Não ocuparei sua paciência com novos argumentos críticos em relação ao que estão chamando "novo código florestal", aprovado pelo Congresso Nacional. Na verdade, nada de novo. Pelo contrário, um retrocesso, pelo menos para quem tem como critérios de prática política a defesa e promoção da vida humana na Terra e da vida da própria Terra. Se for sancionado pela presidente Dilma, o ambiente da vida estará muito mais ameaçado, ao lado, é claro, de novos privilégios, novas oportunidade econômicas para os que dominam a terra e seus filhos e filhas.
Por isso, amigos e amigas, junto com o apoio ao movimento Veta Dilma - e a todo o projeto, porque os deputados e senadores conseguiram contaminá-lo no seu todo -, defendo e tenho apresentado, através de amigos com responsabilidades no governo federal, à própria presidente, a proposta seguinte: que ela, como Chefe de Estado, cumprindo as funções constitucionais que lhe foram confiadas pela cidadania, evite aceitar o encurralamento em que os ruralistas e seus comparsas a colocaram - incluindo com ameaça pública de que derrubarão quaquer veto -, e exija a convocação de um Referendo nacional, para que a cidadania expresse soberanamente se aceita ou não o código florestal votado pelo Congresso.
Se a decisão majoritária for contra, o país continuará melhor, e muito melhor, servido com o Código Florestal ainda vigente. E se algo dele deve ser melhorado, que seja feito através de processo realmente democrático, e não por meio da imposição de representantes que agem sem a mínima consulta aos seus representados, que são a única fonte seberana de poder na sociedade democrática. E que, neste caso, agiram em defesa dos seus próprios interesses e dos interesses dos finaciadores de suas campanhas políticas, com recursos utilizados para enganar os que neles votaram, pois certamente a maioria deles nunca imaginou que imporiam ao país esse tipo de legislação criminosa.
Reflitam sobre esta proposta, e trabalhem por ela se concordarem com os argumentos que a sustentam e se não tiverem medo de consultar a soberania popular, que decidirá a partir de ampla informação crítica, que caberá a todos nós levar a toda a população do país.
sábado, 28 de abril de 2012
OS DESAFIOS DA VIDA NA REGIÃO SERRANA DO RIO DE JANEIRO
Amigas, amigos,
estou retornando de trabalhos realizados na Região Serrana do Rio de Janeiro - a reunião da Comissão Provisória do MONADES (Movimento Nacional de Afetados por Desastres Socioambientais) e o Seminário em que foi publicado o documento que segue. Retorno com sentimentos de profunda admiração pela capacidade de superação da população da região, uma das mais afetadas por eventos climáticos extremos do Brasil. Ser capaz de não deixar-se imobilizar com a morte constatada de mais de 900 pessoas, sempre amigas, parentes, vizinhas, em cada uma das comunidades afetadas, já é ser testemunha de resitência e de esperança que remetem à consagração absoluta da vida presente na ressurreição de Jesus de Nazaré. Por este motivo, volto mais humanizado e agradecido ao povo destas belíssimas montanhas, infelizmente agredidas e descuidadas por seres humanos.
Por outro lado, mais uma vez retorno com sentimento de indignação em relação à péssima presença e atuação do Estado brasileiro. Vocês poderão compartilhar comigo esse sentimento ao ler o documento elaborado pelos participantes do Seminário e entregue a gestores públicos que representaram órgãos do Governo Federal, estadual e municipal.
Quero ainda compartilhar a alegria dos membros da Comissão do MONADES, tanto nos dias da reunião, muito produtiva, como na sua prática de co-promotores do Seminário. Aos poucos, como tudo que é vivo, este movimento social vai se consolidando, e com ele, a voz dos milhares de Afetados por desastres sociambientais em todo o país.
Dediquem um tempo à leitura do documento do Seminário, pois é oportunidade para perceber a realidade da vida, a reflexão e a prática da cidadania dos participantes, reunidos em Teresópolis nos dias 26 e 27 de abril.
estou retornando de trabalhos realizados na Região Serrana do Rio de Janeiro - a reunião da Comissão Provisória do MONADES (Movimento Nacional de Afetados por Desastres Socioambientais) e o Seminário em que foi publicado o documento que segue. Retorno com sentimentos de profunda admiração pela capacidade de superação da população da região, uma das mais afetadas por eventos climáticos extremos do Brasil. Ser capaz de não deixar-se imobilizar com a morte constatada de mais de 900 pessoas, sempre amigas, parentes, vizinhas, em cada uma das comunidades afetadas, já é ser testemunha de resitência e de esperança que remetem à consagração absoluta da vida presente na ressurreição de Jesus de Nazaré. Por este motivo, volto mais humanizado e agradecido ao povo destas belíssimas montanhas, infelizmente agredidas e descuidadas por seres humanos.
Por outro lado, mais uma vez retorno com sentimento de indignação em relação à péssima presença e atuação do Estado brasileiro. Vocês poderão compartilhar comigo esse sentimento ao ler o documento elaborado pelos participantes do Seminário e entregue a gestores públicos que representaram órgãos do Governo Federal, estadual e municipal.
Quero ainda compartilhar a alegria dos membros da Comissão do MONADES, tanto nos dias da reunião, muito produtiva, como na sua prática de co-promotores do Seminário. Aos poucos, como tudo que é vivo, este movimento social vai se consolidando, e com ele, a voz dos milhares de Afetados por desastres sociambientais em todo o país.
Dediquem um tempo à leitura do documento do Seminário, pois é oportunidade para perceber a realidade da vida, a reflexão e a prática da cidadania dos participantes, reunidos em Teresópolis nos dias 26 e 27 de abril.
