remoção 37,8 milhões de toneladas de minério da área próxima à barragem de Belo Monte.

A mineração ocorreria abaixo do eixo da barragem, numa área conhecida como Volta Grande do Xingu. Por conta do acúmulo de água no reservatório da usina, esse trecho do rio, que tem aproximadamente 100 quilômetros de extensão, passou a ficar permanentemente com uma vazão mínima de água. É justamente nessa área que vivem diversas comunidades indígenas.

A preocupação é de que a exploração mineral possa potenciar ainda mais os problemas que essa região já enfrenta. Por meio de nota, o secretário adjunto de gestão e regularidade ambiental do Pará, Thales Belo, afirmou que todas as comunidades indígenas da região vivem acima do raio de 10 quilômetros do projeto, parâmetro legal usado para estabelecer quando um empreendimento tem “impacto direto” sobre as terras indígenas.

De acordo com o governo do Pará, as comunidades indígenas estão a 12 e 16 quilômetros do local de atuação da empresa.

Em seu site, a Belo Sun convida investidores para entrar em negócio com “tremendous” potencial no Brasil. Há cinco anos, os canadenses tentam liberar a exploração. O projeto já conseguiu obter sua licença prévia da Semas, documento que garante a viabilidade ambiental da exploração.

Em abril do ano passado, o governo do Pará chegou a anunciar uma cerimônia na qual a licença seria emitida. Porém, o anúncio foi adiado depois de alguns dias. As informações são do O Estado de S.Paulo

Leia mais: Licenciamento de projeto de ouro da Belo Sun no Pará é questionado
Projeto Volta Grande (PA). Crédito: Belo Sun

quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

MUITO BEM, IMPERATRIZ LEOPOLDINENSE!

É ISSO: O AGRONEGÓCIO, ALIADO DA GRANDE MÍDIA, QUER TER TAMBÉM O MONOPÓLIO DO "DIREITO" DE MENTIR, DE EMBALAR EM BELAS IMAGENS PRODUTOS ENVENENADOS, PRODUZIDOS COM PROCESSOS QUE CONTAMINAM SOLOS, RIOS, ATMOSFERA, AQUÍFEROS E QUE CONSOMEM QUANTIDADES CADA DIA MAIORES DE VENENOS E PRODUTOS QUÍMICOS...

SENHORES DO AGRONEGÓCIO E DA GRANDE MÍDIA, A DIFERENÇA É ESTA: A IMPERATRIZ LEOPOLDINENSE ESTÁ MOSTRANDO O QUE É VERDADEIRO, E É POR ISSO QUE VOCÊS NÃO CONSEGUEM ACEITAR E TENTAM SILENCIAR COM AMEAÇAS E CALÚNIAS. 

DESEJO QUE A APIB ENTRE NA JUSTIÇA CONTRA ESSES ABSURDOS DOS QUE SE CONSIDERAM DONOS DA VERDADE, PARA QUE A VERDADE E A JUSTIÇA SEJAM COLOCADAS NO SEU LUGAR DE HONRA.


Para a Apib, a letra do enredo não inventa a história, faz apenas justiça ao tornar pública a verdade de que até hoje os invasores roubam de fato as terras dos povos originários e praticam esbulho e destruição, devoram mesmo, através dos grandes empreendimentos (como Belo Monte) os bens naturais, matam as matas e secam os rios, pensando apenas nos seus lucros, por isso que não pouparam esforços para ajustar a seus interesses o Código Florestal e outros instrumentos jurídicos que visam dar legalidade a suas atrocidades contra os povos e a Natureza.



Apib presta solidariedade e agradece à Imperatriz Leopoldinense
A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) manifesta por meio da presente nota pública os seus agradecimentos, parabéns e solidariedade à escola carioca Imperatriz Leopoldinense em razão da sábia e corajosa decisão de produzir e levar para a Marquês de Sapucaí o samba-enredo “Xingu: O Clamor que vem da floresta”.

Representantes do agronegócio, especialmente membros da bancada ruralista, engenheiros agrônomos e profissionais de uma imprensa subserviente, que se sentiram aludidos, reagiram indignados e iniciaram uma campanha difamatória, de desqualificação e ofensas do samba, de críticas injustas à Imperatriz Leopoldinense, e uma sequência de ataques preconceituosos, racistas e estigmatizantes contra os povos indígenas do Brasil. Tanta revolta porquê?

