quinta-feira, 24 de abril de 2014

MILLENIUM: O MAPA DA MINA DA MÍDIA DAS GRANDES EMPRESAS

VALE A PENA TER PRESENTE AS INFORMAÇÕES E O MAPA QUE MOSTRA O SERVIÇO QUE ESSE TAL MILLENIUM PRESTA ÀS EMPRESAS A QUEM ESTÁ LIGADO, BEM COMO AOS ESTADOS UNIDOS, DE QUEM RECEBE AS ORDENS. É UM INSTITUTO QUE SE DIZ "LIBERAL", MAS SUA ATUAÇÃO NÃO TEM NADA A VER COM A LIBERDADE DAS PESSOAS; O QUE ELE DEFENDE COM UNHAS E DENTES SÃO OS INTERESSES DA LIVRE INICIATIVA CAPITALISTA, QUE, COMO SE SABE, ESTÁ ASSENTADA SOBRE A IDEIA E A PRÁTICA DE QUE SÓ ELES, ESSES EMPRESÁRIOS E ESPECULADORES, PODEM E MERECEM SER LIVRES. OS DEMAIS, MESMO SENDO 99,99%, BEM, ESSES DEVEM SORRIR POR SEREM USADOS E EXPLORADOS POR ELES.

PRECISAMOS BUSCAR URGENTEMENTE AVANÇAR PELO CAMINHO DA VERDADEIRA DEMOCRACIA, A QUE COLOCARÁ SOB CONTROLE DO PODER SOBERANO DO POVO ESSA MINORIA, DEFININDO QUE TIPO DE ECONOMIA DESEJA PARA A VIDA DE TODAS AS PESSOAS E PARA A VIDA DA TERRA. SEM ISSO, ESSA MINORIA LOUCA ARRASARÁ O QUE A TERRA LEVOU BILHÕES DE ANOS PARA CRIAR COMO AMBIENTE FAVORÁVEL À VIDA, E LEVARÁ DE ROLDÃO A VIDA HUMANA NESTE PLANETA. 

Millenium: o mapa da mídia

24 de abril de 2014 | 08:30 Autor: Fernando Brito
Meu bom amigo Antonio Mello, depois de um tempo de recarga de energia, reativa seu blog em grande estilo, com um precioso mapa das conexões do Instituto Millenium, núcleo de interferência da direita e do grande capital na mídia brasileira.
(Dentro do post há uma versão clicável, que se amplia.)
Por mais que a gente saiba das ramificações empresariais e midiáticas deste think tank conservador, impressiona o volume e a interconexão entre eles.
O mais curioso é que o Ibad do século 21, com todos os seus altares liberais ainda funciona, em parte, com dinheiro público, porque as doações que recebe para investir contra o Estado são dedutíveis do Imposto de Renda, à medida em que é classificada como Organização de Interesse Público.
Mas, claro, tudo ali é “limpinho”, exceto o Brasil, que é um traste. Nós é que somos os blogueiros “sujos”, financiados com verba pública, mesmo que dela não receba um centavo.

millenium2

Mídia corporativa e Instituto Millenium, aliados dos EUA, usam
‘indignados úteis’ para transformar o Brasil numa nova Venezuela

Antonio Mello
Quando se fala em Lei de Meios; quando se faz o programa Mais Médicos trazendo médicos do exterior, em sua grande maioria de Cuba, para realizar trabalhos em áreas em que nossos médicos brasileiros se recusam a trabalhar; quando se participa ativamente do Mercosul e se toma atitudes independentes dos EUA, como a crítica severa – o verdadeiro pito – que a presidenta Dilma passou no presidente Obama, a respeito da espionagem estadunidense; quando o governo age desse modo, a mídia corporativa o acusa de estar “Venezuelando” o Brasil.
Mas quem está querendo transformar o Brasil numa Venezuela (não no que o chavismo e a revolução bolivariana trouxeram de positivo para aquele país – fim do analfabetismo, assistência médica, participação popular no governo, fim da subserviência aos EUA ), quem está querendo fazer a venezuelização do Brasil é a mídia corporativa, que estimula diariamente o preconceito – evidenciado na reação dos médicos brasileiros à importação de estrangeiros pelo programa Mais Médicos -, a ocupação dos antigos espaços nobres pelos emergentes, essa “gente diferenciada” que tomou de vez aeroportos, shoppings, restaurantes, antes frequentados apenas pelos que em geral têm como medida de suas vidas os EUA, e que hoje se ressentem da dificuldade de encontrar mão de obra barata, ou até em condições análogas à de escravidão…
A partir do Instituto Millenium, eles estão montando seus exércitos com pistoleiros, antigos e recém recrutados (não vou citar nomes, pois todos sabem quem são eles) para diariamente disparar contra o governo.
Basta visitar a página de comentários de qualquer um desses recrutas, soldados ou oficiais do porcalismo (palavra divulgada por este blog – sorry, o diabo é sábio não porque é diabo, mas porque é velho…) vendidos para ver o efeito devastador que causam na cabeça daqueles que chamo, desde 2005, de “indignados úteis” (leia abaixo postagem de 2006 sobre eles), zumbis ressentidos, que se alimentam de ódio e recalque diante do empoderamento de milhões de brasileiros.

