terça-feira, 30 de outubro de 2018

TRAGÉDIA: EM 44 ANOS, 60% DOS ANIMAIS DESAPARERAM!

ESTE É, TAMBÉM, O TEMPO QUE O AGRONEGÓCIO USOU PARA DESTRUIR O CERRADO. E AGORA, COM BOLSONARO, QUER CAMINHO LIVRE, SEM ENCHEÇÃO DE SACO DE ENTIDADES DO MEIO AMBIENTE E SEM MULTAS, PARA DESTRUIR A AMAZÔNIA.

ONDE E COMO VIVERÃO NOSSOS FILHOS E NETOS QUANDO A TEMPERATURA TIVER SUBIDO 2ºC OU MAIS, CAUSADA POR AÇÕES HUMANAS COMO A DESTRUIÇÃO DAS FLORESTAS E A TEIMOSIA DE USAR FONTES FÓSSEIS DE ENERGIA? 



Adeus mamíferos, pássaros, peixes, anfíbios e répteis


Sheila Leirner
O ESTADDO DE SÃO PAULO, 30 Outubro 2018 | 09h18
Podemos nos despedir destes vertebrados. 60 % dos animais desapareceu em 44 anos, sobretudo nas zonas tropicais da América do Sul e central, onde a perda é de 89%. Sejam quais forem os argumentos dos presidentes Donald Trump e Jair Bolsonaro, eles deverão tomar em conta esta trágica conclusão do último relatório da WWF (Fundo Mundial para a Natureza), publicado hoje, dia 30, em seu site.
Estão em causa as atividades humanas e suas consequências: agricultura intensiva, degradação dos solos, exploração e pesca exageradas, mudança climática, poluição pela matéria plástica, espécies invasoras, explosão da demanda de meios naturais e energia, etc.
O problema não se restringe apenas ao futuro dos bichos, mas ao capital natural do planeta, uma vez que tudo que funda as sociedades humanas se deve à natureza. Trata-se da sobrevivência da humanidade inteira.

Questão de vida ou morte

Sejam quais forem os argumentos dos presidentes Donald Trump e Jair Bolsonaro, esta é uma questão de vida ou morte. Segundo um estudo feito pelo economista americano Robert Costanza (apresentado pela WWF), a natureza nos fornece, gratuitamente, serviços de um valor igual a 125 trilhões de dólares por ano. Ou seja, se devêssemos pagar pelo ar que respiramos, pela água potável, e alimentação que ainda é gratuita, precisaríamos desembolsar bem mais do que o PIB mundial que é de 80 trilhões de dólares por ano. Fora isso, um terço da produção alimentar mundial depende de polinização (por 20 mil espécies de abelhas, centenas de outros insetos e mesmo de vertebrados como certos pássaros e morcegos).

É urgente!

A WWF considera urgente que os líderes mundiais, os responsáveis públicos e privados admitam que a natureza é a nossa única casa e que repensem a nossa maneira de produzir e consumir. Há recomendações e estudos concretos. Não resta muito tempo. Os presidentes Donald Trump e Jair Bolsonaro já deveriam começar a planejar a presença de seus países no acordo ambicioso que será adotado na conferência mundial em Pequim, em 2020.
“A nossa casa morre e nós olhamos para outras coisas” disse Jacques Chirac – um presidente esclarecido, humanista, da direita – no “Sommet de la Terre”, em 2002.  Até a próxima que agora é hoje, a humanidade está em perigo, e para onde olham os governos de extrema-direita destituídos da luz do conhecimento?

2050: 50% DE ENERGIA RENOVÁVEL

COMO SE VERÁ, SERIA PRECISO QUE ISSO ACONTECESSE ANTES. E PODE, SE HOUVER MAIOR PRESSÃO DA SOCIEDADE CIVÍL E, POR ISSO, VONTADE E PRIORIDADE POLÍTICA.

NESSE CONTEXTO E DIANTE DA NECESSIDADE URGENTE DE AVANÇOS, COMO FICARÁ O BRASIL DE BOLSONARO? NÃO PODEMOS PERMITIR QUE SUAS AMEAÇAS SE TORNEM POLÍTICAS PÚBLICAS...

IHU, 30 de outubro de 2018

Assim como a Idade da Pedra não acabou por falta de pedras, a Era do Petróleo chegará ao fim, não por falta de óleo” (Sheikh Ahmed-Zaki Yamani, 2000)

"Mesmo que fosse possível desativar todas as usinas de carvão do mundo até 2035, o setor de energia ainda não estaria trilhando o caminho acima de uma trajetória de segurança climática", escreve José Eustáquio Diniz Alves, doutor em demografia e professor titular do mestrado e doutorado em População, Território e Estatísticas Públicas da Escola Nacional de Ciências Estatísticas – ENCE/IBGE, em artigo publicado por EcoDebate, 29-10-2018.

Eis o artigo.

Fonte: EcoDebate

O novo relatório da Bloomberg New Energy Finance (BNEF) – New Energy Outlook (NEO) para 2018 – traz boas notícias para a indústria de energia renovável, com previsão de que a energia eólica e solar aumente sua participação na matriz energética global para cerca de 50% até 2050. No mesmo período, o carvão deve encolher para 11% da geração global de eletricidade e as baterias para aumentar em popularidade como os preços despencam.

O relatório NEO-2018 traz, além das boas novas para as indústrias eólica e solar, destaca o impacto promissor da queda dos custos da bateria e o impacto tem sobre o mix de eletricidade ao longo das próximas décadas. Especificamente, a BNEF prevê que os preços das baterias de lítio-íon, que já despencaram 80% por megawatt-hora (MWh) desde 2010 – continuarão a cair à medida que o setor de veículos elétricos mantenha o crescimento projetado.

A BNEF estima que US$ 548 bilhões serão investidos em capacidade de armazenamento de energia em baterias, até 2050. Considerando que o armazenamento barato por meio de baterias significará a viabilidade para a utilização de eletricidade a partir do vento e da energia solar, contornando os problemas da intermitência do fornecimento destas fontes que são sujeitas à falta de sol ou de vento. O resultado será o crescimento das energias renováveis e o abandono progressivo do carvão, petróleo, gás e energia nuclear.

Para a indústria solar em particular, a BNEF está prevendo um aumento de 17 vezes na capacidade global e o custo nivelado da eletricidade (LCoE) cairá mais 71% até 2050, já tendo caído 77% entre 2009 e 2018. A indústria eólica vai beneficiar de um aumento de seis vezes na capacidade e ver a sua própria LCoE cair mais 58%, face ao decréscimo de 41% observado na década anterior.

Além disso, a BNEF prevê que o setor elétrico global aumentará suas emissões de 2017 até um pico em 2027. Em seguida, as emissões devem cair até 2050. Infelizmente, isso ainda significa que o setor elétrico não cumprirá sua parte esforço para manter os níveis globais de CO2 abaixo de 450 partes por milhão (ppm), o nível equivalente a um aumento nas temperaturas globais de apenas 2 graus Celsius, conforme estabelecido no Acordo de Paris.

Porém, mesmo que fosse possível desativar todas as usinas de carvão do mundo até 2035, o setor de energia ainda não estaria trilhando o caminho acima de uma trajetória de segurança climática. O último relatório do IPCC mostra que a humanidade só tem 12 anos para reverter as emissões de gases de efeito estufa.

