quinta-feira, 20 de outubro de 2016

STJ DECIDE: MOVIMENTOS SOCIAIS NÃO SÃO ORGANIZAÇÕES CRIMINOSAS!

PARECE, E É, UM ABSURDO QUE O SUPREMO TRIBUNAL DE JUSTIÇA TENHA SIDO ACIONADO PARA DEFINIR SE AS AÇÕES DO MST SÃO DE UMA ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA, MAS ISSO FOI NECESSÁRIO PORQUE JUÍZES DE GOIÁS HAVIAM DECIDIDO QUE ASSIM DEVERIA SER JULGADO ESTE MOVIMENTO SOCIAL. 

ESTA É UMA GRANDE VITÓRIA, MAS É TAMBÉM UM ALERTA: QUE SOCIEDADE HUMANA SERÁ CONSTRUÍDA SE AS ORGANIZAÇÕES POPULARES FOREM ENQUADRADAS COMO ORGANIZAÇÕES SUSPEITAS EM PRINCÍPIO, JUSTAMENTE NUM TEMPO EM QUE HÁ PREJULGAMENTOS BASEADOS EM "CONVICÇÕES" DOS AGENTES DO JUDICIÁRIO, E NÃO EM PROVAS OBJETIVAS? SERÁ QUE AS ELITES DE NOSSO PAÍS ESTÃO DESEJANDO O "SALVE-SE QUEM PUDER", ESQUECIDAS QUE SÃO ÍNFIMA MINORIA E QUE A CONCENTRAÇÃO DE RIQUEZA E PODER EM SUAS POUCAS MÃOS JÁ ESTÁ CLARAMENTE IDENTIFICADA COMO CAUSADORA DA POBREZA E DA MISÉRIA, BEM COMO DO AQUECIMENTO GLOBAL QUE PROVOCA MUDANÇAS CLIMÁTICAS, COM AGRAVAMENTO DOS DESASTRES SOCIOAMBIENTAIS? 


NOTA DO MST SOBRE JULGAMENTO DO STJ SOBRE CASO DE CRIMINALIZAÇÃO EM GOIÁS

O MST obteve uma importante vitória diante da onda de criminalização da política que avança no país com a decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça), nesta terça-feira (18/10), de rejeitar o enquadramento de movimentos populares na lei de organização criminosa.

A sexta turma do STJ seguiu o relatório do ministro Sebastião Reis, que defendeu a legitimidade dos movimentos populares e desmontou a tese construída a partir de articulação do latifúndio mais atrasado, poder político local e setores do Poder Judiciário em Goiás.

Por unanimidade, o STJ definiu que a militância no MST não se configura como participação em organização criminosa, reconhecendo que lutar não é crime.

Com isso, o companheiro Valdir Misnerovicz obteve o habeas corpus e será colocado em liberdade, derrotando a tese do “domínio do fato” que estruturava toda a acusação.

Essa decisão fortalece a continuidade da luta pela libertação dos presos políticos da luta pela reforma agrária em Goiás. O setor de direitos humanos do MST vai recorrer ao STF para obter o habeas corpus no mesmo processo para o agricultor Luiz Batista Borges, encarcerado há seis meses, e de Natalino de Jesus e Diessyka Lorena, que estão exilados.

Agradecemos a rede de solidariedade formada em torno da campanha contra a criminalização da política e pela libertação dos presos políticos, que começou em Goiás e se articula em todo o país.

Intensificaremos a mobilização contra a criminalização da militância dos movimentos populares, sindicatos, coletivos de jovens, mulheres, negros, lgbts e partidos, até que nenhum lutador do povo esteja preso.

Vamos continuar a luta contra o latifúndio e em defesa da reforma agrária, dos direitos humanos, sociais e políticos e da democracia. Lutar, construir reforma agrária popular!

Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST)
Brasília – Distrito Federal
18 de outubro de 2016


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