SEMINÁRIO SOBRE IMPACTOS DOS
DESASTRES SOCIOAMBEINTAIS NO RIO DE JANEIRO
INTERLOCUÇÃO DOS
PARTICIPANTES DO SEMINÁRIO COM REPRESENTANTES DO GOVERNO FEDERAL, ESTADUAL E
MUNICIPAL
As entidades
promotoras e todos os participantes do Seminário apresentam às autoridades
governamentais presentes, e através deles, a todas as instâncias de governo, um
resumo da realidade constatada e da análise crítica do que ocorre na Região
Serrana e em outras regiões do estado do Rio de Janeiro e, a partir desses
dados e em vista da superação dos problemas e desafios, algumas propostas de
políticas e de ações por parte dos municípios, do estado e do governo federal.
Nosso objetivo é contribuir, como cidadãos e cidadãs, com a responsabilidade
das instituições do Estado Brasileiro.
Os
participantes assumem o compromisso de manterem-se articulados para atuar com
mais eficácia junto aos afetados por desastres socioambientais, promovendo a
autoestima, reforçando a organização e o protagonismo das pessoas, famílias e
comunidades afetadas, e lutando, junto com elas, para que haja efetivas
políticas públicas que reconheçam, promovam e garantam seus direitos. Sem
substituir o Estado, decidem melhorar cada dia mais seu serviço aos
empobrecidos, promovendo todas as dimensões da vida humana através da acolhida,
do diálogo, do apoio psicológico, do estímulo para a prática da cidadania na
busca e construção de novas formas de viver, junto com as pessoas e com o
ambiente vital da Terra.
1. REALIDADE DA VIDA E DO MEIO AMBIENTE
É triste constatar que há famílias de atingidos desde a década de 1980
que ainda estão sem casa, e que outras estão com Aluguel Social nos municípios
desde 2008, e continuam sem perspectivas de quando terão casas para morar.
As pessoas estão cansadas de preencher cadastros sem que nada de novo
aconteça; fica claro para elas que não há articulação entre repartições e órgãos
públicos municipais, estaduais, federais, pois não repassam os dados uns aos
outros.
Não há em toda a região política pública fundiária e habitacional, gerando
insegurança geral, de modo especial quando se cria um ambiente em que se
anuncia desocupações de áreas sem garantias de realocação.
A extinção da política
habitacional há trinta anos, aliada à política imediatista e do uso de
regularização de ocupações irregulares com fins eleitoreiros, contribuiu para
se chegar à situação que agravou os efeitos sociais e ambientais dos desastres.
Na região rural, constatam-se graves problemas em relação às indenizações:
muito abaixo do valor para a terra e benfeitorias dos que são proprietários, e quase
inexistente para as posses e bens dos posseiros.
A falta de mapeamento de risco e revisão dos planos diretores dos
municípios tendo presente a nova realidade das mudanças climáticas deixa a
região em ambiente de insegurança permanente e dificulta ações efetivas no
enfrentamento dos problemas.
O projeto de construtoras e empreiteiras de construir um conjunto
habitacional de prédios em uma única área, juntando famílias de áreas urbanas e
rurais, sem respeito aos parentescos, vizinhanças, cultura, contraria o Decreto
do Governo do Estado no sentido de que deveriam ser respeitadas as áreas e o
grupo social nos casos de reassentamento e é rejeitado pelos atingidos por
desastres socioambientais por ser uma afronta a seus direitos e ser uma nova
forma de discriminação social.
Para as famílias das áreas camponesas, a transferência para
apartamentos do conjunto habitacional é inaceitável, desnorteador, pois não têm
empregos urbanos e desejam continuar trabalhando na agricultura.
Não tem fundamento a afirmação de que não haveria terrenos em boas
condições para reassentamentos descentralizados; a oferta das imobiliárias
prova o contrário; na verdade, seria possível um número maior de assentamentos
com menor número e maior qualidade de vida.
É geral a falta de acesso às informações sobre o que é decidido em
relação às pessoas, sobre os processos de desapropriação, sobre os direitos dos
atingidos, e a classificação da situação é feita de cima para baixo, com autoritarismo,
sem que a população tenha amplo acesso aos processos administrativos.
É escandaloso que das mais de 74 pontes necessárias, apenas uma ponte tenha
sido construída.
A infraestrutura de estradas, pontes, retirada de entulhos, contenção
de encostas, reflorestamentos, saneamento, transporte continuam num abandono
geral.
A população não entende e não aceita os absurdos processos de desassoreamento
dos rios, alguns deles abandonados pouco depois de começados.
As famílias estão cansadas por causa do longo tempo de abandono, agravado
por cobranças em relação ao que foi perdido: documentos, cartão de crédito, carros
e outros bens financiados...
A indefinição do que acontecerá com as pessoas e comunidades, e a falta
de um plano bem estruturado do que será realizado, deixa as pessoas
desorientadas e até mesmo as instâncias públicas batem cabeça e são
ineficientes.
Não há apoio psicológico e assistência à saúde de todas as pessoas
afetadas, e no caso das crianças, falta apoio e segurança para seu processo
escolar.
Constata-se falta de transparência em relação aos recursos públicos
destinados aos atingidos e afetados: criam-se expectativas, mas nada é feito.
Onde estão os recursos liberados? Não existe participação da sociedade no
controle dos recursos públicos.
Constata-se incompetência administrativa dos municípios para dar conta
do que é necessário fazer para garantir os direitos dos afetados.
Em relação aos projetos exigidos para acessar recursos públicos,
constata-se que há exigências burocráticas que tornam praticamente impossível seu
acesso pelos afetados por desastres.
2. CAUSAS DAS SITUAÇÕES CONSTATADAS
O agravamento das precipitações pluviométricas em toda a Região Serrana
do RJ tem como causa o aquecimento global provocado pela emissão de gases de
efeito estufa em todo o planeta, processo em que o Brasil também contribui
através de diferentes atividades econômicas e especialmente com a derrubada e
queima de florestas, que se agravará, com certeza, se for aplicado o chamado
novo Código Florestal, recentemente aprovado pelo Congresso Nacional. A
situação de desequilíbrio ambiental provocado por ações humanas só se agravará
se o desenvolvimento continuar centrado e a serviço da economia comandada por
grupos econômicos que só buscam mais e mais lucros, sem levar em conta a vida
de todas as pessoas, de todos os seres vivos e da própria vida da Terra.
