Solidariedade a CNBB
Roberto Malvezzi (Gogó)
“Nas horas de Deus, amém”, musicou meu irmão de música e caminhada Zé Vicente, tomando a expressão do meio do nosso povo.
Diante da irracionalidade Jesus se calou. Era a hora das trevas.
“O ódio é um fardo pesado demais para se carregar. Decidi ficar com o amor”, alertou Luther King.
Pois bem, os ataques à CNBB não se deram apenas na fala do Bozo dizendo
que a Conferência é a “parte podre da Igreja”, junto com o CIMI. Nem
apenas por aquele homem agredindo as pessoas na porta da sede da CNBB em
Brasília. Mas é de forma contínua, por um massivo
envio de e-mails, de telefonemas, por outras mídias sociais. Agridem
também os padres mas missas e houve ameaça de jogar bomba na sede. Já
foi constatado que parte do ataque provém de um robô situado em
Portugal.
É para intimidar e conseguem seu objetivo com as telefonistas, as
recepcionistas, todos e todas que tem a tarefa do contato mais imediato
com o público.
A preocupação fundamental é o que vai acontecer com os indígenas, os
quilombolas, as periferias geográficas, físicas, sociais e existenciais
de nosso país, caso a tendência eleitoral se confirme.
Mas, o pior mesmo é a punhalada pelas costas, daqueles que “comem o
mesmo pão”, dos irmãos de episcopado. O que Dom Orani fez com a CNBB é
inominável. Fico imaginando a amargura de Jesus ao mergulhar o pão no
vinho e oferecer a Judas. O traidor comia do mesmo
pão e bebia do mesmo cálice. Seria bom que os bispos que são solidários
a seus irmãos pudessem fazer ao menos uma carta de solidariedade à
Conferência. Também nós, do povo de Deus, à semelhança da Ampliada das
CEBs, podemos estar presentes.
É hora de nos solidarizarmos com essa “parte podre da Igreja”, afinal,
eu faço parte dela. A solidariedade, ainda que frágil, às igrejas
periféricas, que circulam pelas selvas da Amazônia, pelos interiores do
sertão nordestino, pelas periferias das grandes
cidades. Aí reside aquele pequeno resto, fiel ao melhor do Evangelho,
ainda que tantas vezes também pecadora e machucada, como diz o Papa
Francisco, também ele recebendo uma enxurrada de ataques de
brasileiros.
Lembremo-nos que ao final de tudo só restam Deus e o amor prático que
tivemos em vida pelos irmãos mais necessitados e pelo cuidado com a
Criação que Deus nos deu para “cultivarmos e guardarmos”.
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