Para a Imperatriz Leopoldinense, o samba-enredo, a partir de um compromisso com o social e o desenvolvimento sustentável, “celebra a diversidade”,  ressalta  “a rica contribuição dos povos indígenas do Xingu à cultura brasileira” e constitui “uma mensagem de preservação e respeito à natureza e à biodiversidade”, considerando que “a produção muitas vezes sem controle, as derrubadas, as queimadas e outros feitos desenfreados em nome do progresso e do desenvolvimento afetam de forma drástica o meio ambiente e comprometem o futuro de gerações vindouras”, com resultados devastadores, impactos imensuráveis, “na maioria das vezes irreversíveis”, como os provocados pela Hidrelétrica de Belo Monte (o “monstro”).

Em efeito, o samba-enredo faz um alerta sobre a destruição em curso da mãe Natureza, e no seu compromisso em dar voz à diversidade, visibiliza os povos indígenas, e denuncia o atual Estado nacional, dominado por uma classe hegemônica que insiste em se enxergar como a única responsável pela formação social brasileira, ignorando a diversidade étnica e sociocultural que compõe o país.

Para a Apib, a letra do enredo não inventa a história, faz apenas justiça ao tornar pública a verdade de que até hoje os invasores roubam de fato as terras dos povos originários e praticam esbulho e destruição, devoram mesmo, através dos grandes empreendimentos (como Belo Monte) os bens naturais, matam as matas e secam os rios, pensando apenas nos seus lucros, por isso que não pouparam esforços para ajustar a seus interesses o Código Florestal e outros instrumentos jurídicos que visam dar legalidade a suas atrocidades contra os povos e a Natureza.

Os representantes do agronegócio reiteram as campanhas veiculadas pela mídia corporativa, ressaltando que ele é responsável por 30% dos empregos, 40% das exportações e 22% do PIB e que as terras indígenas não produzem nada, não contribuem com o PIB e não geram emprego.

No entanto estudos do Instituto de Pesquisa da Amazônia -  IPAM e da Universidade de Brasília – UNB, afirmam que as Terras Indígenas são áreas que comprovadamente apresentam baixas taxas de desmatamento dentro de seus limites e ainda possuem um efeito inibidor do desmatamento em um raio de 10km em seu entorno – isso significa que, além de preservar as florestas e ecossistemas dos seus territórios, os povos indígenas ainda garantem que o seu entorno também seja menos destruído, o que tem salvo o Brasil de uma maior catástrofe ambiental. Em 2016, ano que o desmatamento na Amazônia cresceu 28,7% em relação ao ano anterior, as maiores taxas foram observadas em áreas privadas (35,4%), enquanto a taxa de derrubada em Terras Indígenas foi de apenas 1,28%, configurando-se como a categoria fundiária com as menores taxas de desmatamento.

Ainda de acordo com os estudos, por causa do desmatamento, a região da Bacia do Xingu sofreu com um aumento de temperatura regional de cerca de 5°C no período de 2002 a 2010. Apenas nas áreas que mantiveram a floresta, no Parque Indígena do Xingu e entorno, a temperatura permaneceu estável. Enquanto a temperatura nas áreas de floresta permaneceu na média de 25°C a 28°C, em áreas desmatadas a temperatura chegou à média de 33°C.

Por tudo isso, a APIB reitera os seus agradecimentos e solidariedade à escola Imperatriz Leopoldinense para que continue determinada a marcar presença na Sapucaí, para ecoar o samba-enredo “O Clamor que vem da floresta”. A sua arte certamente contribui para tirar os povos indígenas do esquecimento e da invisibilidade, além de reforçar a decisão deles de jamais se curvarem à cobiça, o racismo e discriminação dos sucessivos dominadores, que hoje eles próprios se revelam como os verdadeiros vilões do meio ambiente e do desmatamento no Brasil.

Por fim, a assessoria jurídica da Apib estuda as medidas judiciais cabíveis para conter a onda de ataques racistas, injúrias e incentivos à violência intensificados contra os povos indígenas por parte de setores do poder econômico, donos ou representantes do agronegócio.