Ou seja, a transição energética é fundamental para a segurança climática, mas no ritmo atual – mesmo sendo o mais rápido de todos os tempos – o aumento da temperatura do Planeta poderá, ainda assim, chegar em um nível que os custos serão muito maiores do que os benefícios.

Se este processo de transição não for acelerado o mundo pode perder o controle sobre o clima devido aos efeitos de retroalimentação e pode assistir a um colapso ambiental de grandes proporções já na metade do século XXI.

Referência:
Bloomberg New Energy Finance (BNEF) – New Energy Outlook (NEO), 2018 https://about.bnef.com/new-energy-outlook/

http://www.ihu.unisinos.br/584199-energia-renovavel-deve-responder-por-50-da-eletricidade-mundial-ate-2050

CUIDADO: O EVANGELHO SEGUNDO O PODER

SIM, CUIDADO! É PERIGOSO, PODE SER ENGANADOR, PODE ESCONDER DESEJOS DE PODER ABSOLUTO O USO DA PALAVRA "VERDADE" CONTIDA NUMA CITAÇÃO BÍBLICA FORA DO CONTEXTO. POR ISSO, VALE A PENA, SIM, LER TODO O CAPÍTULO 8 DE EVANGELHO DE JOÃO PARA PERCEBER EM QUE CONTEXTO, E POR ISSO, EM QUE SENTIDO JESUS DECLAROU: "CONHECEREIS A VERDADE E ELA OS LIBERTARÁ".

O Evangelho Segundo o Poder
Roberto Malvezzi (Gogó)

“Conhecereis a verdade e ela os libertará” (Jo. 8,32)
Esse é o Evangelho do Poder atual no Brasil. Mas essa é uma frase sacada de um contexto e sozinha ela não faz sentido algum, ao contrário, pode ser manipulada para defender os interesses mais escusos do coração humano. É interessante ler todo o capítulo oito, o contexto no qual Jesus a cita. Um bom entendedor saberá discernir o que Jesus quis dizer.
1 Jesus, porém, foi para o monte das Oliveiras.
2 Ao amanhecer ele apareceu novamente no templo, onde todo o povo se reuniu ao seu redor, e ele se assentou para ensiná-lo.
3 Os mestres da lei e os fariseus trouxeram-lhe uma mulher surpreendida em adultério. Fizeram-na ficar em pé diante de todos
4 e disseram a Jesus: Mestre, esta mulher foi surpreendida em ato de adultério.
5 Na Lei, Moisés nos ordena apedrejar tais mulheres. E o senhor, que diz?
6 Eles estavam usando essa pergunta como armadilha, a fim de terem uma base para acusá-lo. Mas Jesus inclinou-se e começou a escrever no chão com o dedo.
7 Visto que continuavam a interrogá-lo, ele se levantou e lhes disse: “Se algum de vocês estiver sem pecado, seja o primeiro a atirar pedra nela”.
8 Inclinou-se novamente e continuou escrevendo no chão.
9 Os que o ouviram foram saindo, um de cada vez, começando pelos mais velhos. Jesus ficou só, com a mulher em pé diante dele.
10 Então Jesus pôs-se em pé e perguntou-lhe: “Mulher, onde estão eles? Ninguém a condenou?”
11 “Ninguém, Senhor”, disse ela. Declarou Jesus: “Eu também não a condeno. Agora vá e abandone sua vida de pecado”.
12 Falando novamente ao povo, Jesus disse: “Eu sou a luz do mundo. Quem me segue, nunca andará em trevas, mas terá a luz da vida”.
13 Os fariseus lhe disseram: “Você está testemunhando a respeito de si próprio. O seu testemunho não é válido!”
14 Respondeu Jesus: Ainda que eu mesmo testemunhe em meu favor, o meu testemunho é válido, pois sei de onde vim e para onde vou. Mas vocês não sabem de onde vim nem para onde vou.
15 Vocês julgam por padrões humanos; eu não julgo ninguém.
16 Mesmo que eu julgue, as minhas decisões são verdadeiras, porque não estou sozinho. Eu estou com o Pai, que me enviou.
17 Na Lei de vocês está escrito que o testemunho de dois homens é válido. [46] 
18 Eu testemunho acerca de mim mesmo; a minha outra testemunha é o Pai, que me enviou.
19 Então lhe perguntaram: “Onde está o seu pai?” Respondeu Jesus: “Vocês não conhecem nem a mim nem a meu Pai. Se me conhecessem, também conheceriam a meu Pai”.
20 Ele proferiu essas palavras enquanto ensinava no templo, perto do lugar onde se colocavam as ofertas[47]. No entanto, ninguém o prendeu, porque a sua hora ainda não havia chegado.
21 Mais uma vez, Jesus lhes disse: “Eu vou embora, e vocês procurarão por mim, e morrerão em seus pecados. Para onde vou, vocês não podem ir”.
22 Isso levou os judeus a perguntarem: “Será que ele irá matar-se? Será por isso que ele diz: “Para onde vou, vocês não podem ir”?”
23 Mas ele continuou: Vocês são daqui de baixo; eu sou lá de cima. Vocês são deste mundo; eu não sou deste mundo.
24 Eu lhes disse que vocês morrerão em seus pecados. Se vocês não crerem que Eu Sou[48], de fato morrerão em seus pecados.
25 “Quem é você?”, perguntaram eles. “Exatamente o que tenho dito o tempo todo”, respondeu Jesus.
26 “Tenho muitas coisas para dizer e julgar a respeito de vocês. Pois aquele que me enviou merece confiança, e digo ao mundo aquilo que dele ouvi.”
27 Eles não entenderam que lhes estava falando a respeito do Pai.
28 Então Jesus disse: Quando vocês levantarem o Filho do homem, saberão que Eu Sou, e que nada faço de mim mesmo, mas falo exatamente o que o Pai me ensinou.
29 Aquele que me enviou está comigo; ele não me deixou sozinho, pois sempre faço o que lhe agrada.
30 Tendo dito essas coisas, muitos creram nele.
31 Disse Jesus aos judeus que haviam crido nele: Se vocês permanecerem firmes na minha palavra, verdadeiramente serão meus discípulos.
32 E conhecerão a verdade, e a verdade os libertará.
33 Eles lhe responderam: “Somos descendentes[49] de Abraão e nunca fomos escravos de ninguém. Como você pode dizer que seremos livres?”
34 Jesus respondeu: Digo-lhes a verdade: Todo aquele que vive pecando é escravo do pecado.
35 O escravo não tem lugar permanente na família, mas o filho pertence a ela para sempre.
36 Portanto, se o Filho os libertar, vocês de fato serão livres.
37 Eu sei que vocês são descendentes de Abraão. Contudo, estão procurando matar-me, porque em vocês não há lugar para a minha palavra.
38 Eu lhes estou dizendo o que vi na presença do Pai, e vocês fazem o que ouviram do pai de vocês[50].
39 “Abraão é o nosso pai”, responderam eles. Disse Jesus: “Se vocês fossem filhos de Abraão, fariam[51] as obras que Abraão fez.
40 Mas vocês estão procurando matar-me, sendo que eu lhes falei a verdade que ouvi de Deus; Abraão não agiu assim.
41 Vocês estão fazendo as obras do pai de vocês”. Protestaram eles: “Nós não somos filhos ilegítimos[52]. O único Pai que temos é Deus”.
42 Disse-lhes Jesus: Se Deus fosse o Pai de vocês, vocês me amariam, pois eu vim de Deus e agora estou aqui. Eu não vim por mim mesmo, mas ele me enviou.
43 Por que a minha linguagem não é clara para vocês? Porque são incapazes de ouvir o que eu digo.
44 Vocês pertencem ao pai de vocês, o Diabo, e querem realizar o desejo dele. Ele foi homicida desde o princípio e não se apegou à verdade, pois não há verdade nele. Quando mente, fala a sua própria língua, pois é mentiroso e pai da mentira.
45 No entanto, vocês não crêem em mim, porque lhes digo a verdade!
46 Qual de vocês pode me acusar de algum pecado? Se estou falando a verdade, porque vocês não crêem em mim?
47 Aquele que pertence a Deus ouve o que Deus diz. Vocês não o ouvem porque não pertencem a Deus.
 