DIA DE LUTA PELA CONSTITUINTE DO SISTEMA POLÍTICO

DE FATO, O QUE SE PODE ESPERAR, SEM INGENUIDADE OU CEGUEIRA, DOS MEMBROS DO ATUAL CONGRESSO NACIONAL? DE MODO ESPECIAL EM RELAÇÃO À NECESSÁRIA E URGENTE REFORMA POLÍTICA QUE O POVO EXIGE, ABSOLUTAMENTE NADA!

O QUE ELES FIZERAM E CONTINUARÃO FAZENDO É DEFENDER NOVOS PRIVILÉGIOS PARA OS GRUPOS ECONÔMICOS NACIONAIS-MULTINACIONAIS E O AGRONEGÓCIO, ATRELADO ÀS EMPRESAS QUE CONTROLAM A AGROINDÚSTRIA E A ESPECULAÇÃO FINANCEIRA COM O USO DOS ALIMENTOS EM ÂMBITO PLANETÁRIO. SÓ PARA LEMBRAR, É O QUE ESTÃO FAZENDO AO EMPURRAR GOELA ABAIXO SUA PROPOSTA DE NOVO CÓDIGO DA MINERAÇÃO E AS MUDANÇAS DA CONSTITUIÇÃO PARA RETIRAR DIREITOS ORIGINÁRIOS DOS POVOS INDÍGENAS.

POR ISSO, É FUNDAMENTAL A LUTA POR ESTA CONSTITUINTE JÁ.

Circular n
o 09/2014 – 07 de Maio: Dia Nacional de Luta pela Constituinte do Sistema Político
De: Secretaria Operativa Nacional
Para: Organizações Nacionais; Comitês Estaduais; Comitês Regionais.

Companheir@s construtores do Plebiscito em todo o Brasil! Estejam bem!

A Semana da Pátria e a votação do Plebiscito Popular se aproximam cada vez mais e atingir os mais amplos setores da população brasileira é nossa tarefa principal! Não temos dúvidas que é chegada a hora de levarmos a Campanha pela Constituinte para as ruas e enraizá-la cada vez mais!
As pautas reivindicadas pelos setores populares convergem para uma transformação profunda e estrutural na sociedade brasileira: a reforma do Sistema Político, que, dada a atual configuração do Congresso Nacional, só pode ser obtida através de uma Constituinte Exclusiva e Soberana que debata o tema com uma ampla participação popular.
Por isso, convocamos todos e todas que acreditam que “Com esse Congresso não dá! Queremos Constituinte Já!” para o Dia Nacional de Luta pela Constituinte do Sistema Político! 07 de Maio de 2014.Faremos atos massivos em todos os estados brasileiros, com foco nas capitais, envolvendo todas as entidades que constroem a campanha e mobilizando todas as regiões que temos comitês populares. Dessa forma,a criatividade de todas as organizações, comitês e militantes é fundamental para trabalhar nossa Bandeira de Luta em atos de rua que propagandeiem a campanha!

  1. Data: 7 de maio de 2014, quarta-feira
    Para garantir uma divulgação unificada dos atos, influenciar os meios de comunicação e dialogar com a sociedade, é importante garantirmos os atos nessa data, dando coesão e difusão nacional para a ação.
      