Pelo direito de viver!

Brasília – DF, 16 de janeiro de 2017.

Articulação dos Povos Indígenas do Brasil – APIB
Mobilização Nacional Indígena

 editores_recos@terra.com.br

CARTA PÚBLICA DOS BISPOS DO MARANHÃO

PARABÉNS, IRMÃOS BISPOS, POR ESTA TOMADA DE POSIÇÃO PÚBLICA SOBRE VIOLÊNCIAS QUE AFETAM A VIDA DO POVO, EM ESPECIAL DOS MAIS POBRES. 

FICA A PERGUNTA: POR QUE NÃO SE MANIFESTAM TODOS OS BISPOS? 

NA VERDADE, POR SEGUIMENTO FIEL A JESUS DE NAZARÉ, TODOS OS CRISTÃOS E CRISTÃS DEVERÍAMOS MANIFESTAR-NOS PUBLICAMENTE... A INDIFERENÇA, E O SILÊNCIO CÚMPLICE, NÃO CONDIZEM COM A PRÁTICA DE JESUS, QUE FOI FIEL E FIRME ATÉ O ÚLTIMO MOMENTO, QUANDO O PRENDERAM E O CONDENARAM À MORTE. E ELE RESSUSCITOU...


AOS CRISTÃOS E AOS CIDADÃOS DO MARANHÃO

“Quanto a nós, não podemos nos calar sobre o que vimos e ouvimos” (At 4, 20).

Nós, bispos do Maranhão, reunidos em Zé Doca, de 16 a 19 de janeiro de 2017, sob a luz do Espírito Santo, queremos manifestar algumas preocupações referentes ao momento atual.

Ouvimos com apreensão os relatos sobre o que está acontecendo nas prisões do país. São sobretudo os jovens  que mais sofrem com essa situação. São eles que, em grande parte, superlotam as penitenciárias, sendo que muitos deles nem sequer foram julgados ou sentenciados. O sistema judiciário apresenta-se como funcional ao modelo econômico vigente, contribuindo para um genocídio não declarado.

Neste ano dedicado à juventude, inquietam-nos as consequências que este modelo econômico traz para os jovens do nosso Estado. Quase 500 mil jovens, com idades entre 15 e 29 anos, nem estudam, nem trabalham, nem têm esperança de estudar ou trabalhar e, por isso, nem vão mais à procura de oportunidades. Garantir às novas gerações o direito à educação de qualidade, ao trabalho, ao lazer e à inserção na vida profissional é papel do Estado democrático e este é, certamente, o modo mais eficaz de prevenir a violência crescente.
Constatamos com pesar a expansão do agronegócio, bem visível no programa federal conhecido como MATOPIBA. Apresentado pela mídia como solução mágica para a agricultura do nosso Estado, este programa visa ocupar o que resta de Cerrado do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. Tal tipo de expansão do agronegócio destrói modos de vida originários, não visa o bem viver da população, expulsa e exclui milhares de pessoas que viviam da sua produção no campo. O modelo, que se baseia na monocultura da soja, do eucalipto, da cana-de-açúcar e outras culturas, pode até aumentar o Produto Interno Bruto-PIB do Estado. Não contribui, porém,  para o crescimento do Índice de Desenvolvimento Humano-IDH, além de ferir de morte o bioma Cerrado. A Campanha da Fraternidade deste ano nos convida a uma reflexão mais aprofundada sobre este assunto.

Os povos tradicionais – indígenas, quilombolas e afrodescendentes, lavradores e pescadores – têm sido as principais vítimas deste modelo agroexportador. Conforme consta no relatório da Comissão Pastoral da Terra-CPT, em 2016, foram assassinadas 11 lideranças, incluindo indígenas. Ocorreram mais de 300 conflitos agrários, com 139 pessoas ameaçadas, envolvendo 30.691 famílias. O inchamento das cidades, onde há poucas perspectivas de vida para as famílias pobres, é também um dos resultados da violenta agressão aos povos da terra.