segunda-feira, 29 de outubro de 2018

ESPANHA: PERTO DE FECHAR MINAS DE CARVÃO SEM PREJUDICAR TRABALHADORES

É REALMENTE UMA BOA PRÁTICA. COMBINA INOVAÇÃO SEM DEIXAR NINGUÉM PARA TRÁS. E INOVAÇÃO NO CAMPO DA ENERGIA, DEIXANDO DE LADO O USO DO CARVÃO, BEM COMO INOVANDO COM NOVOS TIPOS DE TRABALHOS E EMPREGOS. É POR AÍ QUE ESTÁ O FUTURO: DEIXANDO DE EMITIR GASES DE EFEITO ESTUFA QUE PROVOCAM MUDANÇAS CLIMÁTICAS E PARTINDO PARA TIPOS DE TRABALHO QUE NÃO AGRIDAM A NATUREZA.

EM NOSSO CASO, ESSE MESMO CAMINHO PODE SER FEITO DEIXANDO DE LADO O USO DO CARVÃO - E ATÉ DO DIESEL E GÁS - PARA PRODUZIR ENERGIA, E GERANDO TRABALHOS NA DIFUSÃO DOS PAINÉIS FOTOVOLTAICOS EM TODAS AS CASAS E TELHADOS. E NA DIFUSÃO DA AGROECOLOGIA E AGROFLORESTA, ANTECEDIDAS PELA REDISTRIBUIÇÃO DEMOCRÁTICA DA TERRA.

ESTE É O CAMINHO, QUE NÃO PODEREMOS ABANDONAR, MESMO SE BOLSONARO TENTAR IMPOR O CONTRÁRIO.


ESPANHA ESTÁ PERTO DO FECHAMENTO DE MINAS DE CARVÃO

Na Espanha, o ano novo deve começar com quase todas as minas de carvão fechadas. O governo negociou com vários sindicatos de mineiros e fechou um acordo pelo qual investirá €250 milhões nas regiões das minas. Esses recursos serão aplicados em esquemas de adiantamento de aposentadorias, em planos de restauração ecológica das minas e em treinamento e requalificação de mão de obra para indústrias verdes no estado da arte. 

Teresa Ribera, Ministra da Transição Ecológica, comentou que “com este acordo, resolvemos a primeira e mais urgente tarefa que encontramos quando assumimos o governo. Nosso objetivo é não deixar ninguém para trás. E queremos ir adiante, queremos inovar. É por isso que elaboramos esses contratos chamados ‘Transição Justa’, com o objetivo de ajudar as regiões a consolidar o emprego do futuro”, pois, até o final do ano, 10 minas serão fechadas, mais de mil mineiros e gente do setor perderão seus empregos. 

Ribera acrescenta: “a Espanha pode exportar esse acordo como um exemplo de boa prática. Mostramos que é possível seguir o Acordo de Paris sem prejuízos (à vida das pessoas). Não precisamos escolher entre emprego e proteção ambiental. É possível ter ambos.”

Uma boa ideia para ser viabilizada por aqui.
 
https://www.theguardian.com/environment/2018/oct/26/spain-to-close-most-coal-mines-after-striking-250m-deal

BOLSONARO E MEIO AMBIENTE: ONDE HOUVER AMEAÇA, SEREMOS RESISTÊNCIA

DE FATO, O DESEJÁVEL É QUE O PRESIDENTE ELEITO FAÇA O CONTRÁRIO DO QUE PROMETEU. SE DE FATO FOR "ESCRAVO DA CONSTITUIÇÃO", COMO FALOU POUCO DEPOIS DE ELEITO, MUITAS DAS BRAVATAS ESPALHADAS ANTES NÃO SERÃO COLOCADAS EM PRÁTICA. ISSO SERÁ SAUDÁVEL PARA O MEIO AMBIENTE E PARA TODOS OS SERES VIVOS.

DE TODO FORMA, É BOM ESTAMOS ALERTAS E ATENTOS AOS POSSÍVEIS CHAMADOS DO OBSERVATÓRIO DO CLIMA, NO CASO DE AGRESSÕES AO MEIO AMBIENTE.

“ONDE HOUVER AMEAÇA, SEREMOS RESISTÊNCIA”, DIZEM AMBIENTALISTAS PARA BOLSONARO

O Observatório do Clima, grupo que reúne 40 organizações da sociedade civil, divulgou uma nota logo após a confirmação da vitória de Bolsonaro, dizendo que será resistência onde houver ameaça.

“Presidentes recém-eleitos em geral são saudados com uma saudável cobrança para que cumpram o que prometeram em campanha. Mas não no Brasil de 2018: após esta eleição incomum, o Observatório do Clima (OC) trabalhará para que o novo presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, faça o oposto do que prometeu”, escreve a coalizão.

“O retrocesso civilizatório anunciado e reafirmado por Bolsonaro e vários de seus auxiliares não pode se tornar política de Estado. O presidente eleito deve ser guardião incansável das instituições democráticas e dos direitos humanos. Deve governar para todos os brasileiros. Não vamos, em nenhuma hipótese, normalizar a erosão dos valores da nossa democracia, da nossa cidadania e dos direitos da nossa geração e das futuras. Onde houver ameaça, nós seremos a resistência”, continua o grupo.

O OC destaca especificamente a área ambiental, que foi alvo de propostas consideradas danosas pelo setor, por ambientalistas e até mesmo por parte de ruralistas, como a de fusão do Ministério do Meio Ambiente ao da Agricultura, o enfraquecimento do Ibama, a não demarcação de terras indígenas ou criação de novas unidades de conservação. Além da saída do Acordo de Paris. Na reta final da campanha, ele chegou a dizer que não mais daria esses passos.

“O Brasil percorreu um longo caminho até a consolidação de um conjunto de instituições e políticas públicas que guardam um patrimônio natural único, base sobre a qual se assenta não apenas a qualidade de vida, mas o próprio desenvolvimento econômico do país. Não nos calaremos diante do desmonte dessas instituições e políticas”, declara a organização.

O grupo também disse que perseguirá de “forma incansável o cumprimento das metas do Brasil contra as mudanças climáticas”. E continua: “Dar as costas ao acordo do clima e a medidas de adaptação a extremos climáticos seria desastroso para o país: do ponto de vista geopolítico, comercial, de desenvolvimento e, sobretudo, da segurança dos cidadãos brasileiros, que o presidente eleito jurou priorizar.”

A nota do Observatório do Clima termina com uma promessa de resistência “a qualquer investida contra os povos e comunidades tradicionais, protegidos pela Constituição, bem como a qualquer violência contra ativistas ambientais”.