  2. Apoios
    Sugerimos que os Comitês Estaduais busquem o apoio das entidades que já constroem a campanha nos estados. Além disso acreditamos que este pode ser um momento muito oportuno para apresentar a Campanha para setores que ainda não aderiram à campanha e trazê-los para a luta!
    Nesse mesmo período (de 28 de abril a 9 de maio), o MST organizará Marchas nas capitais dos estados pela Reforma Agrária Popular e apoiará nosso Dia Nacional de Lutas. É importante que os comitês contatem os companheiros do MST para construir uma articulação conjunta para a Construção e Mobilização para os Atos.
  3. Comunicação
    É fundamental que os comitês estaduais destaquem companheir@s para executar a tarefa de comunicação. Isso significa produzir releases, memes, registros fotográficos, vídeos etc. para postarmos no site, na fanpage e nas demais redes sociais.
    Tudo que for produzido deve ser enviado para a Secretaria Nacional da Campanha (plebiscitoconstituinte@gmail.com), que organizará e fará a devida distribuição e difusão a todos(as).
  4. Materiais
    No nosso site encontram-se diversos Materiais de Divulgação da Campanha disponíveis para Baixar (http://www.plebiscitoconstituinte.org.br/material-de-divulgacao). No entanto, os estados podem produzir materiais próprios, como Panfletos, Faixas, Cartazes, além de Músicas, Batucadas, “decorações” das cidades,entre outros.

    Logo produziremos materiais para divulgação nas redes sociais. Fiquem atent@s para divulgarem esses materiais, que serão produzidos pelo Grupo de Comunicação Nacional.

    Ficamos à disposição para auxílio a essas ações e pedimos para que as Secretarias Operativas Estaduais/Regionais/Municipais levem o quanto antes esse debate para os espaços de coordenação da campanha.

    Boa luta e seguimos firmes por mudanças profundas em nosso Sistema Político!!!
    Constituinte Quando? Já!

                Secretaria Operativa Nacional
    Telefone: (11)2108-9336

QUAL SERÁ A INICIATIVA CONJUNTA DE CARLO PETRINI E PAPA FRANCISCO?

CARLO PETRINI É O CRIADOR E GRANDE INCENTIVADOR DO SLOW FOOD, UMA PRÁTICA OPOSTA AO FEST FOOD, LIGADA À PRODUÇÃO DE CADA TERRITÓRIO E À ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL E JUSTA. O ARTIGO QUE SEGUE DEIXA ISSO CLARO.

MAS O PAPA FRANCISCO ENTROU EM CONTATO COM ELE E, SEGUNDO PETRINI, NASCEU DAÍ UM PROJETO CONJUNTO, QUE DEVERÁ APARECER NO SEGUNDO SEMESTRE. DE MINHA PARTE, SUSPEITO QUE SEJA A PARTICIPAÇÃO DE PETRINI NA CARTA DO PAPA FRANCISCO SOBRE ECOLOGIA, PARA A QUAL PEDIU PARTICIPAÇÃO TAMBÉM DO BISPO ERWIN, DO XINGU. TOMARA, POIS ESTA SERÁ MAIS UMA PRÁTICA DE CRISTIANISMO REVOLUCIONÁRIO - DO JEITO DE JESUS -, NO CONTEXTO DO CATOLICISMO DA HIERARQUIA NOS ÚLTIMOS SÉCULOS: RECONHECER QUE PODE HAVER MAIS FÉ NUMA PESSOA AGNÓSTICA DO QUE EM MUITAS OUTRAS DO POVO DE DEUS, BASTANDO, PARA ISSO, QUE SUA PRÁTICA ESTEJA NO CAMINHO DA JUSTIÇA, DO AMOR À VIDA, DO CUIDADO COM A CRIAÇÃO. ESTA É A PRÁTICA DE PETRINI, COM O SLOW FOOD QUE JÁ É PRÁTICA DE MILHARES E MILHARES DE PESSOAS.

PELO QUE JÁ ANUNCIOU NA SUA "A ALEGRIA DO EVANGELHO", PENSO QUE FRANCISCO, BISPO DE TOMA E PAPA DA IGREJA CATÓLICA, ASSUMIRÁ A RIQUEZA DA PROPOSTA DO SLOW FOOD EM SUA MENSAGEM SOBRE A ECOLOGIA, UMA VEZ QUE É UMA DAS PRÁTICAS QUE COLOCA EM QUESTÃO O CONSUMISMO CAPITALISTA NEOLIBERAL E SUAS CONSEQUÊNCIAS. SERÁ MUITO IMPORTANTE POPULARIZAR ESTE MOVIMENTO EM TODO O PLANETA.