Como cristãos, não podemos ficar indiferentes ao que acontece em nossa sociedade. A Igreja não existe para si mesma, mas para o serviço do Reino de Deus e sua Justiça, a fim de que haja pão em todas as mesas e vida em abundância para todos (Jo 10, 10).
Por isso, conclamamos a todos os poderes estabelecidos, também aos novos governos municipais, a unirem-se no esforço de solucionar estes problemas apresentados. As lideranças e cidadãos se envolvam e exijam o funcionamento dos órgãos de controle social e de políticas públicas inclusivas. Pois somente com a participação de todo o povo, o Maranhão que desejamos – mais justo, solidário e pacifico – será possível.

Que o Espírito do Cristo libertador fortaleça nossa esperança na realização desse sonho.

Zé Doca, 19 de janeiro de 2017.

Armando Martín Gutiérrez, bispo de Bacabal
Elio Rama, bispo de Pinheiro
Enemésio Ângelo Lazzaris, bispo de Balsas
Esmeraldo Barreto de Farias, bispo auxiliar de São Luís
Franco Cuter, bispo emérito de Grajaú
Francisco Lima Soares, administrador diocesano de Imperatriz
José Belisário da Silva, arcebispo de São Luís
José Soares Filho, bispo de Carolina
José Valdeci Santos Mendes, bispo de Brejo
João Kot, bispo de Zé Doca
Sebastião Bandeira Coêlho, bispo de Coroatá
Sebastião Lima Duarte, bispo de Viana
Vilsom Basso, bispo de Caxias
Xavier Gilles de Maupeou d'Ableiges, bispo emérito de Viana

ÔNIBUS ELÉTRICO: MAIS EM CONTA DO QUE A DIESEL

MAIS UMA VEZ UM NOVO CONHECIMENTO E NOVA TECNOLOGIA É DESENVOLVIDA EM UNIVERSIDADE PÚBLICA, AGORA PELO Grupo de Pesquisa Estratégica em Energia Solar da Universidade Federal de Santa Catarina/UFSC, EM SANTA CATARINA. TRATA-SE DE TRANSPORTE PÚBLICO ALIMENTADO POR ENERGIA SOLAR.

SERÁ VALORIZADO PELA POLÍTICA PÚBLICA DE ENERGIA E DE MEIO AMBIENTE DO GOVERNO FEDERAL? PRECISAMOS LUTAR EM FAVOR DISSO, PORQUE HÁ EMPRESAS PODEROSAS QUE  NÃO QUEREM PERDER O NEGÓCIO DA ENERGIA COM USO DE FONTES FÓSSEIS E DE ÁGUA. A SAÚDE DA TERRA E DAS PESSOAS EXIGEM QUE DEMOS ESTE E OUTROS PASSOS NA MESMA DIREÇÃO.

Ônibus elétrico movido a energia solar começa a rodar em Florianópolis


Santa Catarina é o estado brasileiro mais engajado quanto ao uso de energias renováveis, principalmente quando se trata de mobilidade urbana. Já falamos por aqui, ainda em 2o15, sobre um ponto de ônibus super tecnológico na capital catarinense, que conta com painéis fotovoltaicos e carregadores de dispositivos móveis.
A novidade agora, quase um ano depois, é sobre um ônibus sustentável. Trata-se do primeiro ônibus elétrico com tecnologia brasileira de baterias alimentadas por energia solar (fotovoltaicas) e que começou a rodar na cidade em dezembro de 2016.
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O veículo foi desenvolvido pelo Grupo de Pesquisa Estratégica em Energia Solar da Universidade Federal de Santa Catarina/UFSC e passou a rodar no trajeto de 25,3 quilômetros entre dois campus da UFSC, no Sapiens Parque, em Canasvieiras, no norte da ilha, e o Campus Central. De acordo com o professor da universidade, Ricardo Rüther, o objetivo é demonstrar como é viável e sustentável aliar a tecnologia limpa e proporcionar sensível ganho de tempo e eficiência quando se faz uso de transporte coletivo inteligente.

