quinta-feira, 29 de abril de 2021

CUIDADO: INDÚSTRIA DA PESCA ESTÁ DETRUINDO A VIDA NOS E DOS MARES!

 

Seaspiracy e o jornalismo que incomoda o poder

Sucesso de documentário que expõe sem concessões a indústria da pesca sugere: cresce o incômodo com o capitalismo verde e a mídia suave. Muitos querem conhecer, além dos problemas, suas causas – e as formas de enfrentá-las

Por George Monbiot |Tradução: Simone Paz 

Quando a BBC fez um filme sobre a crise dos oceanos, ela conseguiu, de algum jeito, evitar dar nome à maior causa dessa destruição ecológica: a indústria pesqueira. A única sequência significativa sobre a pesca no Blue Planet II, de 2017, era uma comovente história sobre como os barcos de arenque noruegueses eram gentis com as orcas. Assim, não se apresentava a pesca industrial como a maior ameaça à vida marinha, e sim como sua salvadora.

Isso é equivalente a fazer um filme sobre o colapso climático sem revelar o papel das empresas de combustíveis fósseis. Ops! Calma, que a BBC também fez isso, em 2006. Seu documentário “The Truth About Climate Change” mencionava as empresas de combustíveis fósseis apenas como parte da solução, porque uma delas vinha fazendo experiências com captura e armazenamento de carbono. Esses filmes não passam de um desabafo sobre um problema mal definido, seguido da sugestão de que deveríamos “fazer algo”, mas sem oferecer nenhuma pista do que poderia ser esse “algo”.

Eles também são sintomas de uma doença que aflige grande parte da mídia, a maior parte do tempo: a aversão a enfrentar o poder. Embora a BBC tenha feito depois alguns filmes melhores, eles ainda tendem a nos alienar dos ataques comerciais maciços que sofremos em nossos sistemas de suporte à vida, e a nos direcionar para as questões que eu chamo de “besteiras do micro-consumo” (MCB), como os canudos de plástico e os cotonetes. Vejo o MCB como uma atividade de deslocamento: um substituto para confrontar o poder econômico. Longe de salvar o planeta, ela nos distrai e despista dos problemas sistêmicos, prejudicando a ação efetiva.

A premissa central do neoliberalismo é poder deslocar o locus da tomada de decisão: das decisões coletivas democráticas para o indivíduo, utilizando o “mercado”. Em vez de usarmos a política para mudar e melhorar o mundo, podemos fazer isso por meio de nossas compras. Se os neoliberais acreditassem pelo menos em metade desse absurdo, eles nos garantiriam o máximo de conhecimento possível, para que pudéssemos exercer uma tomada de decisão eficaz nessa grande democracia do consumo. Em vez disso, a mídia nos mantém num estado de ignorância quase total sobre os impactos de nosso consumo.

Mas uma de nossas bolhas de ignorância acaba de ser furada. Com baixo orçamento, o primeiro filme de Ali Tabrizi e Lucy Tabrizi conseguiu realizar algo em que os gigantes da mídia repetidamente fracassaram: confrontar o poder diretamente. Seu filme Seaspiracy tornou-se um grande sucesso na Netflix em vários países, incluindo o Reino Unido (revelo: contribuí para a pesquisa da obra). Finalmente as pessoas começaram a prestar atenção para o surpreendente fato de que, quando imensas redes são arrastadas sobre o fundo do mar, ou quando se estendem linhas de anzóis com 45 quilômetros de comprimento, ou perseguimos implacavelmente espécies em declínio, estamos interferindo e abalando a vida do oceano.