Os ambientalistas lembram que o Brasil é o país que mais mata defensores do meio ambiente no mundo. Foram 57 apenas no ano passado. “O clima instaurado na campanha eleitoral, com atentados a agentes do Ibama e ao ICMBio, apenas aumentou o perigo. É tarefa do presidente eleito desarmar essa bomba.”

http://www.observatoriodoclima.eco.br/onde-houver-ameaca-seremos-resistencia/

quinta-feira, 25 de outubro de 2018

NOTA DA CNBB - SEGUNDO TURNO DA ELEIÇÃO

Nota CNBB sobre Segundo Turno das Eleições 2018

NOTA DA CNBB
Por ocasião do segundo turno das eleições de 2018
Jesus Cristo é a nossa paz! (cf. Ef 2,14)
O Brasil volta às urnas para eleger seu novo presidente e, em alguns Estados e no Distrito Federal, seu governador. Fiel à sua missão evangelizadora, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), por meio de seu Conselho Episcopal Pastoral (Consep), reunido em Brasília-DF, nos dias 23 e 24 de outubro, vem ratificar sua posição e orientações a respeito deste importante momento para o País.
Eleições são ocasião de exercício da democracia que requer dos candidatos propostas e projetos que apontem para a construção de uma sociedade em que reinem a justiça e a paz social. Cabe à população julgar, na liberdade de sua consciência, o projeto que melhor responda aos princípios do bem comum, da dignidade da pessoa humana, do combate à sonegação e à corrupção, do respeito às instituições do Estado democrático de direito e da observância da Constituição Federal.
Na missão de pastores e profetas, nós, bispos católicos, ao assumirmos posicionamentos pastorais em questões sociais, econômicas e políticas, o fazemos, não por ideologia, mas por exigência do Evangelho que nos manda amar e servir a todos, preferencialmente aos pobres. Por isso, “a Igreja reivindica sempre a liberdade, a que tem direito, para pronunciar o seu juízo moral acerca das realidades sociais, sempre que os direitos fundamentais da pessoa, o bem comum ou a salvação humana o exigirem (cf. Gaudium et Spes, 76). Não podemos nos calar quando a vida é ameaçada, os direitos desrespeitados, a justiça corrompida e a violência instaurada” (CNBB – Mensagem ao Povo de Deus – 19 de abril de 2018). Inúmeros são os testemunhos de bispos que, na história do país, se doaram e se doam no serviço da Igreja em favor de uma sociedade democrática, justa e fraterna.
A CNBB reafirma seu compromisso, sobretudo através do diálogo, de colaborar na busca do bem comum com as instituições sociais e aqueles que, respaldados pelo voto popular, forem eleitos para governar o País.
Exortamos a que se deponham armas de ódio e de vingança que têm gerado um clima de violência, estimulado por notícias falsas, discursos e posturas radicais, que colocam em risco as bases democráticas da sociedade brasileira. Toda atitude que incita à divisão, à discriminação, à intolerância e à violência, deve ser superada. Revistamo-nos, portanto, do amor e da reconciliação, e trilhemos o caminho da paz!
Por intercessão de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil, invocamos a bênção de Deus para o povo brasileiro.
Brasília-DF, 24 de outubro de 2018
Dom Murilo S. R. Krieger
Arcebispo de São Salvador
Presidente da CNBB em exercício
Dom Guilherme Antônio Werlang
Bispo de Lajes
Vice-Presidente da CNBB em exercício
Dom Leonardo Ulrich Steiner
Bispo Auxiliar de Brasília
Secretário-Geral da CNBB

ULTRALIBERALISMO E FASCISMO AMEAÇAM BRASIL

O FMCJS já alertou constantemente para as consequências das políticas ultraliberais para a vida das pessoas, de todos os seres vivos e da Mãe Terra. Elas não só impedem que as medidas que deveriam ser implementadas para deixar de agredir o ambiente da vida. Elas promovem práticas que aumentam emissões responsáveis pelo aquecimento e agravam as mudanças climáticas.

Agora, já em segundo turno, a eventual eleição do mais do que ultraliberal e fascista candidato Bolsonaro aumenta o medo do que irá acontecer no Brasil e no mundo com as políticas agressivas ao ambiente vital anunciadas. Cremos que isso está resumido nesta notícia difundida pelo ClimaInfo no dia 25 de outubro de 2018:

A PREOCUPAÇÃO INTERNACIONAL COM O FUTURO DO BRASIL E DA AMAZÔNIA
O periódico “comunista” Financial Times vem publicando uma série de matérias sobre as eleições brasileiras, entrevistando gente daqui e analistas do mundo político e financeiro do resto do mundo. Claramente, o jornal entende que Bolsonaro pode vir a ser um risco à democracia pelo conjunto de discursos e intervenções que têm feito ao longo do tempo. O jornal também critica o enfraquecimento da legislação ambiental, no mínimo porque reduziria o volume de exportações e agravaria a crise econômica. E é extremamente cauteloso quanto à política econômica do "posto Ipiranga", posto que, por enquanto, só existem balões de ensaio. O subtítulo de uma das matérias é “O Brasil ameaça se tornar parte de uma virada política global na direção contrária do liberalismo”, embora o tal posto Ipiranga se apresente como um liberal radical.
O The Guardian, vai direto ao ponto: “nosso planeta não aguentará muito mais populistas como o Bolsonaro. Logo agora que a Terra precisa de líderes pró-ambiente, aparecem cada vez mais ditadores ligados ao grande capital”. Para ser justo, o artigo do Guardian estende a crítica: “ao redor do mundo, a diminuição dos recursos está alimentando a subida de líderes autoritários, dedicados a seguir as ordens dos interesses globais mais ameaçadores ao meio-ambiente.”

quarta-feira, 24 de outubro de 2018

AMAZÔNIA: COMBATER A GRILAGEM COMO ROUBO, CRIME

CLIMAINFO, 24 outubro 2018

A AMAZÔNIA MERECE UMA LAVA-JATO PARA COMBATER DESMANDOS

Artigo do jornalista Alexandre Mansur faz um paralelo entre a corrupção desvendada pela Lava-Jato e os crimes praticados pela disputa pela terra na Amazônia. Mansur toma os resultados de uma pesquisa realizada recentemente sobre as atitudes dos brasileiros em relação à temas socioambientais ligados à região. 

A primeira constatação é quase que esperada - o brasileiro reconhece a importância da região e que esta é merecedora de proteção e atenção. Também entende que não é preciso sacrificar a floresta em nome do desenvolvimento, como muita gente apregoa. 

Importante foi descobrir que os brasileiros “associam a apropriação de terra pública com desvio ético. Para eles, é o mesmo que o roubo e a corrupção que gerou horror nos escândalos revelados pela operação Lava-Jato. Porque em ambos os casos envolvem perdas do bem público. Eles sentem indignação e repulsa quanto à forma de fazer política por meio de favorecimentos”. 

Para Mansur, “está na hora de pegar carona nesse sentimento e pensar em mensagens que apelem para a legalidade. Para o senso de responsabilidade. Para ética. Para o combate à bandidagem na Amazônia. Lembrando que quem depreda uma área pública é criminoso. Quem ocupa floresta pública para especular é invasor de terra. Quem rouba madeira de área de uso sustentável é ladrão. Campanhas que reconheçam esse sentimento terão mais força. Serão as campanhas capazes de nos unir em torno de nossa natureza comum.”

https://exame.abril.com.br/blog/ideias-renovaveis/precisamos-de-uma-lava-jato-da-floresta

AMAZÔNIA: SE ELEITO, BOLSONARO PODE TRIPLICAR DESMATAMENTO

TAÍ UMA DAS DESGRAÇAS QUE NOS ESPERA, SE FOR ELEITO. DESGRAÇA PRA TODO O PAÍS E MUNDO, DE MODO ESPECIAL PARA O SUDESTE BRASILEIRO. POR QUE VOTAM NELE, ENTÃO, A NÃO SER POR IGNORÂNCIA E POR ACEITAREM NOTÍCIAS FALSAS?