IHU -

Carlo Petrini, um revolucionário que agora anuncia um projeto junto ao papa Francisco

O movimento Slow Food cumpre um quarto de século crescendo como alternativa ao consumo tradicional de alimentos. Um documentário conta a história de seu fundador Carlo Petrini, um revolucionário que agora anuncia um projeto junto ao papa Francisco.
A reportagem é de Patricia Ortega Dolz e publicada pelo jornal El País, 22-04-2014.
A força de um homem ou de uma mulher foi medida ao longo da História por seu número de seguidores. Fiéis, adeptos, correligionários, torcedores, simpatizantes, partidários... Followers. Carlo Petrini não tem Twitter, mas uma onda de centenas de milhares de seguidores em todo o mundo – e em crescimento – entre os quais agora está o papa Franciscoe, durante anos, o príncipe Charles, da Inglaterra. Mas quem é Carlo Petrini?
Com essa pergunta começa o documentário Slow Food The Story realizado por ocasião dos 25 anos deste movimento gastronômico, de forte base humanista, ambientalista e hedonista: “Simplesmente é antinatural comer a mesma coisa em Pequim e na Finlândia, por exemplo; pense e analise tudo o que implica”, diz Petrini, por telefone, atendendo da sua casa em Bra, a cidade onde nasceu há 65 anos e onde foi concebida essa corrente de pensamento centrada na cultura alimentar que continua a ganhar aliados em todos os cantos do globo. Já em 2008, o jornal The Guardian posicionava Petrini entre as 50 pessoas que poderiam salvar o planeta. E em setembro de 2013, a Organização das Nações Unidas concedeu-lhe o prêmio Campeões da Terra.
“Sou um velho do Piemonte”, diz Petrini sobre si mesmo. Mas a verdade é que é muito mais. É um catalisador de pessoas, uma espécie de messias contemporâneo, que conseguiu reunir em convenções a realeza britânica e uma defumadora de salmões da Noruega. Continua sendo agnóstico e agora discute um projeto com o Papa que, segundo diz, será divulgado neste ano, provavelmente no segundo semestre. O pontífice telefonou para ele há uns meses, enquanto andava por uma rua de Paris a caminho da apresentação do seu último livro Cibo e libertà(Alimento e liberdade). Vale a pena ouvir a história.
– Oi, eu sou o Papa Francisco.
– Olá, eu sou Carlo Petrini, que surpresa.
– Estou ligando para agradecer por seu livro.
Semanas antes desta ligação, Petrini havia feito chegar a Jorge Mario Bergoglio uma cópia de Terra Madre, um de seus livros anteriores. A conversa – a primeira de uma relação que seguiu adiante e que “dará frutos em breve” – durou “cerca de 25 minutos”. O Papa – que uma semana depois lhe escreveria outra carta – quis agradecê-lo pelo detalhe e os dois falaram “de imigração, de agricultura, da importância de dignificar o trabalho dos agricultores e das pequenas explorações; e de preservar a diversidade e a qualidade dos produtos autóctones da Terra”, que é o lema do movimentoSlow Food. E mais especificamente do Piemonte, onde convergem as suas origens: “Os meus (familiares) se instalaram em Turim de Asti, abrindo um pequeno café na esquina com a Via Garibaldi”, Petrini disse que contou ao pontífice. Eles também lembraram suas respectivas avós. Petrini contou-lhe que a sua era uma católica praticante, mas que deixou de frequentar a Igreja porque se casou com um comunista e que ele era definitivamente agnóstico, apesar de ter sido coroinha...
Slow Food, nascido com esse nome em oposição à expressão Fast Food, é hoje uma corrente revolucionária que aposta na economia real (quase familiar), frente à especulação dos mercados financeiros. Um movimento humanista que parte de algo tão básico como a riqueza produtiva e particular de cada lugar, do alimento, do prazer da boa comida e dos costumes e manifestações culturais que a acompanham, diante da homologação e a uniformidade trazidas pela globalização. Há um quarto de século não fez mais do que atrair pessoas para a sua causa. Seus líderes falam em “dezenas de centenas de milhares de pessoas”, embora nada comparado com as 25 bilhões de refeições servidas a cada ano por um dos restaurantes McDonald’s criado pelos irmãos Dick e Mac MacDonald em 1940. A chave do reinado global do hambúrguer “está nas campanhas publicitárias gigantes”, segundo o professor da Universidade de Granada José Luís Rosúa, que há algumas semanas participou de uma conferência sobre o assunto durante um congresso nacional em sua cidade.
“Hoje, a Slow Food é uma lufada de ar fresco que luta dentro de um mundo dominado, com enormes investimentos publicitários, pelas multinacionais e os grandes grupos de alimentação, que são os que decidem como se come”, garante. “Trata-se de uma corrente gastronômica e de pensamento que pretende dignificar e oferecer a visão do agricultor, mostrar que a gastronomia é algo que vai muito além das boas artes culinárias e dos menus de design”.