A falta de uma política habitacional que garanta o direito à moradia
aos empobrecidos, bem como a falta de ação pública de proteção das Áreas de
Proteção Permanente, resultou na construção de moradias e iniciativas agrícolas
e de turismo em beiras de rios e em encostas, agravando os efeitos das
enchentes e aumentando os riscos de desastres sociais.
Tudo indica que está em andamento a prática de “indústria dos desastres
socioambientais”, pois estão sendo usados como oportunidades para negócios
privados e para desvios e má gestão dos recursos também por órgãos públicos.
A falta de ação conjunta das instâncias de governo está na raiz do
emperramento e da falta de atendimento e garantia dos direitos sociais e
ambientais nas áreas de desastres socioambientais.
As divisões e desaforos partidários têm tudo a ver com a inexistência
de políticas públicas efetivas e com a construção de justificativas pela
ausência do Estado junto à população que teve perda total em desastres.
A falta de políticas e de investimento em prevenção confirma a falta de
empenho na busca de soluções definitivas do que provoca desastres – e quando
algo é feito, só se considera as áreas urbanas, e não as áreas rurais, e é feito
sem participação popular, sem valorizar o que o povo sabe e pode fazer.
A burocratização, a falta de interligação entre as áreas de gestão
governamental, que aparece, por exemplo, na incapacidade de uso comum dos dados
e informações colhidos, encarece as iniciativas, torna ineficiente sua atuação
e leva a sociedade ao descrédito em relação ao poder público.
A ineficiência e baixa qualidade dos serviços públicos estão ligados,
entre outras causas, à falta de formação e capacitação dos funcionários das
prefeituras.
O incentivo a ocupações desordenadas impede iniciativas econômicas e
geração de oportunidades de trabalho em toda a região.
A significativa produção agrícola sofre pela indefinição fundiária e
deixa na insegurança os produtores, especialmente os que não têm título de
propriedade.
A educação escolar é descolada da realidade e não incorpora a educação
para a defesa civil num contexto de mudanças climáticas.
Há um descolamento e até contraposição entre Estado e cidadania, gerando
desconfianças e descrédito e impedindo efetivas ações conjuntas.
3. PROPOSTAS
Tendo presente a realidade da Região Serrana e demais regiões do estado
do Rio de Janeiro, os participantes do presente Seminário apresentam aos
responsáveis pelas políticas públicas as propostas que seguem.
1. É preciso que as políticas de prevenção e de enfrentamento dos
efeitos sociais e ambientais dos desastres socioambientais sejam articulados
com a Política Nacional de Mudanças Climáticas, visando implementar mudanças
que impeçam ou minimizem os desastres e para garantir que os direitos dos
atingidos sejam garantidos imediatamente e com iniciativas que contribuam para
a recuperação das áreas degradadas por desastres.
2. Em vista disso, é absolutamente inaceitável que entre em vigor o
chamado “novo código florestal” aprovado pelo Congresso Nacional, e o presente
Seminário reforça a proposta dos movimentos sociais em favor do veto da
presidente Dilma ou da convocação de um Referendo Popular, para que a cidadania
decida se aceita ou não o que foi decidido pelo Congresso.
3. É absolutamente prioritário definir uma política habitacional
específica para os atingidos por desastres socioambientais, com os seguintes
critérios: sejam construídas casas, e não prédios de microapartamentos; sejam
construídas em núcleos descentralizados, que respeitem as práticas e relações
culturais, que colaborem para manter a estrutura social que existia; sejam
construídas em locais próximos aos meios de vida que as pessoas tinham. Quando
uma comunidade aceitar a construção de apartamentos, que o seu tamanho seja
definido pela população e que sejam considerados critérios acima referidos.
4. Que a política habitacional tenha a mesma prioridade dada à política
ambiental, e seja bem relacionada com ela. Nesse sentido, é preciso rever e
reelaborar, com participação real da população, o zoneamento urbano e rural e o
planejamento da ocupação do território de cada município.
5. Que seja elaborado um plano de metas de curto, médio e longo prazo
para concretização desta política habitacional, garantindo o direito à
habitação de todas as famílias e pessoas afetadas por desastres
socioambientais. Que o aluguel social não seja usado como desculpa para atrasar
a construção das moradias; pelo contrário, que as habitações sejam construídas
no menor prazo possível para evitar gastos com aluguel social.
6. Que os programas de construção de casas para os atingidos por
desastres não seja vinculado ao Minha Casa Minha Vida, pois eles têm direito garantido
pela Constituição à moradia sem assumir dívidas.
7. Que seja definida uma política de ações preventivas, com estratégias
de urbanização de áreas carentes, intervenção nas áreas de risco, com troca de
casa por casa e de terra por terra quando a realocação for necessária.
8. Que sejam definidas metas de curto e médio prazo para a recuperação
de pontes, estradas, desassoreamento de rios, contenção de encostas,
recuperação das matas ciliares, reflorestamento de encostas. E que haja mais
alternativas de transporte para a população rural.
9. Que as políticas públicas e projetos sejam sempre elaborados,
implementados, avaliados e fiscalizados com participação popular e com controle
social na gestão dos recursos. E é preciso garantir que os recursos liberados
não retornem sem sua aplicação nos objetivos a que se destinam. Nesse sentido,
que haja efetiva corresponsabilidade governamental na execução dos projetos
aprovados e no uso dos recursos a eles destinados.
10. Para viabilizar a participação cidadã, que sejam implementadas
ações que garantam acesso da população a todas as informações que dizem
respeito à sua vida.