CLIMAINFO, 24 de outubro de 2018
 
PESQUISADORES DO INPE ESTIMAM QUE BOLSONARO PODE TRIPLICAR O DESMATAMENTO DA AMAZÔNIA

As declarações da campanha de Bolsonaro que sinalizam o enfraquecimento da proteção ambiental e o avanço sobre áreas protegidas foram usadas por pesquisadores do INPE para simular o que aconteceria com as taxas de desmatamento se estes sinais se efetivassem. 

O resultado surpreende pelo tamanho: se no ano passado foram desmatados quase 7 mil km², o modelo prevê que, em 2020, a área desmatada pode subir para 26 mil km², e seguir subindo. Este seria o segundo pior desmatamento anual. O pico registrado de desmatamento aconteceu em 2004, quando a floresta perdeu quase 28 mil km². 

O trabalho partiu dos estudos feitos pelo grupo ao redor da efetiva aplicação do Código Florestal ou de seu completo descumprimento.

https://news.mongabay.com/2018/10/fate-of-the-amazon-is-on-the-ballot-in-brazils-presidential-election-commentary/

CONFIRMADA A CONDENAÇÃO DA MONSANTO/BAYER

EU PREFERIRIA QUE TIVESSE MANTIDO A PRIMEIRA INDENIZAÇÃO, MAS A CONFIRMAÇÃO DA CONDENAÇÃO JÁ SERVE PARA QUE SEJAM ABERTAS MUITAS PORTAS PARA ANIQUILAR ESTAS EMPRESAS ENVENENADORAS ATRAVÉS DE PROCESSOS JUDICIAIS.

QUANDO SERÁ ABERTO O PRIMEIRO NO BRASIL?

Justiça dos EUA nega recurso da Monsanto em caso de ex-jardineiro com câncer terminal

Dewayne Johnson trabalhava frequentemente com herbicidas produzidos pela empresa alemã, como Roundup e Ranger Pro; caso é tratado com urgência por recomendação médica devido a tempo de vida do requerente

OPERA MUNDI - Redação


A Justiça dos Estados Unidos negou nesta terça-feira (23/10) um recurso da empresa agroquímica Monsanto, atualmente controlada pela Bayer, no caso de Dewayne Johnson, um ex-jardineiro escolar que está com câncer terminal devido ao uso de herbicidas.
Embora a juíza Suzanne Ramos Bolanos, da Califórnia, tenha negado a apelação da empresa farmacêutica alemã, a indenização foi reduzida de 289 milhões de dólares, impostos em agosto em primeira instância, para 78 milhões de dólares.
Dewayne Johnson, de 46 anos, foi diagnosticado com câncer linfático terminal em 2014, após trabalhar frequentemente com o herbicida glifosato da marca Roundup e Ranger Pro, ambos fabricados pela Monsanto.
Johnson é pai de três filhos e trabalhava como jardineiro em uma escola na cidade de São Francisco, no estado norte-americano da Califórnia.
A Justiça concedeu ao requerente o prazo de até 7 de dezembro para decidir se Johnson aceita ou não o valor da indenização. O caso é abordado em regime de urgência pois, segundo diagnósticos médicos, Dewayne não tem muito tempo de vida.
A Bayer anunciou nesta terça-feira (23/10) que irá recorrer da decisão mais recente. Entretanto, caso Johnson aceite o valor imposto pela juíza californiana, o pedido da empresa alemã de novo recurso será impugnado.
Segundo a empresa, “a decisão do tribunal de reduzir a indenização em mais de 200 milhões de dólares é um passo na direção correta, mas seguimos pensando que o veredicto de responsabilidade e a concessão de indenização não tem base nos elementos do processo ou no direito”.
Reprodução
Dewayne Johnson foi diagnosticado com câncer linfático terminal em 2014, após trabalhar frequentemente com o herbicida da Monsanto

CIMI: CONTRA O PAI DA MENTIRA

SOLIDÁRIO DE FORMA ABSOLUTA COM OS POVOS INDÍGENAS E O CIMI. A PARTE PODRE DA HUMANIDADE, BOLSONARO, ESTÁ EM VOCÊ E COM VOCÊ: O FASCISMO. E NÃO NO CIMI E NA CNBB. MENOS AINDA NOS POVOS INDÍGENAS, ONDE ESTÁ O BEM VIVER.

CONTRA O PAI DA MENTIRA

“Conhecerão a Verdade e a Verdade Vos Libertará” (João 8, 32)

O Artigo 20 da Constituição Brasileira define que “as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios” (Inciso XI) e “os recursos minerais, inclusive do subsolo” (Inciso V) “são bens da União”. São, portanto, propriedades do Estado Brasileiro.

O Artigo 06 do Decreto 1775/96 determina que as terras tradicionalmente ocupadas pelos povos indígenas sejam registradas “em cartório imobiliário da comarca correspondente e na Secretaria de Patrimônio da União do Ministério da Fazenda”.

O Parágrafo 3º. do Artigo 231 da nossa Carta Magna diz que a pesquisa e a lavra de recursos minerais em terras indígenas pode ser realizada desde que autorizada pelo Congresso Nacional e de acordo com lei complementar.

O Parágrafo 4º. do Artigo 231 da Constituição Brasileira estabelece que as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios são inalienáveis.

Não existe qualquer referência de nenhum dos povos indígenas do Brasil no sentido de almejar se tornar um ‘Estado’ e ou um território independente do Brasil. Ao contrário, há comprovada participação de dezenas de povos indígenas em guerras na defesa das fronteiras do Estado brasileiro.

O candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro é um político tradicional, deputado federal há 28 anos. Recebe salário e benefícios, pagos com recursos públicos, há quase três décadas. É de se supor, portanto, que conheça minimamente o conteúdo da nossa Constituição Federal.

“Existe uma contradição incontornável entre o conteúdo da Constituição Brasileira e da história de nosso país e com as afirmações do candidato Jair Bolsonaro”.

No entanto, em vídeo que circula nas redes sociais e em entrevista recente a veículo comercial de comunicação, dentre outros impropérios, o candidato Jair Bolsonaro  afirma que demarcações de terras indígenas atenderiam a interesses de outros países e atentariam contra o interesse nacional. O candidato afirma ainda que haveria risco de povos indígenas formarem Estados independentes do Brasil. Com isso, o candidato tenta colar nos povos indígenas a pecha de pessoas não confiáveis, manipuláveis e traidores do Brasil e dos brasileiros, o que estimula o ódio e a violência de parcela da população brasileira contra esses povos e seus aliados.

Existe uma contradição incontornável entre o conteúdo da Constituição Brasileira e da história de nosso país e com as afirmações do candidato Bolsonaro. Diante disso, perguntamos: quais são as reais motivações do candidato ao proferir tão primárias e evidentes mentiras contra os povos indígenas e seus aliados no Brasil? Não há outra explicação: Bolsonaro objetiva defender interesses privados contra os interesses do Estado e do povo brasileiro.