Assim, diante de slogans sugestivos e diretos como “I’m lovin’it” de McDonald’s ou “Have it your way” (“Coma do seu jeito”) de Burger King, eles propõem um mais complexo: “Good, clean and fair” (“Bom, limpo e justo”). “Estão propondo uma cultura de gastronomia alimentar frente à bolha gastronômica potencializada pelos programas de televisão”, explica Rosúa. As diferenças continuam sendo abismais. E diante de um negócio como o dos hambúrgueres, que move bilhões de euros por ano, Slow Food é uma exitosa fundação sem fins lucrativos com 100.000 sócios que pagam sua taxa anual religiosamente. Há delegações distribuídas por 170 países que concorrem com os 50.000 restaurantes McDonald’s eBurger King que se espalham por 120 estados do globo.
Slow Food conta com a única universidade do mundo dedicada exclusivamente às Ciências Gastronômicas, que este ano diplomará – com estudos perfeitamente homologados – sua quarta geração de gastrônomos. Embora o MacDonald’stambém esteja iniciando a Universidade do Hambúrguer, com uma dezena de campus associados em todo o mundo, Slow Food criou mais de 1.300 convivium, de acordo com sua página web, ou núcleos e sociedades que difundem e trabalham com a filosofia dessa corrente de ação e pensamento.
Dois modelos de sociedade, dois formas de vida, duas maneiras de olhar o futuro a partir da alimentação: Um mundo global uniformizado e de fácil identificação coletiva frente a um mundo que põe ênfase na biodiversidade e na riqueza das múltiplas identidades que povoam o planeta.
Petrini. Uma vida em um filme. Um menino feliz em Bra, um pequeno povoado de camponeses piemonteses, entre as então pobres colinas de Langas, hoje cheias de vinhedos e de cooperativas que produzem alguns dos melhores vinhos da Itália. Petrini. Um adolescente que começou com um associativismo festivo que desencadeou a chamada Festa do ovo para valorizar o trabalho dos produtores rurais e conseguiu atrair milhares de jovens para lá nos anos sessenta. Petrini.Um estudante de sociologia -- filho de um ferroviário e uma jardineira – que militou com os comunistas italianos e criou uma rádio (Onde Rosse, Ondas Vermelhas) contestadora e semiclandestina em momentos complicados. Petrini. Um jovem líder político (Partido da Unidade Proletária de Bra) que se desencantou com o poder e voltou a sua terra natal, em busca de alguma coisa mais real. Petrini.
Uma das figuras que promoveu nos anos setenta o nascimento da revista gastronômica Il gambero rosso (O camarão vermelho), hoje uma referência no mundo gastronômico – que saía originalmente como encarte do jornal italiano Il Manifesto e que “os de esquerda” compravam por ideologia e “os de direita” pelas informações e críticas culinárias da revista. Petrini. Criador nos anos oitenta da associação Arcigola, e do Salão do Gosto de Turim e, finalmente, do movimento internacional Slow Food em 1989. Petrini, um homem avassalador que, imitando Noé, está criando “uma arca” que hoje tem 4.000 produtos de todo o mundo, para catalogá-los, preservá-los e dignificar o trabalho daqueles que os fabricam e promover o prazer entre os que os consomem. Desde a cebola vermelha de Zalla em Viscaia até o leite de camelo da tribu Karrayyu, da Etiópia, ou as batatas doces de Pampacorral no Peru. Petrini. Um homem que fala por telefone e se corresponde com o papa Francisco.
“A atividade de Slow Food e Terra Mãe, dirigida à promoção de métodos de produção alimentar em harmonia com a natureza, suscita em meu ânimo sentimentos de sincero agradecimento. Eu os estimulo, portanto, a prosseguir com tão importante trabalho”. (…) “Existe tanta necessidade de pessoas e associações que favoreçam o cultivo e a custódia da Criação. Cultivar e proteger a Criação é um sinal que Deus nos deu não só no começo da história (cfr Gen 2,15), como que nos doa a cada um de nós para fazer crescer o mundo com responsabilidade, transformá-lo para fazer dele um lugar habitável para todos”. Reza uma das cartas do pontífice.
Desde 2004 funciona – após a prévia transformação do Castelo neogótico de Pollenzo, que foi uma antiga residência dos Saboya – a Universidade de Ciências Gastronômicas, da qual já saíram 1.500 jovens “gastrônomos”. “Abordamos as ciências gastronômicas a partir de um ponto de vista epistemológico: desde a microbiologia até a arte. É uma universidade que cresce e se inventa a cada dia, com 16 professores fixos e outros muitos visitantes, com uma parte prática que inclui viagens e outra teórica; com diplomas e masters; que começou com 70 estudantes por ano e agora já temos cerca de 300, 60% deles estrangeiros...” explica o reitor Carlo Grimaldi. Isso sim, um ano de matrícula custa 3.500 euros.
Uma dessas estudantes estrangeiras foi a espanhola Carmen Ordiz, de 22 anos: “matriculei-me com 17 anos. Fui a mais jovem da minha turma. O mais interessante são as viagens que fazemos – quatro por ano – que te permitem conhecer realidades desde a África do Sul até Nova York. Eu me diplomei como gastrônoma ali e agora estou me especializando em cerimonial para montar eventos gastronômicos em todo o mundo e criei um blog: G de Gastronomia”.
Na falta de campanhas publicitárias milionárias que fidelizem o povo, o movimento Slow Food, da mão de um messias nascido em Bra, parece ter encontrado agora o melhor dos padrinhos, o rei dos fiéis, o grande ícone publicitário do nosso tempo: o papa Francisco. O ainda secreto e enigmático resultado dessa relação se verá “em breve”.