11. Que seja construída comunitariamente uma política de educação
ambiental crítica que leve os moradores da região a entender os fenômenos das
mudanças climáticas e suas consequências na região para se pensar estratégias
de prevenção e de adaptação.
12. Que seja fortalecida a rede de cuidados em todos os locais através
da articulação e responsabilização psicossocial, levando-se em consideração a
necessidade de aumento de profissionais de saúde comunitária frente ao aumento
da demanda de vítimas de desastres socioambientais.
Teresópolis, 27 de
junho de 2012.
domingo, 22 de abril de 2012
BRASIL ENTRA NA ENERGIA SOLAR?
Participando de seminário sobre o Modelo Energético brasileiro, promovido pela Secretaria Geral do Governo e pela Plataforma Operária e Camponesa de Energia, liderada pelo MAB, foi possível perceber que sociedade civil e governo federal não falam a mesma linguagem em relação à energia.
Pelo lado do governo, tudo é pensado em relação ao crescimento econômico, previsto para algo em torno de 5% para os próximos anos, tem como objetivo antecipar-se às necessidades dos consumidores e a energia sempre é pensada como uma mercadoria.
Já a sociedade questiona a previsão de crescimento, não aceita que a energia, como a água e outros bens naturais essenciais à vida, sejam reduzidos à condição de mercadorias, insiste que se deve priorizar a revisão do destino da energia produzida, aumentar a eficiência energética em todo o processo de produção, distribuição e uso, e quer que sejam levadas a sério as fontes mais limpas de energia, como o sol e os ventos. Além disso, insiste na necessidade de avançar em mudanças estruturais do sistema capitalista dominante no Brasil.
Em termos mais gerais, ficou claro no seminário que o grande desafio não é de caráter técnico ou de planejamento. Antes disso, é fundamental redefinir a Política Energética através de um processo efetivamente democrático, em que a cidadania participe da decisão. Uma vez definida, ainda assim o processo de planejamento e de execução deve continuar aberto ao diálogo com a sociedade.
Em todo esse esforço de diálogo, num evento que pode sinalizar mudança na forma tecnocrática e autoritária de implementação da política energética, pouco se levou em conta que a decisão política em relação à produção e uso da energia elétrica deve ter presente os desafios que a Terra está apresentando aos seres humanos. Se não houver diminuição de consumo de bens naturais, se não diminuir a emissão de gases de efeito estufa, se não for superado o sistema que exige produção e consumo em crescimento constante, as condições de vida se tornarão cada dia mais difíceis.
Nesse contexto, a regulamentação do Ministério de Minas e Energia, que normatiza o que é definido como "troca de energia ativa", deve ser saudada como um primeiro passo no reconhecimento do sol como fonte de energia elétrica. Permite que a família se torne produtora de energia e jogue a energia produzida na Rede Pública. Um novo tipo de relógio marcará tanto a energia produzida como a consumida, gerando um débito ou um crédito para os meses seguintes. A prática das famílias poderá forçar um avanço nesta relação, exigindo que os créditos sejam pagos pelas empresas, como acontece em outros países; isso possibilitaria, por exempo, que famílias do Semi-Árido brasileiro complementassem sua renda com a venda de energia elétrica, uma vez que estão em região muito favorável de insolação, e essa renda poderia significar o fim de sua dependência das "bolsas" do governo federal ou dos governos estaduais.
Pelo lado do governo, tudo é pensado em relação ao crescimento econômico, previsto para algo em torno de 5% para os próximos anos, tem como objetivo antecipar-se às necessidades dos consumidores e a energia sempre é pensada como uma mercadoria.
Já a sociedade questiona a previsão de crescimento, não aceita que a energia, como a água e outros bens naturais essenciais à vida, sejam reduzidos à condição de mercadorias, insiste que se deve priorizar a revisão do destino da energia produzida, aumentar a eficiência energética em todo o processo de produção, distribuição e uso, e quer que sejam levadas a sério as fontes mais limpas de energia, como o sol e os ventos. Além disso, insiste na necessidade de avançar em mudanças estruturais do sistema capitalista dominante no Brasil.
Em termos mais gerais, ficou claro no seminário que o grande desafio não é de caráter técnico ou de planejamento. Antes disso, é fundamental redefinir a Política Energética através de um processo efetivamente democrático, em que a cidadania participe da decisão. Uma vez definida, ainda assim o processo de planejamento e de execução deve continuar aberto ao diálogo com a sociedade.
Em todo esse esforço de diálogo, num evento que pode sinalizar mudança na forma tecnocrática e autoritária de implementação da política energética, pouco se levou em conta que a decisão política em relação à produção e uso da energia elétrica deve ter presente os desafios que a Terra está apresentando aos seres humanos. Se não houver diminuição de consumo de bens naturais, se não diminuir a emissão de gases de efeito estufa, se não for superado o sistema que exige produção e consumo em crescimento constante, as condições de vida se tornarão cada dia mais difíceis.
Nesse contexto, a regulamentação do Ministério de Minas e Energia, que normatiza o que é definido como "troca de energia ativa", deve ser saudada como um primeiro passo no reconhecimento do sol como fonte de energia elétrica. Permite que a família se torne produtora de energia e jogue a energia produzida na Rede Pública. Um novo tipo de relógio marcará tanto a energia produzida como a consumida, gerando um débito ou um crédito para os meses seguintes. A prática das famílias poderá forçar um avanço nesta relação, exigindo que os créditos sejam pagos pelas empresas, como acontece em outros países; isso possibilitaria, por exempo, que famílias do Semi-Árido brasileiro complementassem sua renda com a venda de energia elétrica, uma vez que estão em região muito favorável de insolação, e essa renda poderia significar o fim de sua dependência das "bolsas" do governo federal ou dos governos estaduais.
quinta-feira, 19 de abril de 2012
NÃO DEIXE OS QUILOMBOLAS SEREM SACRIFICADOS
ADI 3239 - Assine a petição e ajude a garantir
o direito das Comunidades Quilombolas no Brasil
Esta semana será votada uma ação que terá um enorme impacto na luta por direitos em nosso país. Precisamos da ajuda de todas e todos. Mobilizem-se, divulguem esta mensagem e assinem a petição abaixo, assim como, KOINONIA – Presença Ecumênica e Serviço, membro de ACT Aliança, e o Centro de Assessoria Popular Mariana Criola, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, a Associação de Moradores Quilombolas de Santana, a Coordenadoria Ecumênica de Serviço - CESE e Terra de Direitos.
