Michel Roy a respeito do Haiti: “a situação é de desespero”
Desde o terremoto de janeiro de 2010 que devastou o Haiti, no país vivem 62.600 deslocados, alojados em 36 campos provisórios. Atualmente, 60% da população vive em condições de pobreza e 25 mil pessoas correm o risco de contrair o cólera. Esta dramática situação foi constatada in loco pelo secretário-geral da Caritas Internationalis, Michel Roy, que acabou de voltar do país. Segundo Roy, “a situação é de desespero” na nação caribenha.
O quadro dramático presenciado no Haiti se acentuou ainda mais após a passagem do furacão Matthew, no início de outubro, causando a devastação da ilha e pelo menos mil mortes. Em consequência, uma grande parcela da população ficou sem acesso à água potável e aos serviços de saúde. Para piorar ainda mais, o país enfrenta elevados índices de violência e uma corrupção galopante, o que prejudica o andamento normal do trabalho das organizações humanitárias presentes no território.
“Três semanas depois [da passagem do furacão Matthew], as pessoas vivem ainda sem teto e chove. A chuva é forte. Viver sem uma moradia é realmente difícil. Vi pessoas com os olhos completamente no vazio, realmente traumatizadas pelo que passaram. Na sexta-feira da semana passada [dia 21/10], as chuvas em Les Cayes, cidade situada no sul, causaram uma inundação. Havia um metro de água na cidade. É complicado sair desta tragédia”, afirma Michel Roy.
Conforme o secretário-executivo da Caritas Internationalis, no Haiti “a população é pobre, as casas são construídas com materiais fracos. Mas a maioria não quer ir embora de suas regiões, quer permanecer em seus povoados. Estas pessoas pedem uma ajuda para refazer suas casas e sementes para recomeçar a cultivar depois de limpar a terra”.
Em solidariedade às vítimas do furacão Matthew no Haiti, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e a Cáritas Brasileira lançaram a campanha SOS Haiti Furacão. Os recursos arrecadados serão destinados a ações de urgência, como o fornecimento de água potável, alimentos, cobertores, kits de higiene, lonas e tendas. Será dada prioridade no atendimento às pessoas em abrigos improvisados, mulheres grávidas, crianças e adultos com deficiência física. Com este apoio, também pretende-se ajudar na reconstrução de casas, escolas e outras estruturas que busquem melhorar as condições de vida da população. Para saber mais sobre a campanha, acesse aqui.
Para colaborar com o SOS Haiti Furacão, deposite qualquer valor nas seguintes contas, administradas pela Cáritas Brasileira em favor das vítimas:
Banco do Brasil
Agência: 3475-4
Conta Corrente: 33781-1
Agência: 3475-4
Conta Corrente: 33781-1
Caixa Econômica Federal
Agência: 1041
Operação: 003
Conta Corrente: 3943-9
Agência: 1041
Operação: 003
Conta Corrente: 3943-9
CNPJ da Cáritas Brasileira: 33.654.419.0001/16
O secretário-executivo da Caritas Internationalis, Michel Roy, descreve a situação vivida pela população: “Tudo foi destruído. Precisam de alimento, certamente. A comida chega, mas não chega em quantidade suficiente e não é distribuída de maneira profissional. As pessoas que vivem fora da cidade recebem muito pouco. Isso quando recebem! Esta é uma prioridade para a Cáritas. Quando há distribuição, as pessoas correm e são agressivas para pegar aquilo que é distribuído. Isso manifesta a dor e a preocupação das pessoas. O governo não levou a sério esta tragédia como deveria. Grande parte das doações foram feitas por políticos e a ajuda é muito politizada. A Cáritas trabalha nas comunidades que do Estado não recebem nada”.
Roy também lamenta que as informações sobre a devastação provocada pelo furacão Matthew no Haiti não estejam mais recebendo a mesma atenção por parte da mídia, como ocorria nos primeiros dias após a tragédia. “É preciso que a comunidade internacional se mobilize para ajudar as pessoas no Haiti. Há sempre problemas neste país, porém a situação é tal que é preciso se comprometer no nível elevado. É uma tragédia! É uma grande catástrofe! É preciso que também nós, a família Cáritas, a Igreja, nos mobilizemos para levar mais ajuda. É preciso reconstruir quase tudo. Por isso é necessário o compromisso, e também o dinheiro”, enfatiza o secretário.
Por Luciano Gallas / Assessoria Nacional de Comunicação da Cáritas Brasileira,
com informações da Rádio Vaticano
Foto: Caritas Internationalis
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