O filme engana-se em algumas questões. Ele cita um artigo desatualizado sobre a data prevista para o colapso global da pesca. Dois de seus dados sobre capturas acidentais estão incorretos. Ele confunde o carbono armazenado pelas formas de vida com o carbono armazenado na água do mar. Mas o sentido da obra é correto: a pesca industrial, um assunto lamentavelmente negligenciado pela mídia e por grupos conservacionistas, está levando muitas populações de vida selvagem e ecossistemas do planeta ao colapso. Os grandes navios pesqueiros, de nações poderosas, ameaçam privar populações locais de sua subsistência. Muitas “reservas marinhas” são uma farsa total, pois a pesca industrial ainda é permitida dentro delas. Na UE, a intensidade da pesca de arrastão nas chamadas áreas protegidas é maior do que nos locais desprotegidos. “Frutos do mar sustentáveis” muitas vezes não são nada disso. A pesca comercial é a maior causa de morte e declínio de animais marinhos. Também pode ser extremamente cruel com os humanos: escravidão e outras formas graves de exploração do trabalho acontecem aos montes.

De acordo com a última avaliação da FAO, a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, apenas 6,2% das populações mundiais de peixes marinhos não são “totalmente pescadas”, nem pescadas em excesso, e ainda assim este percentual continua a diminuir. “Totalmente pescados” significa que os peixes estão sendo capturados em seu “máximo rendimento sustentável”, ou seja, no limite para não acabar com o estoque.

Este é um objetivo central na gestão da indústria da pesca. Mas do ponto de vista do ecologista, muitas vezes, ainda significa uma exploração excessiva. Como o trabalho do Professor Callum Roberts demonstra, as populações de peixes e outros animais marinhos eram muito maiores antes do início da pesca industrial, e o estado do fundo do mar, em muitas áreas, era totalmente diferente. Mesmo uma pesca “bem administrada”, com rendimentos máximos, impede a restauração de ecossistemas ricos e abundantes.

No entanto, sei que os detalhes também importam e, embora todos os filmes — assim como todo jornalismo, e toda ciência — cometam erros, devemos nos ater aos fatos. Então, por que os especialistas em indústria pesqueira que hoje reclamam sobre os erros no Seaspiracy não apontaram as deturpações e omissões muito mais graves no Blue Planet II e no Blue Planet Live (a série de 2019, da BBC)?

Blue Planet Live levou essa “distração”, esse desvio, a um nível totalmente novo. Embora seu foco fosse principalmente o plástico, ele não mencionava a indústria de plásticos. Era como se o plástico, o colapso climático e a pressão pesqueira tivessem se materializado no ar, do nada. Enquanto desviava de interesses poderosos, a maioria das soluções propostas eram pequenos curativos tecnológicos: resgatar focas órfãs, semear corais, remover anzóis da boca de tubarões. Algumas de suas afirmações não só eram erradas, mas hilárias. Por exemplo, afirmava que poderíamos “livrar nossos oceanos do plástico” limpando as praias.

Então, por que esse silêncio todo? Talvez porque alguns cientistas da pesca, como apontou o grande biólogo Ransom Myers, tenham se identificado com a indústria da qual depende seu sustento. Embora pareçam contentes com as distorções ultrajantes que favorecem a a pesca industrial, ficam furiosos com erros muito menores que a desfavorecem.

Me parece que o problema é simbolizado por duas palavras com as quais eu sempre me deparo em artigos científicos e oficiais: “subpescado” e “subexplorado”. Estes são os termos que os cientistas da pesca usam para as populações que não são “totalmente pescadas”. As palavras que as pessoas usam expõem a maneira como pensam — e que palavras poderosas, iluminadoras e horríveis são essas! Elas parecem pertencer a outra época, quando acreditávamos na doutrina do domínio: os humanos têm o dever sagrado de conquistar e explorar a Terra. Eu suspeito que algumas pessoas estejam furiosas porque o Seaspiracy não expõe apenas negligência, mas toda uma visão de mundo.