Há oito anos, o partido Democratas (DEM), moveu uma ação contra as comunidades quilombolas, ao alegar que o Decreto Federal 4887/2003, assinado pelo ex-presidente Lula, que regulamentou o processo de titulação das terras dos remanescentes das comunidades de quilombos, era inconstitucional. Hoje, juntamente com a bancada ruralista, o partido pretende a qualquer custo aprovar a Ação Direta de Inconstitucionalidade - ADI 3239, que será votada no próximo dia 18 de abril no Superior Tribunal Federal - STF.
Se for aprovada, será um enorme retrocesso para a luta das mais de 5 mil comunidades quilombolas no Brasil.
Precisamos reagir e mostrar ao governo federal e à presidenta Dilma Rousseff essa grande violação dos direitos adquiridos historicamente! Organizações e comunidades dos quatro cantos do país estão se mobilizando para fazer uma grande ação que reunirá mais de mil quilombolas de 14 estados e do Distrito Federal e contará ainda com a participação de povos indígenas na próxima semana em Brasília.
O processo de julgamento da ADI 3239 no Supremo Tribunal Federal faz parte de um pacote de ações dos ruralistas que caminham contra a luta histórica das comunidades quilombolas e dos povos indígenas que mais sofreram – e ainda sofrem – em nosso país. Já assistimos a algumas derrotas com o Código Florestal e a PEC 215 no Congresso, não podemos mais retroceder nessa luta! Organizações, movimentos e sociedade civil precisam se unir e combater essa violação de direitos.
Precisamos mobilizar organizações e pessoas e pautar essa votação em todos os lugares. Há diversas formas de ajudar: mobilizando e compartilhando esta mensagem para todos os seus contatos, demandando das representações políticas uma posição sobre o caso e pressionando o Governo Brasileiro a agir em prol da defesa de direitos.
Queremos reunir o maior número possível de assinaturas de organizações da sociedade civil, ONGs, associações, sindicatos, igrejas e instituições filantrópicas e sociais que apoiam a luta por direitos no Brasil. Assine a petição e divulgue entre seus parceiros (atenção: a petição poderá ser assinada por organizações, bem como, indivíduos).
http://www.peticaopublica.com.br/?pi=P2012N23370
O documento com as assinaturas será entregue pelas comunidades quilombolas a representantes do Governo e do Supremo Tribunal Federal até a sexta, 20 de abril.
Para mais informações:
http://www.koinonia.org.br
Associação de Moradores Quilombolas de Santana
Centro de Assessoria Popular Mariana Criola
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB
Coordenadoria Ecumênica de Serviço - CESE
Terra de Direitos
Texto base da Coordenadoria Ecumênica de Serviço – CESE
o direito das Comunidades Quilombolas no Brasil
Esta semana será votada uma ação que terá um enorme impacto na luta por direitos em nosso país. Precisamos da ajuda de todas e todos. Mobilizem-se, divulguem esta mensagem e assinem a petição abaixo, assim como, KOINONIA – Presença Ecumênica e Serviço, membro de ACT Aliança, e o Centro de Assessoria Popular Mariana Criola, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, a Associação de Moradores Quilombolas de Santana, a Coordenadoria Ecumênica de Serviço - CESE e Terra de Direitos.
Há oito anos, o partido Democratas (DEM), moveu uma ação contra as comunidades quilombolas, ao alegar que o Decreto Federal 4887/2003, assinado pelo ex-presidente Lula, que regulamentou o processo de titulação das terras dos remanescentes das comunidades de quilombos, era inconstitucional. Hoje, juntamente com a bancada ruralista, o partido pretende a qualquer custo aprovar a Ação Direta de Inconstitucionalidade - ADI 3239, que será votada no próximo dia 18 de abril no Superior Tribunal Federal - STF.
Se for aprovada, será um enorme retrocesso para a luta das mais de 5 mil comunidades quilombolas no Brasil.
Precisamos reagir e mostrar ao governo federal e à presidenta Dilma Rousseff essa grande violação dos direitos adquiridos historicamente! Organizações e comunidades dos quatro cantos do país estão se mobilizando para fazer uma grande ação que reunirá mais de mil quilombolas de 14 estados e do Distrito Federal e contará ainda com a participação de povos indígenas na próxima semana em Brasília.
O processo de julgamento da ADI 3239 no Supremo Tribunal Federal faz parte de um pacote de ações dos ruralistas que caminham contra a luta histórica das comunidades quilombolas e dos povos indígenas que mais sofreram – e ainda sofrem – em nosso país. Já assistimos a algumas derrotas com o Código Florestal e a PEC 215 no Congresso, não podemos mais retroceder nessa luta! Organizações, movimentos e sociedade civil precisam se unir e combater essa violação de direitos.
Precisamos mobilizar organizações e pessoas e pautar essa votação em todos os lugares. Há diversas formas de ajudar: mobilizando e compartilhando esta mensagem para todos os seus contatos, demandando das representações políticas uma posição sobre o caso e pressionando o Governo Brasileiro a agir em prol da defesa de direitos.
