segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

A GRÉCIA COMEÇA A MUDANÇA DA EUROPA

É FUNDAMENTAL ALEGRAR-SE COM A DECISÃO POLÍTICA DOS GREGOS E GREGAS QUE VENCERAM O MEDO, AS AMEAÇAS E A IMPOSIÇÃO DA POBREZA PARA COMEÇAR A MUDAR A EUROPA. MAS É FUNDAMENTAL TAMBÉM APOIAR ESSE GESTO CORAJOSO DO POVO GREGO, PORQUE OS EXPLORADORES DE TODO TIPO NÃO ENTREGARÃO SEUS PRIVILÉGIOS, SEU PODER E SUA RIQUEZA CONCENTRADA DE MÃO BEIJADA. A LUTA SERÁ DIFÍCIL, MAS MUITOS, COMO OS MAIS DE 300 INTELECTUAIS QUE ASSINARAM O DOCUMENTO QUE SEGUE, ESTÃO DECIDIDOS A GARANTIR APOIO AO CAMINHO ABERTO COM A VITÓRIA DO SIRYSA.

ALÉM DO MAIS, COMO A POLÍTICA ECONÔMICA DO SEGUNDO MANDATO DA PRESIDENTE DILMA SEGUE A MESMA CARTILHA DOS BANQUEIROS E GOVERNANTES QUE ESTÃO SACRIFICANDO OS POVOS DA EUROPA, PODE SER QUE DEVAMOS APRENDER COM OS GREGOS COMO DERROTAR AS ALIANÇAS QUE SACRIFICAM OS DIREITOS E A VIDA DO POVO EM FAVOR DE MEIA DÚZIA DE RICAÇOS... 

Mudar a Grécia, a Europa e todo o mundo!”
150126-Grécia
Trezentos intelectuais (entre eles Wallerstein, Chomsky, Zizek, Toni Negri, Giorgio Agamben e Tarik Ali) comprometem-se a apoiar novo governo grego na luta contra ditadura financeira
[Manifesto publicado em 7/1/15]
“Uma vitória do Syriza nas próxima eleições gregas é um assunto da maior importância para quem quer mudar a Europa e o seu rumo. Essa vitória seria uma expressão da necessidade de dignidade e justiça. As ameaças e a pressão por parte dos líderes da União Europeia, da Troika [constituída pelo Banco Central Europeu, Fundo Monetário Internacional e Comissão Europeia] e dos círculos financeiros para influenciar o movimento social e as escolhas do eleitorado grego são inaceitáveis.
“Em toda a Europa, defenderemos o direito do povo grego de tomar as suas decisões livremente; de romper com a ‘austeridade'; de dizer ‘não’ à crise humanitária que atormenta o país; de construir um caminho próprio para uma mudança democrática e social e para uma nova perspectiva para a Grécia.
“Enquanto a maioria das forças políticas na Grécia escolheu curvar-se perante a Troika, o Syriza e Alexis Tsipras – tendo decidido o contrário – conseguiu criar, em estreita cooperação com vários movimentos sociais, uma coligação ampliada; uma dinâmica que poderá garantir uma maioria. A sua proposta é enfrentar de imediato a crise humanitária, restaurar os acordos coletivos e a legislação do trabalho, criar um sistema tributário justo e democratizar o sistema político. Um futuro governo do Syriza quer fazer da Grécia um ator credível e ter como precondição de qualquer negociação a sobrevivência do país e do seu povo. O Syriza quer um novo rumo, um país livre de corrupção e clientelismo, optando por um novo tipo de desenvolvimento em benefício da maioria da sua população. Proporá uma Conferência Europeia da Dívida no sentido de cancelar uma parte de seus débitos e definir, para o restante, modalidades de pagamento que facilitem a recuperação econômica através de um programa de investimento público (que não seria incluído no Pacto de Estabilidade e Crescimento). No plano europeu, este Governo irá propôr um “Novo Acordo Europeu” para o desenvolvimento humano e de transição ambiental. Precisamos de romper com a ideia que está destruindo o coletivo europeu e permitindo uma perigosa influência do populismo nacionalista e de extrema-direita. Precisamos de um novo projeto de desenvolvimento inclusivo, baseado em cooperação e democracia.
“Por toda a Europa, acreditamos que a mudança na Grécia não diz respeito apenas ao futuro do povo grego. Uma vitória do Syriza permitirá à Grécia sair da presente situação de catástrofe, mas representará também um início de mudança na Europa. Romper com as políticas de ‘austeridade’ das instituições europeias será um sinal, uma fonte de esperança para quem quer dignidade. Ao mesmo tempo, o futuro governo grego necessitará de um apoio maciço por parte dos povos europeus para fazer face às pressões dos mercados financeiros e das forças políticas que receiam qualquer renúncia ao quadro obsoleto da globalização capitalista.
Ativistas políticos, sociais, sindicais, comunitários; intelectuais, investigadores, artistas, mulheres e homens da cultura: nós não aceitamos as forças de pressão que procuram impedir o povo grego de exercer a sua escolha livre. Quem exerce essa pressão perpetua estruturas de poder justamente criticadas e a atual ‘terapia de choque’.
Por toda a Europa, assumiremos as nossas responsabilidades: apoiar quem luta, mudar a relação de forças, fazer a batalha de ideias e unir os que querem construir – ao lado do povo grego – uma Europa social, ambiental e democrática.
Solidarizamo-nos com o povo Grego porque a sua luta é a nossa também.

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