quinta-feira, 1 de maio de 2014

AS CIDADES MENOS DESIGUAIS DO BRASIL

AOS PROCESSOS DESTACADOS NO ARTIGO ABAIXO, ACRESCENTO MAIS UM: O TERRITÓRIO DESTES MUNICÍPIOS ESTÁ NAS MÃOS DE MUITOS PEQUENOS PROPRIETÁRIOS. COM ISSO, A RENDA GERADA É DISTRIBUÍDA ENTRE MUITAS FAMÍLIAS DE PRODUTORES AUTÔNOMOS, AO CONTRÁRIO DOS MUNICÍPIOS COM UM OU POUCOS GRANDES PROPRIETÁRIOS, POIS ELES QUE CONCENTRAM A RIQUEZA GERADA PELO TRABALHO DE MUITOS.

POR ISSO, SE DESEJAMOS CONSTITUIR SOCIEDADES COM RENDA MELHOR DISTRIBUÍDA, UMA DAS CONDIÇÕES NECESSÁRIAS É A DEMOCRATIZAÇÃO DA PROPRIEDADE DA TERRA. NOS MUNICÍPIOS CITADOS, A DISTRIBUIÇÃO DA TERRA FOI REALIZADA QUANDO FORAM INSTALADAS AS "COLÔNIAS" DE PEQUENOS PROPRIETÁRIOS E PRODUTORES FAMILIARES AINDA NO SÉCULO XIX E INÍCIO DO SÉCULO XX. A PRÁTICA DO AGRONEGÓCIO DA SOCIEDADE PROPOSTA PELO NEOLIBERALISMO CAPITALISTA É UM DOS FATORES DA ESCANDALOSA E CRIMINOSA CONCENTRAÇÃO DA RIQUEZA EM POUCAS E PODEROSAS EMPRESAS, ÀS CUSTAS DO AMBIENTE DA VIDA, AGREDIDO POR MONOCULTURAS COM SEMENTES ARTIFICIAIS E INSUMOS QUÍMICOS VENENOSOS.

TODO O APOIO ÀS MOBILIZAÇÕES DOS SEM TERRA PELA REFORMA AGRÁRIA POPULAR. 