URGENTE: PARTICIPE DESTA CAMPANHA EM FAVOR DOS POVOS INDÍGENAS

VISITE O SITE www.umagotanooceano.org e participe da campanha "estamosatéaqui!" em favor dos povos indígenas.

Você encontra aí um vídeo com participação de artistas, vídeos com a palavra de especialistas sobre os direitos indígenas e o texto que você pode subscrever, pressionando os deputados e senadores a não agredirem os direitos indígenas, ferindo a Constituição.

Se deseja acessar diretamente o texto para participar da campanha, acesse
http://www.umagotanooceano.org/peticao/tamuate.aki.mobilizacao.nacional.indigena.html

Por favor, sejamos amigos dos povos indígenas assumindo e divulgando a campanha para todas as pessoas que pudermos. Ninguém pode segurar a força da multidão cidadã que podemos constituir!

Mãos à obra!

segunda-feira, 21 de abril de 2014

QUEM DECIDE SOBRE A VIDA NO PLANETA



Num dos artigos publicados em Carta Maior sobre o recente relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, o IPCC, colho uma informação interessante: as decisões sobre o futuro da vida em nosso Planeta estão nas mãos de 58 pessoas.  

Quem são elas?

Segundo o autor, são os 51 senadores dos Estados Unidos e os 7 membros do Comitê Permanente do Comitê Central do único partido da China. Nos Estados Unidos, a maioria necessária no Senado é de 51 votos, mas como a maioria é da oposição, seja para fazer oposição ao governo, por convicção ou para defender os interesses das grandes empresas, essa maioria impede qualquer projeto em favor das mudanças que devem ser feitas. E os 7 poderosos da China insistem: por que nós devemos mudar, se os Estados Unidos da América não muda?

Acontece, porém, que os dois países têm enorme responsabilidade. Vejam: 10 países causam 70% do total da poluição mundial com gases de efeito estufa, mas os Estados Unidos e a China são responsáveis por 55% desse total. Por isso, se estes dois países não mudam e não se comprometem com os demais, a Terra continuará aquecendo cada vez mais, podendo chegar, em 2100, a uma temperatura de mais 4 a 5 graus Celsius. Na verdade, sem mudanças profundas nos próximos anos, na década de 2040 todas as formas de vida enfrentarão a temperatura de mais 2ºC, com mudanças climáticas que tornarão difícil e até impossível a vida em muitas partes do planeta.