Mobilidade urbana mais sustentável e produtiva

Além de beneficiar o meio ambiente, a adoção de um ônibus como este pode melhorar a produtividade durante o trajeto que o veículo faz. Isso porque ele tem, digamos, instrumentos que facilitam essa atitude. Como? “Com mesas de reunião, wi-fi, tomadas de energia e saídas USB, é possível, durante a viagem, trabalhar e, consequentemente, ser mais eficiente e produtivo. O nosso objetivo é tornar esta realidade mais clara e concreta para a população”, explica o docente.
O ônibus já está realizando quatro viagens por dia, fazendo mais de 200 quilômetros. Ele precisa ser recarregado, claro, e isso pode ser feito no laboratório da UFSC, no Sapiens Parque. A geração de energia elétrica é realizada por intermédio de módulos solares fotovoltaicos integrados. A recarga completa das baterias leva em média uma hora, mas graças à tecnologia de recuperação da energia nas frenagens, pode operar em trajetos de até 70 quilômetros sem nenhuma recarga.
onibus-eletrico-sc-thiago-terci-blog-da-engenharia
Com 200 kW de potência, sistema de tração movido 100% por energia elétrica que garante zero emissões, a invenção é uma opção para reduzir a poluição da atmosfera e também sonora nos grandes centros urbanos. A tecnologia 100% nacional envolve empresas parceiras da UFSC, como Eletra, Marcopolo, Mercedes-Benz e WEG.

Qual a real economia?

Segundo Iêda Maria de Oliveira, gerente comercial da Eletra, em medições realizadas em São Paulo, os ônibus elétricos mostraram-se até 26% mais econômicos que um convencional a diesel, apenas comparando o custo da energia elétrica com o custo do diesel. “Além de todos os ganhos para o meio ambiente e também para a sociedade, a frota com veículos elétricos ou elétricos híbridos é comprovadamente mais eficiente na operação do que o diesel convencional”, destaca.
Ela ainda complementa acerca dos problemas que envolvem o investimento nesse tipo de ônibus elétrico. “Temos a dificuldade do investimento inicial e infraestrutura, mas o ganho ambiental imediato e a rentabilidade que se comprovará com a implementação de frotas de ônibus elétricos, afloram a necessidade de políticas públicas e a responsabilidade dos gestores para com o futuro das nossas cidades”, enfatiza Iêda.
Fonte: Ciclo Vivo | Fotos: Thiago Terci
http://blogdaengenharia.com/onibus-eletrico-movido-a-energia-solar-comeca-a-rodar-em-florianopolis/?#_=_ 

terça-feira, 24 de janeiro de 2017

A ESPERANÇA TEOLÓGICA E A ESPERANÇA HISTÓRICA

Roberto Malvezzi (Gogó)
Tornou-se comum nas tantas andanças para alguma assessoria, o pessoal solicitar que “leve alguma palavra de esperança”. Nessa encruzilhada tão angustiante, não só do Brasil, mas de toda a humanidade, é de se perguntar o que mesmo as pessoas estão querendo ouvir. Seria bom entendermos melhor o que é a esperança.
Para os cristãos é uma das três virtudes teologais: fé, esperança e amor. Paulo vai dizer que a maior delas é o amor, a única que realmente interessa ao final das contas (1 Coríntios 13,13).
Mas, o que é a esperança teologal? É simplesmente crer – portanto, esperar – que para além de todo sofrimento humano, ao fim da história, seja pessoal, coletiva ou até mesmo do Universo, para lá de tudo e de todos, Deus existe e é maior que tudo e todos. Enfim, o sofrimento e a morte não são as últimas palavras sobre a condição humana e do Universo.
É nessa esperança que muita gente deu sua vida, trocou por ela a fama, o sucesso, o poder, a carreira e até a própria vida. É nessa esperança que muita gente viveu uma vida de “noite escura”, sabendo que Deus garante a manhã de claridade. Nenhum fracasso, nem mesmo a morte na cruz, foi capaz de vencer essa esperança. Entretanto, o momento de passar da esperança para a realidade a Deus pertence. A confiança Nele faz esperar, aguardar, até que a manhã se ilumine.
A esperança histórica é um pouco diferente. É a busca de construir aqui e agora um mundo de justiça e paz maiores para todos. Então, temos que analisar a história, o jogo das disputas dentro da sociedade, o impacto que a humanidade faz sobre o ambiente, as vítimas da história, os vencedores, suas estratégias de poder e dominação. O agir na história é para construir um mundo que seja de todos. Na história também muitos se sacrificam e são sacrificados pelo bem de outros.
Pode ser também a esperança na conquista pessoal de alguma graça, até milagre, em vida, e é legítimo. Sem falar naqueles que simplesmente querem um emprego, saúde, casamento e tantas coisas necessárias – ou não – da vida concreta.
Então, não existe relação entre ambas? Sim, e total. Muita gente dá a vida aqui e agora exatamente porque sabe que essa doação não é perder, mas, sustentada pela esperança teológica, ganhar. Não vai colher os frutos da história. Não verá uma sociedade mais justa, mesmo assim sacrifica sua vida, sua carreira, seu conforto para que outros vivam. Assim são muitos que se dizem cristãos.
É sem adjetivos a atitude daqueles que não esperam nada para a outra vida, mesmo assim, dão suas vidas aqui e agora para que outros vivam. Esse é o amor em estado puro. Tanta gente fez e faz assim nesses longos anos das Pastorais Sociais, tantos outros humanistas, até ateus, e ele(a)s são os maiores. Com certeza, mesmo sem saberem, Deus guardou para eles a plenitude da vida.
Viva a esperança e que a esperança viva! Mas, a maior das virtudes teologais é o amor. 

