quinta-feira, 24 de novembro de 2016

PAPA FRANCISCO CRIA "DIA MUNDIAL DOS POBRES"

SÓ MESMO QUEM NÃO TEM CORAÇÃO NEM SENTIMENTO DE HUMANIDADE É CAPAZ DE CRITICAR NEGATIVAMENTE O PAPA FRANCISCO. O QUE ELE ESTÁ FAZENDO É ABRIR OPORTUNIDADES PARA A PRÁTICA DA SOLIDARIEDADE SEJA A MARCA DA VIDA DOS CRISTÃOS E DE TODA A HUMANIDADE, ENFRENTANDO COM CORAGEM A CIVILIZAÇÃO DA INDIFERENÇA, PROMOVIDA ESPECIALMENTE PELO CAPITALISMO NEOLIBERAL GLOBALIZADO COMANDADO PELO CAPITAL FINANCEIRO. 

O DIA DOS POBRES É UM CHAMADO PARA ENFRENTAR O CRIME DA GERAÇÃO, MANUTENÇÃO E AGRAVAMENTO DAS CONDIÇÕES DE VIDA DE UMA PESSOA EM CADA SETE PELO CONCENTRAÇÃO ABSURDA DA RIQUEZA PRODUZIDA POR TODOS E PELA TERRA NAS MÃOS DE 1% DA ESPÉCIE HUMANA. ESTE É, MESMO, UM SISTEMA QUE MATA.

Papa institui o DIA MUNDIAL DOS POBRES

Ao final do Ano Santo da Misericórdia o Papa Francisco entregou à Igreja e à sociedade a Carta Apóstólica ‘Misericordia et Misera’. Estas duas palavras que abrem a carta são referência ao encontro de Jesus com a adúltera (Jo 8, 1-11). Ela que ia ser morta (misera) encontra a compreensão em Jesus (misericordia) que diz a quem iria apedrejá-la: “quem não tiver pecado atire a primeira pedra”.
O papa discorre longamente sobre o sentido e a necessidade da misericórdia em especial para quem errou, para quem pecou. E enfatiza sobretudo que a Igreja tem que ser um sinal e um instrumento da misericórdia de Deus. E para isso estende a todos os padres “a faculdade de absolver a todas as pessoas que incorreram no pecado do aborto” antes restrita pelo Direito Canônico aos bispos.
Isso é o que foi ressaltado por toda a imprensa. 
O sentido da misericórdia, porém, tem um caráter profundamente social e que não foi destacado pela mídia. O Papa para marcar este caráter social da misericórdia instituiu como sinal concreto deste Ano Santo o Dia Mundial dos Pobres, que a Igreja deve celebrar todos os anos.
Fiz uma pequena seleção de textos desta Carta que expõem o caráter social da misericórdia, que convoca à solidariedade e à preservação e promoção da dignidade humana.

“É a hora de dar espaço à imaginação a propósito da misericórdia para dar vida a muitas obras novas, fruto da graça. A Igreja precisa de narrar hoje aqueles «muitos outros sinais» que Jesus realizou e que «não estão escritos» (Jo 20, 30), de modo que sejam expressão eloquente da fecundidade do amor de Cristo e da comunidade que vive d’Ele”.

“Ainda hoje populações inteiras padecem a fome e a sede, sendo grande a preocupação suscitada pelas imagens de crianças que não têm nada para se alimentar. Multidões de pessoas continuam a emigrar dum país para outro à procura de alimento, trabalho, casa e paz. A doença, nas suas várias formas, é um motivo permanente de aflição que requer ajuda, consolação e apoio. Os estabelecimentos prisionais são lugares onde muitas vezes, à pena restritiva da liberdade, se juntam transtornos por vezes graves devido às condições desumanas de vida. O analfabetismo ainda é muito difuso, impedindo aos meninos e meninas de se formarem, expondo-os a novas formas de escravidão. A cultura do individualismo exacerbado, sobretudo no Ocidente, leva a perder o sentido de solidariedade e responsabilidade para com os outros. O próprio Deus continua a ser hoje um desconhecido para muitos; isto constitui a maior pobreza e o maior obstáculo para o reconhecimento da dignidade inviolável da vida humana”.

“O mundo continua a gerar novas formas de pobreza espiritual e material, que comprometem a dignidade das pessoas.”

“Não ter trabalho, nem receber um salário justo, não poder ter uma casa ou uma terra onde habitar, ser discriminados pela fé, a raça, a posição social... estas e muitas outras são condições que atentam contra a dignidade da pessoa; frente a elas, a ação misericordiosa dos cristãos responde, antes de mais nada, com a vigilância e a solidariedade. Hoje são tantas as situações em que podemos restituir dignidade às pessoas, consentindo-lhes uma vida humana. Basta pensar em tantos meninos e meninas que sofrem violências de vários tipos, que lhes roubam a alegria da vida”.

“O caráter social da misericórdia exige que não permaneçamos inertes mas afugentemos a indiferença e a hipocrisia para que os planos e os projetos não fiquem letra morta”.

“A tentação de se limitar a fazer a «teoria da misericórdia» é superada na medida em que esta se faz vida diária de participação e partilha”.

“É o tempo da misericórdia para que os pobres sintam pousado sobre si o olhar respeitoso, mas atento daqueles que, vencida a indiferença, descobrem o essencial da vida”. 

“Intuí que, como mais um sinal concreto deste Ano Santo extraordinário, se deve celebrar em toda a Igreja, na ocorrência do XXXIII Domingo do Tempo Comum, o Dia Mundial dos Pobres. Será a mais digna preparação para bem viver a solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo, que Se identificou com os mais pequenos e os pobres e nos há de julgar sobre as obras de misericórdia (cf. Mt 25, 31-46). Será um Dia que vai ajudar as comunidades e cada batizado a refletir como a pobreza está no âmago do Evangelho e tomar consciência de que não poderá haver justiça nem paz social enquanto Lázaro jazer à porta da nossa casa (cf. Lc 16, 19-21). Além disso este Dia constituirá uma forma genuína de nova evangelização (cf. Mt 11, 5), procurando renovar o rosto da Igreja na sua perene ação de conversão pastoral para ser testemunha da misericórdia”.

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