sábado, 20 de abril de 2013

CELEBRE O DIA DA TERRA - DIA 22 DE ABRIL



22 DE ABRIL: DIA DA TERRA

Fruto de muitas mobilizações mundiais e com mérito especial da Bolívia, finalmente a humanidade conta com o Dia da Terra. Para os povos indígenas, este é o dia da Mãe Terra. Para os que ainda pensam que o centro de tudo é o ser humano, a Terra é ainda apenas como espaço de vida e de direitos das pessoas. Os que, com diferentes visões religiosas ou científicas, reconhecem a Terra como um grande ser vivo e fonte de vida, lutam pelo reconhecimento dos direitos da Terra, anteriores aos dos seres humanos por ter sido dom dela a geração do ambiente favorável à biodiversidade; o ser humano faz parte desse processo revolucionário de geração de diferentes formas de vida e, por suas características, partilha a responsabilidade pelo cuidado da vida da Terra e na Terra.
Nessa direção, louvor aos povos de Equador por terem consagrado em sua Constituição os direitos da natureza, venerada como Mãe Terra, e assumiram o projeto de vida do Bem Viver. Louvor igualmente aos povos da Bolívia, que aprovaram recentemente a Lei da Terra e do Bem Viver. Reconhecimento aos povoso Uruguai e da Itália, que conquistaram através de plebiscitos a lei que proíbe a privatização da água.
Vale a pena desejar que todos os povos do planeta caminhem nessa direção, pois isso é essencial para se chegar a consensos políticos capazes de diminuir de forma significativa a emissão de gases de efeito estufa. O caminho dos acordos responsáveis não está em novas oportunidades de negócios capitalistas, na denominada economia verde. Ele só prosperará e será efetivado tendo como base uma cosmologia nova, que compreenda e afirme a Terra como uma grande comunidade de vida, de que o ser humano é parte. Essa visão, que tem repercussões na vivência da espiritualidade humana, motivará a coragem necessária para mudanças profundas no modo de pensar, de produzir, de consumir, no modo de ser característico da civilização capitalista, que enfrenta crises estruturais cada vez mais profundas.
Por isso, o Fórum Mudanças Climáticas e Justiça Social sugere, para a celebração do Dia da Terra de 2013, duas atitudes práticas, na perspectiva da necessária reeducação que todos necessitamos:
            - em primeiro lugar, sem deixar de chorar pelos estragos e violências de seres humanos contra a Terra, contemplem tudo que revela que ela é a Mãe Terra, fonte da incrível biodiversidade ainda existente;
            - num segundo movimento, deixem o coração explodir de alegria, amor e louvor pelas maravilhas das manifestações de vida, recitando ou cantando o

«Cântico das Criaturas», de S. Francisco de Assis



Altíssimo, Omnipotente, Bom Senhor 
Teus são o Louvor, a Glória,
 
a Honra e toda a Bênção.
 

Louvado sejas, meu Senhor,
 
com todas as Tuas criaturas,
 
especialmente o senhor irmão Sol,
 
que clareia o dia e que,
 
com a sua luz, nos ilumina.
 
Ele é belo e radiante,
 
com grande esplendor;
 
de Ti, Altíssimo, é a imagem.
 

Louvado sejas, meu Senhor,
 
pela irmã Lua e pelas estrelas,
 
que no céu formaste, claras,
 
preciosas e belas.
 

Louvado sejas, meu Senhor.
 
pelo irmão vento,
 
pelo ar e pelas nuvens,
 
pelo sereno
 
e por todo o tempo
 
em que dás sustento
 
às Tuas criaturas.
 

Louvado sejas, meu Senhor,
 
pela irmã água, útil e humilde,
 
preciosa e casta.
 

Louvado sejas, meu Senhor,
 
pelo irmão fogo,
 
com o qual iluminas a noite.
 
Ele é belo e alegre,
 
vigoroso e forte.
 

Louvado sejas, meu Senhor,
 
pela nossa irmã, a mãe terra,
 
que nos sustenta e governa,
 
produz frutos diversos,
 
flores e ervas.
 

Louvado sejas, meu Senhor,
 
pelos que perdoam pelo Teu amor
 
e suportam as enfermidades
 
e tribulações.
 

Louvado sejas, meu Senhor,
 
pela nossa irmã, a morte corporal,
 
da qual homem algum pode escapar.
 

Louvai todos e bendizei o meu Senhor!
 
Dai-Lhe graças e servi-O
 
com grande humildade!


terça-feira, 16 de abril de 2013

OS PERIGOS DOS ALIMENTOS TRANSGÊNICOS

Você com certeza já conhece a campanha contra os transgênicos em nosso país e a apoia. Sua dificuldade pode aparecer na hora de comprar seus alimentos, porque não há campanhas públicas sobre como identificar os que têm são produzidos com transgênicos.