É hora de olharmos para os oceanos sob outra luz: tratar os peixes não como frutos do mar, mas como animais selvagens; ver suas sociedades não como estoques, mas como populações; e suas redes alimentares marinhas não como pescarias, mas como ecossistemas. É hora de vermos sua existência como uma maravilha da natureza, ao invés de uma oportunidade para a exploração. É hora de redefinirmos nossa relação com o planeta azul.

https://outraspalavras.net/terraeantropoceno/seaspiracy-e-jornalismo-que-incomoda-o-poder/ 


quarta-feira, 14 de abril de 2021

CUIDADO: VOCÊ É A IMAGEM E SEMELHANÇA DE SEU DEUS!

 Tu és a imagem e semelhança do teu deus!

Roberto Malvezzi (Gogó)

Se teu deus é opressor, tu terás uma espiritualidade opressora e vais procurar uma comunidade religiosa de opressores;

Se teu deus é violento, tu terás uma espiritualidade violenta e tua comunidade religiosa será de pessoas violentas;

Se teu deus é egóico, ou egoísta, tua espiritualidade será egóica, e até egoísta, e tua comunidade religiosa será egóica e egoísta;

Se teu deus é o dinheiro, tua espiritualidade será argentária, e tua comunidade só falará do demônio e do dízimo para encher as burras dos chefes religiosos;

Se teu deus é dos ricos e poderosos, tua espiritualidade será indiferente aos pobres e descartados, e tua comunidade será indiferente ao sofrimento das pessoas, inclusive da morte por Covid19;

Se teu deus está acima de tudo e de todos, tua espiritualidade te fará sentir-te melhor e acima de tudo e de todos, e tua comunidade vai se considerar acima de tudo e de todos;

Se teu deus é justo e solidário, tua espiritualidade será justa e solidária, e tu participarás de uma comunidade onde as pessoas tentam ser justas e solidárias;

Se teu deus é misericordioso, tua espiritualidade será misericordiosa, não julgarás, não condenarás, e tua comunidade será inclusiva e aberta à toda a humanidade e à toda criatura;

Se teu deus é amor, tua espiritualidade será amorosa com todas as pessoas e com toda a obra criada por Deus, respeitarás cada pessoa humana e cada criatura e tua comunidade de pertença será amorosa com todas as criaturas;

Se teu deus é um demônio, tua espiritualidade será demoníaca e tua comunidade será seguidora de tudo e todos que professam e difundem o mal;

Se teu deus é o amor, a justiça, a misericórdia, a solidariedade, a paz, então tu serás um seguidor de Jesus de Nazaré.


sexta-feira, 9 de abril de 2021

 MINHA AUSÊNCIA NESTE BLOG FOI PROVOCADO POR PROBLEMA DE SAÚDE QUE ME AFASTOU DE QUALQUER ATIVIDADE POR UM MÊS.

RETOMO, CONTUDO, CHAMANDO ATENÇÃO A ESSE BOM ARTIGO. ELE INDICA COMO O NEOLIBERALISMO, AINDA IMPERANTE NO BRASIL, JÁ ESTÁ SENDO ABANDONADO E CONSIDERADO UMA IDEIA MALDITA, NA VERDADE INDICADOR DA VITÓRIA DO 0,1% NA ATUAL LUTA DE CLASSES, COMO FALOU UM DE SEUS INTEGRANTES.

LEIA, REFLITA E VEJA COMO PODEMOS E DEVEMOS COLOCAR ISSO EM DEBATE ANTES DAS ELEIÇÕES DE 2022, PARA QUE ALGUM PARTIDO OU COLIGAÇÃO APRESENTE À CIDADANIA A POSSIBILIDADE DE APOIAR A SAÍDA DA PRÁTICA DESSA IDEIA MALDITA - PELO MENOS SEGUINDO O EXEMPLO DOS ESTADOS UNIDOS!