sábado, 21 de janeiro de 2017

METANO É MUITO PERIGOSO PARA AQUECIMENTO

E AGORA, SENHORES DA PECUÁRIA E DE TODO O AGRONEGÓCIO, VÃO AINDA PAGAR "PESQUISAS" COM RESULTADOS PREVIAMENTE DEFINIDOS, NEGANDO SUA RESPONSABILIDADE? E OS GOVERNOS, OS LEGISLADORES E O JUDICIÁRIO, QUANDO LEVARÃO A SÉRIO OS DADOS REALMENTE CIENTÍFICOS: DEPOIS QUE O AQUECIMENTO NOS TIVER IMPEDIDO DE VIVER NA TERRA?

IMPACTO DO METANO PARA O AQUECIMENTO GLOBAL É 25% MAIOR DO QUE O ANTERIORMENTE ESTIMADO

http://agrosoft.com/agroarquivos/1484175852.jpgQuando se fala em gases responsáveis pelas mudanças climáticas, pensamos em “carbono” – um termo pouco científico para se referir a dióxido de carbono (CO2), que realmente continua a ser o gás estufa mais importante para as mudanças climáticas -, mas o metano também é “carbono”, no sentido de que é a forma reduzida de um único átomo de carbono (CH4), o oposto da forma oxidada (CO2).


Um novo estudo sugere que, quando as pessoas pensarem em carbono, deveriam se preocupar mais com o metano. As emissões de metano ocorrem via gases emitidos por gado bovino, exploração de petróleo e gás, agricultura e outras fontes – veja mais aqui.


Um novo estudo da Universidade de Reading, no Reino Unido, foca em como a absorção de metano dos raios do sol difere de como o dióxido de carbono age para aquecer nossa atmosfera. Metano absorve comprimentos de onda mais curtos, mas baixos na atmosfera, o que leva ao aquecimento direto da área mais próxima da superfície. Este calor é mais mantido ou refletido de volta para a terra, por nuvens.


O efeito global sobre o forçamento radiativo – que descreve o equilíbrio entre a energia do sol atingindo a Terra essa mesma energia sendo refletido no espaço exterior – mostra que o metano contribui 25% mais para o aquecimento global do que as estimativas mais recentes do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) sugerem. O metano representa 30% da contribuição de todos os fatores atmosféricos para o aquecimento global.


O metano deixa bem mais complexos os modelos de mudança climática – isso porque tem uma taxa muito diferente de degradação na atmosfera do que o dióxido de carbono. O resultado da modelagem muda significativamente dependendo se o foco são fatores de curto ou de longo prazo para o potencial de aquecimento global da molécula de metano. Esta questão torna-se extremamente delicada ao tentar atribuir valor político às emissões de metano em relação às de dióxido de carbono.


Todas as estruturas políticas implementadas para regular e incentivar a redução das emissões de poluentes do aquecimento global terão de ser flexíveis para se adaptarem aos progressos contínuos na compreensão dos efeitos e importância das várias emissões.


FONTE: e Cycle


Biasi, Carlos (FAOBR) Carlos.Biasi@fao.org