As dez cidades menos desiguais do Brasil

SANTA MARIA DO HERVAL (RS)
SANTA MARIA DO HERVAL (RS)
Pequenas e em sua maioria gaúchas, elas têm Índice Gini semelhante ao dos países nórdicos e educação publica de qualidade para todos 
No EcoD
O Brasil é um dos países mais desiguais do mundo. A constatação é do índice de Gini, produzido pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), o mais famoso indicador para medir distribuição de renda, no qual a Noruega.
No entanto, o Brasil tem registrado avanços nos últimos anos para diminuir sua desigualdade, mas o abismo entre os ricos e pobres ainda é gritante. Algumas cidades do país, todavia, contam com distribuição de renda mais equitativa do que as demais.
Por exemplo: entre os 4,5 mil moradores de São José do Hortêncio, no Rio Grande do Sul, não será possível encontrar nenhum bilionário ou multimilionário como aqueles que existem, em certa quantidade, em São Paulo. Mas tampouco será fácil localizar uma pessoa que não saiba ler e escrever: a taxa de analfabetismo, pouco maior que 1%, está entre as menores do Brasil.
E praticamente todos os cidadãos, com mais ou menos renda, estudam em escola pública até o ensino médio – trata-se da única opção disponível. Este cenário de pouca desigualdade garantiu à pacata cidade, junto com a também diminuta Botuverá, em Santa Catarina, o título de mais igualitária do país.
O ranking que pode ser visto a seguir é dominado por municípios do Sul e alguns poucos exemplares do Sudeste. “As cidades do Sul são menos desiguais em parte porque a população costuma ser mais educada, a desigualdade educacional costuma ser menor. São populações mais homogêneas”, afirma Rafael Osório, técnico do Ipea especialista em estudos de distribuição de renda.
A desigualdade de renda é tida como um elemento que atrapalha a coesão social, impedindo que indivíduos – sejam mais ricos ou mais pobres – sintam-se parte da mesma sociedade.
 cidade1-saojose-ecod.jpg
  • 1) SÃO JOSÉ DO HORTÊNCIO (RS)
Índice de Gini (Atlas 2013) – 0,28
Índice de Gini (Atlas 1991) – 0,36
População – 4.094
Em São José do Hortêncio, os 10% mais ricos ganham 4 vezes mais que os 40% mais pobres. No Brasil, são 22,7 vezes mais.
140428-Botuverá
  • 2) BOTUVERÁ (SC)
Índice de Gini (Atlas 2013) – 0,28
Índice de Gini (Atlas 1991) – 0,49
População – 4.468 habitantes
Em Botuverá, os 10% mais ricos ganham 4,1 vezes mais que os 40% mais pobres. No Brasil, são 22,7 vezes mais.
cidade3-altofeliz-ecod.jpg
  • 3) ALTO FELIZ (RS)
Índice de Gini (Atlas 2013) – 0,29
Índice de Gini (Atlas 1991) – 0,41
População – 2.917 habitantes
Em Alto Feliz, os 10% mais ricos ganham 4,2 vezes mais que os 40% mais pobres. No Brasil, são 22,7 vezes mais.
cidade4-saovendelino-ecod.jpg
  • 4) SÃO VENDELINO (RS)
Índice de Gini (Atlas 2013) – 0,29
Índice de Gini (Atlas 1991) – 0,50
População – 1.944 habitantes
Em São Vendelino, os 10% mais ricos ganham 4,3 vezes mais que os 40% mais pobres. No Brasil, são 22,7 vezes mais.
cidade5-valereal-ecod.jpg
  • 5) VALE REAL (RS)
Índice de Gini (Atlas 2013) – 0,29
Índice de Gini (Atlas 1991) – 0,36
População – 5.118 habitantes
Em Vale Real, os 10% mais ricos ganham 4,1 vezes mais que os 40% mais pobres. No Brasil, são 22,7 vezes mais.
cidade6-santamariadoherval-ecod.jpg
  • 6) SANTA MARIA DO HERVAL (RS) 
Índice de Gini (Atlas 2013) – 0,30
Índice de Gini (Atlas 1991) – 0,39
População – 6.053 habitantes
Em Santa Maria do Herval, os 10% mais ricos ganham 4,4 vezes mais que os 40% mais pobres. No Brasil, são 22,7 vezes mais.
cidade7-campestredaserra-ecod.jpg
  • 7) CAMPESTRE DA SERRA (RS)
Índice de Gini (Atlas 2013) – 0,31
Índice de Gini (Atlas 1991) – 0,39
População – 3.247 habitantes
Em Campestre da Serra, os 10% mais ricos ganham 4,5 vezes mais que os 40% mais pobres. No Brasil, são 22,7 vezes mais.
cidade8-tupandi-ecod.jpg
  • 8) TUPANDI (RS)
Índice de Gini (Atlas 2013) – 0,31
Índice de Gini (Atlas 1991) – 0,41
População – 3.924 habitantes
Em Tupandi, os 10% mais ricos ganham 4,6 vezes mais que os 40% mais pobres. No Brasil, são 22,7 vezes mais.
cidade9-corregofundo-ecod.jpg
  • 9) CÓRREGO FUNDO (MG)
Índice de Gini (Atlas 2013) – 0,32
Índice de Gini (Atlas 1991) – 0,50
População – 5.790 habitantes
Em Córrego Fundo, os 10% mais ricos ganham 4,9 vezes mais que os 40% mais pobres. No Brasil, são 22,7 vezes mais.
morro-reuter-ecod.jpg
  • 10) MORRO REUTER (RS)
Índice de Gini (Atlas 2013) – 0,32
Índice de Gini (Atlas 1991) – 0,38
População – 5.676 habitantes
Em Morro Reuter, os 10% mais ricos ganham 4,9 vezes mais que os 40% mais pobres. No Brasil, são 22,7 vezes mais.
Obs: O índice varia de 0 a 1. Só alcançaria zero se todo mundo em um local pesquisado tivesse exatamente a mesma renda. E exatamente um, apenas se uma pessoa concentrasse todo o dinheiro.
Na prática, portanto, o índice nunca encosta nesses extremos, só que quanto mais perto de zero, melhor. O da Noruega, por exemplo, é de 0,25. Já o do Brasil é de 0,50.

Nenhum comentário:

Postar um comentário