 

Os últimos suspiros de uma ideia maldita

Debate econômico brasileiro tornou-se anacrônico ao extremo, mostra o leilão dos aeroportos. Mas este atraso não persistirá, pois apoia-se num projeto mortibundo — o neoliberalismo fiscal. Basta olhar para a Ásia e os próprios Estados Unidos

Por Antonio Martins | Imagem: Frans Fanken, Alegoria da Morte do Rico (séc. XVII, detalhe)

“Os Estados, assim como as famílias, podem gastar apenas o que arrecadam. As tentativas de burlar esta regra recebem punição justa e dolorosa dos mercados”. Durante quatro décadas, esta metáfora infantil e insustentável dominou o debate econômico no Ocidente. Por acreditar nela, o ministro Tarcísio Delgado, da infraestrutura sentiu-se herói, na tarde de quarta-feira (7/4), ao bater o martelo no leilão que concedeu 22 aeroportos públicos a grandes grupos financeiros, arrecadando míseros R$ 3,3 bilhões. Outro ministro, Paulo Guedes, chegou a afirmar que as privatizações são indispensáveis para pagar o auxílio emergencial e combater a pandemia. Por isso, o leilão prosseguirá até 10/4.. Entregará mais quatro portos e um trecho da ferrovia leste-oeste. Para tentar associá-lo a algo contemporâneo, o governo deu-lhe nome que remete à moda. Chama-o de “Infra Week”…

Mas na terra do Consenso de Washington, a bossa agora é outra. Em 31 de março, Joe Biden anunciou um novo mega-plano de investimentos públicos, de 2,3 trilhões de dólares – 3903 vezes maior que as moedas esmoladas por Tarcísio. Financiará um gigantesco plano de renovação da infraestrutura (com ênfase na transição para energias limpas e na redução das emissões de CO²) e de investimentos em ciência e tecnologia. Gerará milhões (sim, você leu milhões) de empregos não-precarizados (“union jobs”). Está associado a uma lei (PRO Act, acrônimo em inglês de Proteção do Direito de Organização) que restitui inúmeros direitos trabalhistas e sindicais erodidos pelo neoliberalismo.

E tudo isso é apenas parte de um programa maior. Começou com um primeiro pacote de US$ 1,9 trilhão, anunciado logo nos primeiros dias do governo de Biden, para socorrer as famílias (com cheques de US$ 1,6 mil, ou R$ 8,9 mil); os municípios (condados, nos EUA) e estados endividados; as pequenas e médias empresas. E deverá evoluir, nas próximas semanas, para um terceiro estímulo, mais cerca de US$ 1 trilhão, agora destinado a restaurar os serviços de cuidado,como creches e atenção a idosos. Os segundo e terceiro projetos ainda precisarão de aprovação do Congresso, mas o conjunto da obra já está provocando uma reviravolta política. Mesmo num país até há pouco hiperpolarizado, o primeiro pacote teve apoio de 69% da população. O Partido Repúblicano, que o rechaçou por cacoete ideológico, sofreu forte desgaste. Ninguém mais fala em Donald Trump nos Estados Unidos, nota o repórter Guga Chacra.

Por que Guedes e Tarcísio mendigam trocados, se os Estados podem criar moeda nacional fartamente, emitindo dinheiro ou títulos de sua dívida? E quando a nova onda chegará ao Brasil? A primeira pergunta convida a lembrar que a Economia jamais foi uma ciência exata. O neoliberalismo fiscal triunfou por décadas porque atendia aos interesses de uma classe emergente – a oligarquia financeira – e porque esta sentia-se empoderada para impor seus interesses. “Há uma luta de classes, e a minha está vencendo”, disse o mega-especulador Warren Buffett, em 2014. O reinado absoluto do 0,1% apoiou-se em dois fracassos: a crise do Estado de Bem-Estar Social e da social democracia, no início dos anos 1970; e o colapso do socialismo soviético, quase vinte anos depois. Os muito ricos, que haviam sido obrigados a muitas concessões no pós-II Guerra, sentiram que era hora de sua vingança.