Diante desse quadro, tudo que se puder fazer em favor das mudanças necessárias é importante. Mesmo o que eu e você fizermos em nossa casa e em nossa forma de vida. Basta pensar qual seria o efeito de mudanças feitas por todas ou pela maioria das pessoas, famílias, comunidades: junto com maiores cuidados com o lixo, com o esgoto, com a alimentação, com o uso de água, com os gastos de energia, com o tipo de transporte a ser usado, um poder maior se manifestará: se todas as pessoas, ou se a maioria delas deixar de consumir o que polui ou o que é produzido com uso de fontes de energia e matérias primas que poluem o ambiente, as empresas poluidoras serão forçadas a mudar. Mais ainda, os governos serão forçados a promover políticas públicas que combatam tudo que polui e contamina a atmosfera.

Em outras palavras, o planeta Terra está desejando que nós, seus filhos e filhas, nos manifestemos como cidadãos e cidadãs e filhos e filhas de Deus, para que ela e nós possamos vencer tudo que está morto e tudo que provoca morte, avançando para novas e mais humanas e divinas formas de vida. É assim que se vive a Ressurreição de Jesus.
            

QUEM E QUANTOS DECIDEM SOBRE A SORTE DA HUMANIDADE NA TERRA

É DISSO QUE O ARTIGO TRATA: 58 PESSOAS TEM O PODER DE DECISÃO SOBRE O QUE SE FARÁ OU NÃO PARA ENFRENTAR OS EFEITOS E CAUSAS DO DESEQUILÍBRIO PROVOCADO NO AMBIENTE VITAL DA TERRA.

APARENTEMENTE, ISSO INDICA SER ALGO FÁCIL. NA REALIDADE, HÁ INTERESSES ENORMES QUERENDO QUE ELES NÃO TOMEM A DECISÃO DE MUDAR PROFUNDAMENTE NOSSO MODO DE VIDA. E NÓS OUTROS, OS QUE SABEMOS E QUEREMOS QUE TOMEM DECISÕES O QUANTO ANTES, O QUE PODEMOS E ESTAMOS FAZENDO EM FAVOR DELAS? SE NÃO GRITARMOS E FORÇARMOS, A VITÓRIA SERÁ DE POUCOS, MAS O DESASTRE ATINGIRÁ A TODAS AS PESSOAS E SERES VIVOS.

20/04/2014 - Copyleft

O futuro do nosso planeta depende de 58 pessoas

Em 13 de abril, o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas publicou a última parte de um relatório em que alerta sobre o aquecimento global.


Roberto Savio (*)
Arquivo

Apesar de para muitos o seguinte fato ter passado despercebido, em 13 de abril, o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) publicou a terceira e última parte de um relatório em que, sem rodeios, alerta que temos apenas 15 anos para evitar ultrapassar um aquecimento global de no mínimo dois graus previstos. As consequências serão dramáticas. 

Apenas os mais míopes não se dão conta do que isso significa: desde o aumento do nível do mar até furacões e tempestades mais frequentes, além de um impacto adverso na produção de alimentos.

Em um mundo normal e participativo, onde 83% das pessoas que vivem atualmente existirão dentro de 15 anos, tal relatório teria provocado uma reação dramática. Em contrapartida, não houve um só comentário por parte dos líderes dos 196 países onde habitam os 7.5 bilhões de “consumidores” do planeta.

Os antropólogos que estudam as semelhanças e diferenças entre os seres humanos e outros animais já chegaram à conclusão há um bom tempo de que a humanidade não é superior em todos os aspectos. Por exemplo, o ser humano é menos adaptável à sobrevivência que muitos animais em casos de terremotos, furacões e outros desastres naturais.  Mostram sinais de alerta e de mal-estar. 

A primeira parte do documento do IPCC, publicado em setembro de 2013 em Estocolmo, estabeleceu que os humanos são a causa principal do aquecimento global. A segunda parte, lançada em Yokohama em 31 de março, afirmou que “nas últimas décadas, as mudanças climáticas causaram impactos nos sistemas naturais e humanos em todos os continentes e em todos os oceanos”. 