O Cimi repudia veementemente as caluniosas, difamatórias e maldosas acusações do candidato Jair Bolsonaro contra os povos indígenas do Brasil e manifesta solidariedade a estes pelas ofensas injustas que mais uma vez sofrem.

O Cimi reitera solidariedade a todos os Bispos membros da Conferência Nacional do Bispos do Brasil (CNBB) também agredidos e aviltados covardemente pelo referido candidato.

Por fim, o Cimi manifesta apoio à posição política divulgada pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) por meio da Nota “Eleições 2018: Em defesa da democracia e dos nossos direitos”.
Brasília/DF, 23 de outubro de 2018
Conselho Indigenista Missionário – Cimi

CONJUNURA ELABORADA PELO RAP

Olha o que o pessoal do RAP aqui do Espírito Santo fez. Deve ser compartilhado o máximo possível. É uma linguagem que realmente vai às massas:



GOGÓ, UM PAULISTA NORDESTINO

Roberto Malvezzi (Gogó)
Há quase 40 anos sai de São Paulo e vim morar no Nordeste, em Campo Alegre de Lourdes, extremos da Bahia com o Piauí. Vim com um grupo de amigos e todos estamos por essa região até hoje. Devo minha vida a Dom José Rodrigues e à Diocese de Juazeiro, que nos acolheram àquela época e que nunca vacilou uma vírgula na defesa do povo e de seus direitos.
Foi a melhor decisão de minha vida. Vim para ficar três anos e estou há quase 40 anos.
Era a realidade do Nordeste ainda de Luís Gonzaga, com fome, sede, miséria, mortalidade infantil e saques. Hoje essa realidade está superada, ainda com muita pobreza, mas não mais a miséria. O IDH do município que era de 0,27 em 1990, em 2010 já era de 0,56. Portanto, ainda não atingiu o índice de 0,60 quando se sai da pobreza, mas já atingiu acima de 0,50 que está acima da miséria. Em muitos municípios já está superado inclusive o índice da pobreza e a população já está num padrão digno de vida aceito pela própria ONU.
Políticas simples de captação de água de chuva para beber e produzir, a defesa da terra e territórios das comunidades, energia elétrica, melhora das moradias, melhoria nos transportes, chegada da telefonia, da internet, tantas coisas básicas que nosso povo passou a ter direito. E a vida melhorou.
Hoje sabemos que o futuro energético do Brasil passa pelo Nordeste, principalmente a eólica e solar, já que nossos rios perdem forças e não garantem mais a segurança energética do Brasil.
Há ainda o detalhe que o Brasil todo depende das chuvas trazidas pelos rios voadores que vem da Amazônia. Portanto, sem Amazônia o Sul e Sudeste viram deserto e sem o Nordeste também virão os apagões intermináveis.
Todas as afrontas feitas ao povo nordestino nessa eleição doem na alma, por serem injustas, caluniosas e criminosas, pior, baseadas na estupidez e na ignorância.
Nesse momento da história, contudo, eu digo que “viva o povo do Nordeste”, por suas lutas pela justiça, pela superação das necessidades básicas, por seu voto consciente e por ser o grande reservatório energético desse país.
O futuro do Brasil passa pelo Nordeste e pelos Nordestinos.

segunda-feira, 22 de outubro de 2018

MANIFSTO INTERNACIONAL CONTRA O FASCISMO NO BRASIL

NO MUNDO, HÁ OS QUE TÊM JUÍZO E NOS CONVIDAM A SERMOS RESPONSÁVEIS COM NOSSO DIREITO AO VOTO. SE VOCÊ AINDA TEM DÚVIDA, VEJA O QUE ELES DENUNCIAM.

Cerca de 500 personalidades, entre escritores, políticos e defensores de direitos humanos assinaram um manifesto expressando “o mais profundo repúdio” ao candidato à presidência pelo PSL, Jair Bolsonaro, que disputa com Fernando Haddad (PT) o segundo turno no próximo domingo (28/10).
Segundo os signatários, as posições defendidas por Bolsonaro – “calcadas em valores xenófobos, racistas, misóginos e homofóbicos” – “atentam contra uma sociedade livre, tolerante e socialmente justa”.
Entre os que assinam o texto, estão o ex-presidente do Uruguai, José Mujica; Bernie Sanders, senador e ex-candidato à Presidência dos EUA; Cristina Kirchner, ex-presidente da Argentina; o linguista norte-americano Noam Chomsky; o historiador James Green e o ex-presidente mexicano Vicente Fox, dentre outros.
MANIFESTO INTERNACIONAL CONTRA O FASCISMO NO BRASIL

Nós, mulheres e homens de várias partes do mundo comprometidos com a Democracia e os Direitos Humanos, expressamos o mais profundo repúdio ao candidato de extrema-direita, Jair Bolsonaro, que disputa o segundo turno da eleição presidencial no Brasil no próximo 28 de outubro.

As posições que o candidato tem sustentado ao longo de sua vida pública e nesta campanha eleitoral são calcadas em valores xenófobos, racistas, misóginos e homofóbicos.

O candidato de extrema-direita defende abertamente os métodos violentos utilizados pelas ditaduras militares, inclusive torturas e assassinatos.

Tais posições atentam contra uma sociedade livre, tolerante e socialmente justa.

A decisão que o povo brasileiro tomará no segundo turno das eleições presidenciais constituirá uma escolha de transcendental importância entre a liberdade e o pluralismo e o obscurantismo autoritário, com impactos duradouros não só para o Brasil mas para toda a América Latina e Caribe e o mundo.

Conclamamos as brasileiras e brasileiros a refletirem sobre a gravidade deste momento histórico.


Entre a democracia e o fascismo não pode haver neutralidade!

MOTOPIBA: NO CAMINHO DA DESTRUIÇÃO

SE DEIXARMOS DESTRUIR O QUE RESTA DO CERRADO, QUEM SOBREVIVERÁ? VEJAM O QUE REVELA A "CARAVANA MATOBIBA"...


Notícias do esbulho


Se­tembro de 2017/ Cré­dito: Ro­si­lene Mi­li­otti / FASE


Os im­pactos da fi­nan­cei­ri­zação de terras na re­gião do Ma­to­piba (Ma­ra­nhão, To­can­tins, Piauí e Bahia) são tema do re­la­tório “Os Custos Am­bi­en­tais e Hu­manos do Ne­gócio de Terras”, lan­çado na Con­fe­rência de Aber­tura do I Se­mi­nário sobre Es­tran­gei­ri­zação de Terras e Se­gu­rança Ali­mentar e Nu­tri­ci­onal, na Bi­bli­o­teca Cen­tral da Uni­ver­si­dade Fe­deral de Per­nam­buco, em Re­cife.

O Re­la­tório, que será apre­sen­tado pelo as­sessor sê­nior da Fian In­ter­na­ci­onal, Flávio Va­lente, des­creve e ana­lisa os im­pactos am­bi­en­tais e sobre os di­reitos hu­manos cau­sados pela ex­pansão do agro­ne­gócio e pela es­pe­cu­lação de terras na re­gião Norte/Nor­deste do Brasil, co­nhe­cida como Ma­to­piba.