Quarenta anos depois, dois fatores estão reembaralhando as cartas. O primeiro é o avanço da China e a ameaça à ordem eurocêntrica. No Ocidente, a desigualdade agradou aos bilionários mas achatou o poder de consumo das maiorias. Levou a economias estagnadas e à grande crise de 2008. Porém, o Consenso de Washington nunca seduziu a Ásia. Os chineses abriram-se a relações capitalistas e a empresas estrangeiras, mas nunca permitiram que nem umas, nem outras, controlassem sua economia. O mesmo ocorreu com o Vietnã, a Coreia do Sul ou Taiwan, por exemplo. A diferença de resultados é brutal e vai muito além dos números do PIB. Escancara-se, por exemplo, quando se observam os efeitos da pandemia de covid. Ao contrário do Ocidente, onde imperou a “liberdade” do poder econômico, os governos asiáticos coordenaram lockdowns rigorosos, eficazes e relativamente breves. O gráfico abaixo, que compara os números acumulados de mortes por milhão de habitantes expõe o contraste abismal das consequências.

Número de mortes acumuladas desde o início da pandemia, por milhão de habitantes. O índice de óbitos da Coreia do Sul é 50 vezes menor que o da Espanha; o da China, 500 vezes menor que o doe EUA; e o do Vietnã, 4 mil vezes menor que o do Brasil e 5 mil vezes menor que o do Reino Unido ou da Itália (Fonte: “Our World in Data”, 7/4/2020)

E os novos ares – chegarão ao Brasil? A experiência histórica também ensina muito a respeito. Biden, um membro da ala conservadora do Partido Democrata, não tirou da cartola sua heterodoxia atual, nem a importou diretamente de Pequim. Ela é fruto de uma instigante construção política coletiva, cujos expoentes visíveis são Jeremy Corbyn, Bernie Sanders e Alexandria Ocasio-Cortez. Em 2015, Corbyn, então líder do Partido Trabalhista britânico, notou que, embora sustentassem a fábula que equipara os Estados às famílias, os governos e os bancos centrais do Ocidente imprimiam, havia anos, montanhas de dólares para socorrer o sistema financeiro em crise. Se isso era possível, indagou ele, o que impedia a emissão de dinheiro para os serviços públicos, obrigados à penúria e decadência? Nos EUA, Sanders baseou suas duas campanhas eleitorais em propostas que estabeleciam a supremacia do Comum e desafiavam a oligarquia financeira. Falou na Saúde e Universidade gratuitas para todos e no cancelamento das dívidas estudantis. Partiu de uma posição marginal no Partido Democrata para quase obter a candidatura à Casa Branca. Ocasio-Cortez ampliou e aprofundou as propostas do senador ao lançar, em 2018, a ideia do Green New Deal. E a mobilização prossegue. Num texto publicado há uma semana, o Sunrise Movement – um dos grupos que compõem uma nova esquerda nos EUA, comemora os programas de Bidenm mas aponta suas insuficiências. Mais importante: convoca a manter o governo sob pressão, para evitar que a ousadia atual de Biden seja neutralizada pelas artimanhas do sistema político.

Parecem fatos e ideias de outro planeta, num Brasil afundado em pandemia e pandemônio. Talvez, aqui as elites sejam especialmente poderosas. Talvez, os partidos de esquerda tenham esquecido a formulação e o debate programáticos e se voltado quase exclusivamente a uma disputa institucional inférti. Epur si muove! O leilão da infraestrutura é um episódio tão anacrônico que nem Bolsonaro, nem Paulo Guedes, participaram dele na quarta-feira. A mídia, antes entusiasta das privatizações, desta vez quase as escondeu. No momento, governo e sua base parlamentar engalfinham-se numa disputa patética e sem fim em torno do Orçamento – exatamente por terem-no concebido com base no conto da carochinha neoliberal.

Breve, o Brasil se verá como as nações que acordam na ressaca de uma guerra devastadora. Será preciso fazer o luto e começar a reconstrução. Então surgirá a brecha para os novos ventos. 

https://outraspalavras.net/crise-brasileira/ultimos-suspiros-de-uma-ideia-maldita/