Queremos reunir o maior número possível de assinaturas de organizações da sociedade civil, ONGs, associações, sindicatos, igrejas e instituições filantrópicas e sociais que apoiam a luta por direitos no Brasil. Assine a petição e divulgue entre seus parceiros (atenção: a petição poderá ser assinada por organizações, bem como, indivíduos).
http://www.peticaopublica.com.br/?pi=P2012N23370
O documento com as assinaturas será entregue pelas comunidades quilombolas a representantes do Governo e do Supremo Tribunal Federal até a sexta, 20 de abril.
Para mais informações:
http://www.koinonia.org.br
Associação de Moradores Quilombolas de Santana
Centro de Assessoria Popular Mariana Criola
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB
Coordenadoria Ecumênica de Serviço - CESE
Terra de Direitos
Texto base da Coordenadoria Ecumênica de Serviço – CESE
quarta-feira, 18 de abril de 2012
REFORÇAR A LUTA CONTRA O CONTOLE DAS PESQUISAS
Entrem nessa, amigos e amigas, porque este fato revela o poder das iniciativas privadas contra o conhecimento produzido por pesquisas que identificam o que deve ser mudado em favor da população. Só se aceita o que elogia.
Abaixo-assinado Carta aberta em apoio à Professora Ligia BahiaPara:Ilmo. Sr. Mauricio Ceschin Diretor-Presidente da Agência Nacional de Saúde Suplementar — ANS Ilmo. Sr. Glaucius Oliva Presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico — CNPq
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quinta-feira, 12 de abril de 2012
CUIDAR DA AMAZÔNIA E DO AMBIENTE VITAL É FANTASIA?
Costuma-se dizer que é melhor as pessoas serem transparentes em relação ao que pensam, em especial quando respondem por cargos públicos. No que está sendo motivo de reflexão, a presidente Dilma deixou claro o que pensa quando se fala de energia. Para ela, tudo que se refere à busca de novas fontes de energia é fantasia. E por isso, todos e todas que defendem a possibilidade e a necessidade de que o Brasil migre das atuais fontes de energia - barragens de rios, petróleo, gás, carvão, urânio e álcool anídrico - para a geração a partir do sol, dos ventos, dos restos orgânicos e dos movimentos das águas do mar, não passam de sonhadores irresponsáveis, propagadores de fantasias.
Permito-me discordar frontalmente da presidente, e o faço como eleitor que ajudou a confiar-lhe a responsabilidade da Presidência, e como pessoa que estuda essa questão da energia tendo presentes os desafios que a Terra e todos os seres vivos enfrentam na atualidade, desafios que se agravarão muito se forem mantidas as atuais fontes de geração de energia elétrica, e mais ainda se aumentar o consumo desta energia para favorecer iniciativas de produção de commodities que visam exclusivamente o aumento de lucros.
De fato, enquanto em muitas partes do mundo se avança na substituição das energias poluidoras por energia solar e eólica, no Brasil teima-se em continuar acomodados no uso do que resta de rios e córregos, construindo barragens que, comprovadamente, colocam em risco tudo que caracteriza os próprios rios, expulsam povos e comunidades ribeirinhas, destroem florestas, cobrem vales e geram quantidades imensas de metano, um gás que provoca mais aquecimento da atmosfera do que o dióxido de carbono. A única justificativa apresentada é a de que essa energia seria mais barata, quando, na verdade, se fossem levados em conta todos os custos ambientais, sociais, culturais, bem como os custos com as perdas nas linhas de transmissão, não há como comparar com os custos da instalação de painéis fotovoltaicos nas casas, nas fábricas, nos hospitais e todos os prédios públicos, de forma descentralizada e com participação das comunidades. Vale o mesmo em relação à energia eólica, quando descentralizada, próxima ao uso e produzida com participação das comunidades.
Presidente Dilma, é bom e, ao mesmo tempo, preocupante, ter sua declaração como prova de que continua compromentida de forma conservadora com as grandes obras hidrelétricas, no mínimo indiferente aos clamores dos povos indígenas e demais pessoas que as colodam em questão não por não desejarem energia, mas porque estão convencidas de que se pode produzir a energia necessária sem continuar agredindo a Amazônia e todos os vales de todas as regiões do país. Para isso, é preciso rever o uso que se faz e se fará da energia, redefinindo o que realmente é necessário para a vida, especialmente dos seres humanos; é preciso apostar seriamente na busca de eficiência energética, seja na produção, como na distribuição e no uso empresarial e doméstico; é preciso reconhecer, valorizar e promover novas tecnologias ligadas às fontes alternativas de energia.
Se desejamos que nossos filhos e netos, presidente Dilma, tenham um ambiente equilibrado para viver, precisamos assumir a responsabilidade de tomar decisões corajosas, inovadoras, adequadas ao século XX, que não se limitam a responder a interesses de curto prazo. Se não fizermos isso, enfrentando, se necessário, a acusação dos grupos econômicos atualmente dominantes, e que desejam aumentar seu domínio, de que seriam "políticas fantasiosas", entraremos na história, eu e você, Dilma, como responsáveis por não termos feito o que ainda era possível para evitar o agravamento do desequilíbrio ecológico da Terra, desquilíbrio que se expressa no aquecimento global progressivo da atmosfera e nos eventos extremos de mudanças climáticas.
Permito-me discordar frontalmente da presidente, e o faço como eleitor que ajudou a confiar-lhe a responsabilidade da Presidência, e como pessoa que estuda essa questão da energia tendo presentes os desafios que a Terra e todos os seres vivos enfrentam na atualidade, desafios que se agravarão muito se forem mantidas as atuais fontes de geração de energia elétrica, e mais ainda se aumentar o consumo desta energia para favorecer iniciativas de produção de commodities que visam exclusivamente o aumento de lucros.