“A re­gião tem sido ví­tima de uma ex­pansão agres­siva do agro­ne­gócio, em par­ti­cular de mo­no­cul­turas de soja, que trazem con­sigo a ex­pro­pri­ação de co­mu­ni­dades ru­rais e des­truição am­bi­ental. A ex­pansão do agro­ne­gócio e a cres­cente es­pe­cu­lação de terras têm sido ali­men­tados por fundos vindos de agentes fi­nan­ceiros in­ter­na­ci­o­nais, em par­ti­cular de fundos de pensão dos EUA, Co­reia do Sul, Reino Unido, Ale­manha, Lu­xem­burgo, Suécia e Ho­landa”, des­taca Flávio Va­lente.

O Re­la­tório “Os Custos Am­bi­en­tais e Hu­manos do Ne­gócio de Terras” é fruto de duas mis­sões de in­ves­ti­gação re­a­li­zadas em se­tembro de 2017 e ja­neiro de 2018. A pri­meira missão do­cu­mentou as con­sequên­cias das apro­pri­a­ções de terras para as co­mu­ni­dades no es­tado do Piauí e reuniu-se com au­to­ri­dades do go­verno bra­si­leiro. A se­gunda missão ocorreu na Eu­ropa e con­cen­trou-se no en­vol­vi­mento de fundos de pensão da Ho­landa, Ale­manha e Suécia na ex­pansão do agro­ne­gócio e nas apro­pri­a­ções de terras na re­gião.

Fundos de in­ves­ti­mentos in­ter­na­ci­o­nais

Um dos apon­ta­mentos do do­cu­mento é o pro­cesso de trans­for­mação da terra em um bem fi­nan­ceiro. “Agentes fi­nan­ceiros (como bancos, em­presas de cor­re­tagem, se­gu­ra­doras, fundos de pensão, fundos de in­ves­ti­mento, agên­cias de in­ves­ti­mento e fundos de ca­pital de risco), estão, cada vez mais, vendo a terra como uma boa opção de in­ves­ti­mento. Esses agentes fi­nan­ceiros ca­na­lizam seus fundos para a compra de terras e para ati­vi­dades re­la­tivas ao uso da terra, de forma a di­ver­si­ficar seus in­ves­ti­mentos, au­mentar os lu­cros e di­mi­nuir os riscos”, aponta Flávio Va­lente.

O Re­la­tório evi­dencia que as mo­no­cul­turas de soja co­me­çaram a aden­trar na re­gião do Ma­to­piba no início dos anos 2000 e estão se ex­pan­dindo desde então. “De­vido à crise fi­nan­ceira de 2007/2008, o ne­gócio com terras se tornou mais ren­tável que a pro­dução agrí­cola. Isso levou à cri­ação de em­presas re­la­ci­o­nadas à terra que não se en­vol­viam di­re­ta­mente com a pro­dução, mas se de­di­cavam com­ple­ta­mente à aqui­sição, venda, ar­ren­da­mento e/ou ad­mi­nis­tração de terras.

A fal­si­fi­cação de tí­tulos de pro­pri­e­dade é uma das ca­rac­te­rís­ticas desse ne­gócio. Pois é uma forma de ofi­ci­a­lizar (ou ao menos si­mular) a pro­pri­e­dade de terras ad­qui­ridas ile­gal­mente. Os agentes que atuam na re­gião são apoi­ados por agentes fi­nan­ceiros in­ter­na­ci­o­nais que in­vestem grandes quan­tias no ne­gócio de terras, o que ali­menta o atual pro­cesso de es­pe­cu­lação e con­se­quen­te­mente ter­mina e de­ter­mina a ex­pulsão vi­o­lenta da po­pu­lação”.

A pes­quisa ve­ri­ficou que o fundo de pensão dos EUA, TIAA, possui quase 300 mil hec­tares de terra no Brasil, por volta de um terço dessas terras estão nos es­tados da re­gião do Ma­to­piba. A maior parte dessas terras é ad­mi­nis­trada por dois fundos de­di­cados às terras agrí­colas, os TIAA-CREF Global Agri­cul­ture LLC I e II (TCGA I e II), que so­mados valem US$ 5 bi­lhões. A maior parte dos que in­vestem no TCGA I e II são in­ves­ti­dores ins­ti­tu­ci­o­nais, fundos de pensão em par­ti­cular.

Dentre eles estão o Ärz­te­ver­sor­gung West­falen-Lippe (ÄVWL) da Ale­manha, que in­vestiu US$ 100 mi­lhões no TCGA I, o ABP da Ho­landa, que in­vestiu US$ 200 mi­lhões no TCGA II, e o se­gundo Fundo de Pensão Na­ci­onal Sueco (AP2), que in­vestiu um total de US$ 1,2 bi­lhão no TCGA I e II. O TIAA e esses ou­tros fundos se apre­sentam como in­ves­ti­dores “res­pon­sá­veis” e são parte de vá­rios es­quemas de res­pon­sa­bi­li­dade so­cial cor­po­ra­tiva (CSR).

“Esses fundos de pensão operam por meio de com­plexas redes de in­ves­ti­mentos, de forma a con­tornar as me­didas pre­vistas na lei bra­si­leira que li­mitam a pro­pri­e­dade de terras por em­presas es­tran­geiras”, de­nuncia Va­lente.

As vi­o­la­ções dos di­reitos hu­manos e a des­truição am­bi­ental

A missão in­ter­na­ci­onal de in­ves­ti­gação de se­tembro de 2017 do­cu­mentou os im­pactos so­ciais e am­bi­en­tais cau­sados pela ex­pansão do agro­ne­gócio e pela es­pe­cu­lação de terras na re­gião do Ma­to­piba em 7 co­mu­ni­dades no sul do Piauí. Os re­sul­tados mos­traram que a po­pu­lação local sofre com as graves con­sequên­cias do des­ma­ta­mento, da perda da bi­o­di­ver­si­dade e da con­ta­mi­nação ge­ne­ra­li­zada do solo, da água e do gado por agro­tó­xicos.

“Além disso, o uso de vi­o­lência contra lí­deres co­mu­ni­tá­rios está au­men­tando, assim como as dis­putas por água, que são agra­vadas pelas mu­danças nos pa­drões de chuva de­vido à de­gra­dação am­bi­ental. A po­pu­lação local está per­dendo suas terras, o que causa a des­truição de seus meios de sub­sis­tência, rup­turas nas co­mu­ni­dades e in­se­gu­rança ali­mentar e nu­tri­ci­onal. Em muitos casos as pes­soas se veem for­çadas a mi­grar para as fa­velas nas grandes ca­pi­tais”, aponta Flávio Va­lente.

O do­cu­mento res­salta que o Es­tado bra­si­leiro – em ní­veis fe­deral, es­ta­dual e mu­ni­cipal – vi­olou suas obri­ga­ções re­la­tivas aos di­reitos hu­manos ao pro­mover o avanço do agro­ne­gócio na re­gião, ao não pro­teger a po­pu­lação local das ações dos gri­leiros lo­cais, das em­presas do agro­ne­gócio e dos in­ves­ti­dores, e ao não es­ta­be­lecer uma pres­tação de contas. “Não res­peitou e pro­tegeu o di­reito co­le­tivo à terra da po­pu­lação local e as ma­neiras es­pe­cí­ficas com que eles uti­lizam e ad­mi­nis­tram seus ter­ri­tó­rios”, co­menta Flávio Va­lente.

Para ter acesso ao do­cu­mento, clique aqui.

A versão ori­ginal do re­la­tório, em in­glês, foi lan­çada no dia 4 de julho na Eu­ropa.
 