É por isso que decidi repassar um vídeo com uma série de imagens que podem ajudar nessa tarefa.

terça-feira, 9 de abril de 2013

DEGELO DE GELEIRAS: OBRA DA IRRESPONSABILIDADE HUMANA

Amigas e amigos,

mais uma vez reproduzo uma notícia recebida através do portal IHU, e o faço porque os dados publicados sinalizam a que ponto de risco chegamos por causa do tipo de progresso econômico que nos dominou nos últimos 200 anos, e de modo todo especial nas últimas três décadas. Para manter um produtivismo com expansão sem fim, espolia-se a natureza de bens por ela construídos em milhões ou até em bilhões de anos; para manter o produtivismo promove-se um consumismo de mercadorias desnecessárias à saúde e à verdadeira felicidade humana; o produtivismo e o consumismo são estratégias que garantem interesses do capital, cada dia mais concentrado em poucas e poderosas corporações mundiais. 

O artigo e os dados revelam uma das realidades criadas por esse tipo de progresso irresponsável: "as camadas de gelo acumuladas nos últimos 1,6 mil anos levaram apenas 25 anos para derreter". Pessoas, povos, junto com rios e toda a biodiversidade da região andina estão ameaçados de falta de água; na verdade, toda a região amazônica está ameaçada também. E isso por causa do aumento da velocidade do mercado mundializado, por causa da imposição de lucros e mais lucros para meia dúzia de senhores do mundo, por causa da submissão da vida aos interesses do capital financeiro.

É preciso entrar em acordos urgentes e mudar de rota, ou é preciso que os povos exijam mudanças estruturais profundas já. Sem isso, o que acontecerá às próximas gerações, ou até mesmo à próxima geração?!

Pense nisso ao ler o que segue: que posso fazer para apressar as mudanças que a Terra exige com urgência?



IHU - Notícias

Geleiras andinas atingem o menor índice em seis mil anos

Pesquisadores afirmam que camadas de gelo acumuladas nos últimos 1,6 mil anos levaram apenas 25 anos para derreter, representando uma ameaça para o suprimento de recursos hídricos da região. Um estudo realizado pela Universidade Estadual de Ohio revelou no último mês que o nível das geleiras andinas é o menor já atingindo nos últimos seis mil anos.

A reportagem é de Jéssica Lipinski e publicada pelo Instituto CarbonoBrasil, 08-04-2013.

A nova pesquisa, realizada na geleira Quelccaya, no Peru, analisou amostras de plantas que ficaram presas no gelo por milhares de anos. Os cientistas concluíram que o derretimento da geleira, que causou a exposição das plantas, tem aproximadamente 6,3 mil anos.

Segundo os pesquisadores, isso demonstra que o clima na Terra vem mudando nos últimos seis milênios, aquecendo lentamente. “Se em qualquer momento dos últimos seis mil anos essas plantas tivessem sido expostas por qualquer período de cinco anos, elas teriam se deteriorado. Isso nos diz que a camada de gelo tinha que estar lá há seis mil anos”, comentou Lonnie G. Thompson, glaciologista da Universidade Estadual de Ohio, ao New York Times.

O estudo mostra que o clima começou a mudar mais rapidamente a partir do século XVIII. Os pesquisadores, inclusive, acreditam que as transformações possam ter contribuído para a escassez de alimentos, o que, por sua vez, pode ter sua parte em conflitos ocorridos na época, como a Revolução Francesa. “Onde há interrupção de alimentos, há más notícias para qualquer governo”, explicou Thompson em uma entrevista.

Mas o que os cientistas também descobriram é que as camadas de gelo acumuladas nos últimos 1,6 mil anos levaram apenas 25 anos para derreter, indicando que, nos último quarto de século, o aquecimento das temperaturas está ocorrendo em um ritmo ainda mais acelerado. Para eles, isso sugere a participação cada vez maior da ação humana no clima do planeta.

Atualmente, estudiosos já se mostram preocupados com a rapidez no derretimento das geleiras andinas, já que elas são a principal fonte hídrica das comunidades que habitam os Andes e região, além de alimentarem boa parte dos rios que nascem no local. “Isso pode não ser tão rápido porque há muito gelo, mas podemos já estar presos a uma situação na qual estamos comprometidos a perder aquele gelo”, observou Mathias Vuille, cientista climático da Universidade Estadual de Nova York.

Pioneirismo

A análise é pioneira na área porque traz novas informações muito mais precisas sobre variabilidade climática, que podem ajudar pesquisadores do mundo inteiro em seus estudos sobre as atuais mudanças do clima e o papel do homem no fenômeno.

Através da análise de isótopos de oxigênio e hidrogênio no gelo, os estudiosos puderam descobrir a temperatura do período em que as camadas de gelo foram formadas, confirmando índices anteriores que já haviam sido registrados em outras geleiras, como as do Himalaia, no Tibete.

“Esses núcleos de gelo fornecem o maior registro de gelo tropical, e com maior resolução, até agora. Na verdade, depois de ter perfurado núcleos de gelo nos trópicos por mais de 30 anos, sabemos agora que esse é o registro de gelo tropical de mais alta resolução que provavelmente já foi recuperado”, concluiu Thompson.

“Fomos capazes de obter informações para as temperaturas de superfície do mar que remontam a muito antes de os humanos serem capazes de fazer tais medições, e muito antes de os humanos começarem a afetar o clima da Terra”, acrescentou o glaciologista.