De fato, enquanto em muitas partes do mundo se avança na substituição das energias poluidoras por energia solar e eólica, no Brasil teima-se em continuar acomodados no uso do que resta de rios e córregos, construindo barragens que, comprovadamente, colocam em risco tudo que caracteriza os próprios rios, expulsam povos e comunidades ribeirinhas, destroem florestas, cobrem vales e geram quantidades imensas de metano, um gás que provoca mais aquecimento da atmosfera do que o dióxido de carbono. A única justificativa apresentada é a de que essa energia seria mais barata, quando, na verdade, se fossem levados em conta todos os custos ambientais, sociais, culturais, bem como os custos com as perdas nas linhas de transmissão, não há como comparar com os custos da instalação de painéis fotovoltaicos nas casas, nas fábricas, nos hospitais e todos os prédios públicos, de forma descentralizada e com participação das comunidades. Vale o mesmo em relação à energia eólica, quando descentralizada, próxima ao uso e produzida com participação das comunidades.
Presidente Dilma, é bom e, ao mesmo tempo, preocupante, ter sua declaração como prova de que continua compromentida de forma conservadora com as grandes obras hidrelétricas, no mínimo indiferente aos clamores dos povos indígenas e demais pessoas que as colodam em questão não por não desejarem energia, mas porque estão convencidas de que se pode produzir a energia necessária sem continuar agredindo a Amazônia e todos os vales de todas as regiões do país. Para isso, é preciso rever o uso que se faz e se fará da energia, redefinindo o que realmente é necessário para a vida, especialmente dos seres humanos; é preciso apostar seriamente na busca de eficiência energética, seja na produção, como na distribuição e no uso empresarial e doméstico; é preciso reconhecer, valorizar e promover novas tecnologias ligadas às fontes alternativas de energia.
Se desejamos que nossos filhos e netos, presidente Dilma, tenham um ambiente equilibrado para viver, precisamos assumir a responsabilidade de tomar decisões corajosas, inovadoras, adequadas ao século XX, que não se limitam a responder a interesses de curto prazo. Se não fizermos isso, enfrentando, se necessário, a acusação dos grupos econômicos atualmente dominantes, e que desejam aumentar seu domínio, de que seriam "políticas fantasiosas", entraremos na história, eu e você, Dilma, como responsáveis por não termos feito o que ainda era possível para evitar o agravamento do desequilíbrio ecológico da Terra, desquilíbrio que se expressa no aquecimento global progressivo da atmosfera e nos eventos extremos de mudanças climáticas.
A TROCA DO CÓDIGO FLORESTAL POR UMA LEI IRRESPONSÁVEL
Está na mídia a notícia de que a Câmara Federal votará o chamado novo código florestal no próximo dia 24 de abril. Antes de escrever algo sobre o assunto, decidi retomar as contribuições dos cientistas, do Ministério Público, da Agência Nacional de Águas e de tantos outros estudiosos, movimentos e pastorais sociais, e dei-me conta de que há praticamente um consenso entre as entidades da sociedade civil contra a proposta em votação. Aliás, há um consenso contra a proposta já aprovada pelo Senado, e maior ainda contra as novas pretenções dos deputados empresários do agronegócio e grandes proprietários de terras e dos que os apoiam.
Em outras palavras, o país está diante de um provável absurdo político: a aprovação de uma proposta de código florestal que entra em choque, até prova em contrário, com a vontade dos cidadãos e cidadãs que os legisladores dizem representar. Levantamento da Folha de São Paulo revelou que mais de 80% da cidadania é contrária a mudanças legislativas que agridam o meio ambiente. Os deputados federais, seguindo o exemplo do Senado, estão teimosamente preferindo seguir os argumentos interesseiros dos senhores de terras e seus assessores em suas decisões, desprezando as pesquisas, estudos e argumentos da ciência e dos movimentos sociais.
Tendo presente a gravidade do momento que vivemos, somo-me a todos e todas que estão convidando os cidadaãos e cidadãs a fazerem uma última tentativa de chamar os legisladores do Congresso Nacional a não aprovarem esse arremedo de código florestal. De fato, está mais do que demonstrado que se trata mais de uma lei favorável aos interesses dos grandes proprietários e dos que controlam os territórios urbanos, livrando-os de crimes ambientais cometidos e escancarando novas portas de exploração das áreas que deveriam ser preservadas. O Brasil não terá um Código Florestal verdadeiro, elaborado a partir dos conhecimentos científicos e da responsabilidade humana pelo equilíbrio do meio ambiente.
Por isso, se você pode mobilizar amigos e amigas, bem como comunidades e organizações sociais, a entrarem em contato com o deputado federal que elegeram com seu voto, avisando-o de que, por ser contrário à sua vontade, ele não pode aprovar o projeto de código florestal, não deixe de fazê-lo, e quanto antes. E não deixe de consultá-los sobre seu possível apoio à convocação de um referendo nacional para que a soberania popular decida se aceita ou não a decisão do Congresso Nacional sobre a mudança do atual Código Florestal.
Em outras palavras, o país está diante de um provável absurdo político: a aprovação de uma proposta de código florestal que entra em choque, até prova em contrário, com a vontade dos cidadãos e cidadãs que os legisladores dizem representar. Levantamento da Folha de São Paulo revelou que mais de 80% da cidadania é contrária a mudanças legislativas que agridam o meio ambiente. Os deputados federais, seguindo o exemplo do Senado, estão teimosamente preferindo seguir os argumentos interesseiros dos senhores de terras e seus assessores em suas decisões, desprezando as pesquisas, estudos e argumentos da ciência e dos movimentos sociais.
Tendo presente a gravidade do momento que vivemos, somo-me a todos e todas que estão convidando os cidadaãos e cidadãs a fazerem uma última tentativa de chamar os legisladores do Congresso Nacional a não aprovarem esse arremedo de código florestal. De fato, está mais do que demonstrado que se trata mais de uma lei favorável aos interesses dos grandes proprietários e dos que controlam os territórios urbanos, livrando-os de crimes ambientais cometidos e escancarando novas portas de exploração das áreas que deveriam ser preservadas. O Brasil não terá um Código Florestal verdadeiro, elaborado a partir dos conhecimentos científicos e da responsabilidade humana pelo equilíbrio do meio ambiente.