Ca­ra­vana

Or­ga­ni­zada por FIAN Brasil, FIAN In­ter­na­ci­onal, Co­missão Pas­toral da Terra (CPT) e Rede So­cial de Jus­tiça e Di­reitos Hu­manos, a Ca­ra­vana Ma­to­piba ve­ri­ficou in loco, entre os dias 6 e 11 de se­tembro de 2017, os in­dí­cios de gri­lagem de terras por em­presas na­ci­o­nais e es­tran­geiras e as con­se­quentes vi­o­la­ções de di­reitos hu­manos de­cor­rentes dessas gri­la­gens. A Ca­ra­vana foi com­posta por 34 or­ga­ni­za­ções bra­si­leiras e in­ter­na­ci­o­nais, que per­cor­reram mi­lhares de quilô­me­tros no sul do Piauí e do Ma­ra­nhão vi­si­tando co­mu­ni­dades im­pac­tadas pelo avanço re­cente do agro­ne­gócio na re­gião.

 http://www.correiocidadania.com.br/2-uncategorised/13518-noticias-do-esbulho

NOTA DA OAB, CNBB E OUTRAS ENTIDADES SOBRE A CONJUNTURA



Nota Conjunta assinada por diversas entidades repudia as ações de violência dos últimos dias, reiterando compromisso com a preservação de um ambiente sociopolítico genuinamente ético, democrático, de diálogo, com liberdade de imprensa, exortando a renovação de de respeito pela Constituição Federal,  manifestando a defesa irrestrita e incondicional dos direitos fundamentais sociais e declarando, por fim, a sua compreensão de que não há desenvolvimento sem justiça e paz social.

Eis a nota.

As entidades signatárias abaixo nominadas, representativas da sociedade civil organizada, no campo do Direito e das instituições sociais, por seus respectivos Representantes, ao largo de quaisquer cores partidárias ou correntes ideológicas, considerando os inquietantes episódios descortinados nos últimos dias, nas ruas e nas redes sociais, ao ensejo do processo eleitoral, de agressões verbais e físicas – algumas fatais – em detrimento de indivíduos, minorias e grupos sociais, a revelar crescente desprestígio dos valores humanistas e democráticos que inspiram nossa Constituição cidadã, fiadores da convivência civilizada e do exercício da cidadania, vêm a público:

AFIRMAR o peremptório repúdio a toda manifestação de ódio, violência, intolerância, preconceito e desprezo aos direitos humanos, assacadas sob qualquer pretexto que seja, contra indivíduos ou grupos sociais, bem como a toda e qualquer incitação política, proposta legislativa ou de governo que venha a tolerá-las ou incentivá-las;

REITERAR a imperiosa necessidade de preservação de um ambiente sociopolítico genuinamente ético, democrático, de diálogo, com liberdade de imprensa, livre de constrangimentos e de autoritarismos, da corrupção endêmica, do fisiologismo político, do aparelhamento das instituições e da divulgação de falsas notícias como veículo de manipulação eleitoral, para que se garanta o livre debate de ideias e de concepções políticas divergentes, sempre lastreado em premissas fáticas verdadeiras;

EXORTAR todas as pessoas e instituições a que reafirmem, de modo explícito, contundente e inequívoco, o seu compromisso inflexível com a Constituição Federal de 1988, no seu texto vigente, recusando alternativas de ruptura e discursos de superação do atual espírito constitucional, ancorado nos signos da República, da democracia política e social e da efetividade dos direitos civis, políticos, sociais, econômicos e ambientais, com suas indissociáveis garantias institucionais;

MANIFESTAR a defesa irrestrita e incondicional dos direitos fundamentais sociais, inclusive os trabalhistas, e da imprescindibilidade das instituições que os preservam, nomeadamente a Magistratura do Trabalho, o Ministério Público do Trabalho, a Auditoria Fiscal do Trabalho e a advocacia trabalhista, todos cumpridores de históricos papéis na afirmação da democracia brasileira;

DECLARAR, por fim, a sua compreensão de que não há desenvolvimento sem justiça e paz social, como não há boa governança sem coerência constitucional, e tampouco pode haver Estado Democrático de Direito sem Estado Social com liberdades públicas.

Brasília (DF), 19 de outubro de 2018.

CLÁUDIO PACHECO PRATES LAMACHIA
Presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB)

GUILHERME GUIMARÃES FELICIANO
Presidente da Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra)

LEONARDO ULRICH STEINER
Secretário-Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB)

ÂNGELO FABIANO FARIAS DA COSTA
Presidente da Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho (ANPT)

CARLOS FERNANDO DA SILVA FILHO
Presidente do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho (Sinait)

ALESSANDRA CAMARANO MARTINS
Presidente da Associação Brasileira dos Advogados Trabalhistas (Abrat)

MARIA JOSÉ BRAGA
Presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj)

CONJUNTURA: PAI, VENHA A NÓS O TEU REINO


O nome de Deus está intensamente presente nessas eleições. Um dos candidatos repete sempre: Deus acima de todos, e ele se apresenta como se fosse um enviado deste Deus. Por causa disso, temos a necessidade de perguntar-nos: de que deus está ele falando?

A pergunta se justifica, porque é preciso examinar qual é o deus que o inspira para ser favorável à ditadura, para dizer que completaria o que a ditadura deixou de fazer matando uns trinta mil, que violência se combate com violência, que pau-de-arara funciona, que é favorável à tortura, que liberaria a polícia para matar, que acabaria com os territórios dos povos indígenas e quilombolas, que minoria tem que se calar, se submeter à maioria, que índio deve comer capim para manter as suas origens, que seria incapaz de amar um filho que fosse homossexual e preferiria que ele morresse num acidente, que o patrão pode pagar menos pelo trabalho da mulher...

Essas e outras afirmações que nem vale a pena citar estão sendo feitas como se fossem inspiradas no Deus dos cristãos, mas não o são. A imagem de deus presente nesse modo de pensar e de agir não tem nada em comum com o Deus revelado e anunciado por Jesus de Nazaré. São negação de Deus e das práticas e palavras de Jesus. O Deus de Jesus é Amor, um Pai com coração amoroso de mãe, misericordioso, e Jesus, para revelá-lo, se faz um dos pobres do seu tempo, e seu mandamento é “amem-se uns ao outros como eu amei a vocês”. Deixou claro que não se pode servir ao mesmo tempo a Deus e ao dinheiro. Tendo feito só o bem em sua vida, foi condenado pelo sistema religioso do Templo e pelo império romano.

Diante disso, proponho que as amigas e amigos pensem sobre a responsabilidade de seu voto com palavras do sermão de Santo Oscar Romero dias antes de ser assassinado por defender seu povo salvadorenho perseguido por ditadura militar:

“quero fazer um chamado aos militares e à Guarda Nacional: irmãos, vocês são do mesmo povo. Matam seus irmãos camponeses. Diante da ordem de matar dada por um homem deve prevalecer a lei de Deus que diz “não matarás”. Em nome de Deus e em nome deste sofrido povo, cujos lamentos sobem ao céu cada dia mais fortes, lhes suplico, lhes peço, lhes ordeno: parem com a repressão”.

Que Deus nos ilumine para escolher a democracia, a vida e a paz.
           
 Ivo Poletto, do Fórum MCJS

(Programa de Rádio 299 – para 22 de outubro de 2018 - vejam a gravação no site fmclimaticas.org.br)