O IPCC é composto por mais de dois mil cientistas de todo o mundo e esta é a primeira vez em que chegou a conclusões firmes desde sua criação pelas Nações Unidas em 1988. A principal conclusão é que, para parar esta locomotiva rumo a um caminho sem volta, as emissões globais precisam ser reduzidas entre 40% e 70% antes de 2050.

O relatório adverte que “apenas grandes mudanças institucionais e tecnológicas darão uma oportunidade maior que 50%” de o aquecimento global não ultrapassar o limite de segurança. Acrescenta ainda que as medidas precisam começar em 15 anos, sendo concluídas em 35. 

Vale a pena ressaltar que dois terços da humanidade têm menos de 21 anos e, em grande medida, são os que precisarão suportar os enormes custos da luta contra a mudança climática. 

A principal recomendação do IPCC é muito simples: as principais economias devem estabelecer um imposto sobre a poluição com dióxido de carbono, elevando o custo dos combustíveis fósseis para impulsionar o mercado de fontes limpas de energia, como a eólica, a solar ou a nuclear. 

Dez países causam 70% do total de poluição mundial com gases de efeito estufa, enquanto os Estados Unidos e a China são responsáveis por 55% dessa magnitude. Os dois países estão tomando medidas sérias para combater a poluição. 

O presidente norte-americano, Barack Obama, tentou, em vão, obter a permissão do Senado e precisou exercer sua autoridade com a Lei do Ar Limpo de 1970 para reduzir a poluição de carbono  de veículos e instalações industriais, estimulando tecnologias limpas. Entretanto, não pode fazer mais nada sem apoio do Senado. 

O todo poderoso novo presidente da China, Xi Jinping, considera o meio ambiente uma prioridade, em parte porque fontes oficiais estimam em cinco milhões anuais o número de mortos em seu país pela poluição. Mas a China precisa de carbono para seu crescimento, e a postura de Xi é: “por que deveríamos frear nosso desenvolvimento, se os países ricos que criaram o atual problema querem que tomemos medidas que atrasem nosso crescimento?”. 

E assim é criado um círculo vicioso. Os países do Sul querem que os países ricos financiem seus custos de redução da poluição e os do Norte querem que os demais deixem de poluir e assumam seus próprios custos. 

Como resultado, o resumo do relatório, que está destinado aos governantes, não contém as premissas que poderiam dar a entender a necessidade de que o Sul faça mais, enquanto os países ricos pressionaram para evitar uma linguagem que pudesse ser interpretada como a obrigatoriedade de que eles assumam obrigações financeiras. 

Isto deveria facilitar um brando compromisso na próxima Conferência das Nações Unidas sobre  Mudanças Climáticas de Lima, de onde se espera um novo acordo global (vale lembrar do desastre da conferência de Copenhague em 2009).

A chave de qualquer acordo está nas mãos dos Estados Unidos. O Congresso norte-americano bloqueou toda iniciativa sobre o controle climático, proporcionando uma saída fácil para China, Índia e para o resto dos poluidores: “por que devemos assumir compromissos e sacrifícios, se os Estados Unidos não participam?”. 

O problema é que os republicanos transformaram as mudanças climáticas em uma de suas bandeiras de identificação. Na última vez em que se propôs um imposto ao carbono, em 2009, depois de um voto positivo na Câmara de Representantes, controlada pelos democratas, o Senado, dominado pelos republicanos, rejeitou a proposta. Nas eleições de 2010, uma série de políticos que votou a favor do imposto ao carbono perderam suas cadeiras, o que contribuiu para que os republicanos assumissem o controle da Câmara. 

Agora, a única esperança para os que querem uma mudança é aguardar as eleições de 2016 e esperar que o novo presidente dos Estados Unidos seja capaz de mudar a situação. Este é um bom exemplo de por que os antigos gregos diziam que a esperança é a última deusa... 

O quadro é muito simples. O Senado norte-americano está integrado por 100 membros, o que significa que bastam 51 votos para liquidar qualquer projeto de lei sobre um imposto aos combustíveis fósseis. Na China, a situação é diferente. Na melhor das hipóteses, as decisões são tomadas pelo Comitê Permanente do Comitê Central, formado por sete membros, que são o verdadeiro poder no Partido Comunista.
 
Em outras palavras, o futuro do nosso planeta é decidido por 58 em uma população mundial de quase 7.7 bilhões de habitantes.
 

(*) Roberto Savio é fundador e presidente emérito da IPS – Agência de notícias Inter Press Service e publisher do site Other News.