Por isso, se você pode mobilizar amigos e amigas, bem como comunidades e organizações sociais, a entrarem em contato com o deputado federal que elegeram com seu voto, avisando-o de que, por ser contrário à sua vontade, ele não pode aprovar o projeto de código florestal, não deixe de fazê-lo, e quanto antes. E não deixe de consultá-los sobre seu possível apoio à convocação de um referendo nacional para que a soberania popular decida se aceita ou não a decisão do Congresso Nacional sobre a mudança do atual Código Florestal.
terça-feira, 10 de abril de 2012
JUVENTUDE PELO FIM DO VOTO SECRETO PARLAMENTAR
Meus Amigos / Minhas Amigas,
Acabei de ler e assinar o abaixo-assinado online: «JUVENTUDE PELO FIM DO VOTO SECRETO PARLAMENTAR»
http://www.peticaopublica.com.br/?pi=P2012N22961
Eu concordo com este abaixo-assinado e acho que você também pode concordar.
Assine o abaixo-assinado e divulgue para seus contatos. Vamos juntos fazer democracia!
Obrigado,
IVO POLETTO - Assessor do Fórum Mudanças Climáticas e Justiça Social
Acabei de ler e assinar o abaixo-assinado online: «JUVENTUDE PELO FIM DO VOTO SECRETO PARLAMENTAR»
http://www.peticaopublica.com.br/?pi=P2012N22961
Eu concordo com este abaixo-assinado e acho que você também pode concordar.
Assine o abaixo-assinado e divulgue para seus contatos. Vamos juntos fazer democracia!
Obrigado,
IVO POLETTO - Assessor do Fórum Mudanças Climáticas e Justiça Social
quarta-feira, 4 de abril de 2012
QUANDO A CORRUPÇÃO SERÁ DERROTADA?
O que está sendo revelado como comportamento do senador Demóstenes, do DEM de Goiás, levanta uma pergunta: sendo ele, como outros, pelo menos na aparência, um paladino da moralidade pública, até onde está encrustrada a corrupção no Brasil?
A pergunda se justifica porque seu comportamento indica que, para ele, suas relações com criminosos seria algo natural ou correto. E aí surge outra pergunda: mas não é isso mesmo que caracteriza parte significativa do modo de proceder das elites brasileiras e dos que servem a elas?
Alguém já levantou uma outra pergunta, mais intrigante ainda: quem é realmente ladrão, o que apanha uma fruta para alimentar-se, ou os administradores de bancos que criam estratégias para quebrar países, com todas as consequências sociais que isso implica?
Por hoje, ficam as perguntas. É melhor buscar respostas em conjunto, com a cidadania, criando oportunidades para que os cidadãos e cidadãs descubram que não devem confiar a qualquer um, por mais que se apresente como moralista, sua parcela de poder democrático. O desafio é grande porque, como diz o ditado popular, há lobos que sabem apresentar-se com peles de ovelhas.
segunda-feira, 2 de abril de 2012
CÚPULA DOS POVOS POR JUSTIÇA SOCIAL E AMBIENTAL
A participação no Seminário internacional sobre Bem Comum, Atores e Estratégias, organizado pela Fundação Rosa Luxemburgo, foi oportunidade para perceber o interesse de muitas pessoas e organizações em relação à Cúpula dos Povos, que a sociedade civil mundial está organizando no Rio de Janeiro, no período em que acontecerá a Rio+20 da ONU. Por outro lado, revelou também que é preciso melhorar a informação sobre o evento.
Cresce a consciência de que é urgente dar um passo adiante em relação à capacidade de agir organizadamente em âmbito mundial para enfrentar os desafios da atualidade. Por isso, é fundamental que mais pessoas e entidades recebam notícias e convite para descobrierem como contribuirão, viajando ao Rio de Janeiro ou não, com a dinâminca das Assembleias dos Povos. De fato, tanto antes, como durante e depois, será necessário descobrir como fazer que ações localizadas se somem, sejam efetivas pressões políticas, tomando sentido global, dado força a todas e sendo reforçadas pelas demais.
Nessa perspectiva, cresce a importância do dia 20 de junho, pois será o Dia de Ação Global, convocado pela Cúpula dos Povos. Quanto maior o número de eventos e participantes, no maior número possível de localidades do mundo, tanto mais a Cúpula dos Povos terá sua palavra e suas decisões validadas, avançando na capacidade de criticar e de gerar alternativas ao modo capitalista de organizar a vida humana, claramente responsável pelos desequilíbrios climáticos e pelas crises de toda ordem sofridas pela humanidade.
Cresce a consciência de que é urgente dar um passo adiante em relação à capacidade de agir organizadamente em âmbito mundial para enfrentar os desafios da atualidade. Por isso, é fundamental que mais pessoas e entidades recebam notícias e convite para descobrierem como contribuirão, viajando ao Rio de Janeiro ou não, com a dinâminca das Assembleias dos Povos. De fato, tanto antes, como durante e depois, será necessário descobrir como fazer que ações localizadas se somem, sejam efetivas pressões políticas, tomando sentido global, dado força a todas e sendo reforçadas pelas demais.
Nessa perspectiva, cresce a importância do dia 20 de junho, pois será o Dia de Ação Global, convocado pela Cúpula dos Povos. Quanto maior o número de eventos e participantes, no maior número possível de localidades do mundo, tanto mais a Cúpula dos Povos terá sua palavra e suas decisões validadas, avançando na capacidade de criticar e de gerar alternativas ao modo capitalista de organizar a vida humana, claramente responsável pelos desequilíbrios climáticos e pelas crises de toda ordem sofridas pela humanidade.
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