sexta-feira, 26 de abril de 2019

JOVEM EVANGÉLICA TERÁ QUE DEIXAR O PAÍS POR CAUSA DE AMEAÇAS

NOSSA SOLIDARIEDADE IRRESTRITA À CAMILA MANTOVANI E AO CONIC. É UM ABSURDO QUE CRENÇA RELIGIOSA VIRE PRÁTICA DE ÓDIO. QUE O DEUS DE JESUS, QUE NÃO O DOS SENHORES DO NEOLIBERALISMO, ILUMINE AS PESSOAS QUE SE DEIXAM LEVAR POR VERSÕES FUNDAMENTALISTAS DO CRISTIANISMO, E VOLTEM AO SEIO DO AMOR-DEUS.

 
O Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (CONIC) manifesta solidariedade à jovem evangélica Camila Montovani que, após uma série de ameaças, terá que deixar o país. A seguir, confira a nota do CONIC, conjunta com o Fórum Ecumênico ACT Brasil.
 
Nota de Solidariedade à Camila Montovani e seus familiares
 
“Felizes as pessoas que promovem a paz,
porque serão chamadas filhas de Deus” (Mt5.9)
 
O Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (CONIC) e o Fórum Ecumênico ACT Brasil (FEACT) expressam irrestrita solidariedade à Camila Montovani e seus familiares. 
 
Uma das atuações de Camila, uma jovem evangélica, é prestar solidariedade e apoio pastoral a mulheres evangélicas que sofrem violência doméstica e não conseguem romper com este ciclo porque são orientadas por lideranças religiosas de que “a mulher cristã deve ser submissa a seu marido”. 
 
Lembramos que nas histórias do Antigo Testamento bíblico muitas mulheres ousaram desafiar o sistema opressor, entre elas, Vasti, que não se submeteu ao rei Assuero (Est 1.1-22).
 
Há bastante tempo, o protagonismo de Camila tem provocado a raiva de líderes religiosos evangélicos fundamentalistas. Hoje, a raiva tornou-se ódio.
 
As ameaças se tornaram graves. Sua casa e seus familiares passaram a ser vigiados e Camila ficou sem lugar fixo para morar. Foi obrigada a mudar a rotina. A gravidade das ameaças obrigou Camila a sair do país.
 
O CONIC e o FEACT colocam-se ao lado de Camila e de seus familiares. Denunciam que outras pessoas evangélicas, engajadas em movimentos de promoção e defesa dos direitos humanos, estão sofrendo ameaças semelhantes. 
 
A perseguição vivida por estas pessoas é consequência da instrumentalização da fé cristã para legitimar práticas de violência e discursos de ódio. O fundamentalismo religioso não aceita o pluralismo e nem a crítica à religião - mesmo que ela cause algum tipo de opressão ou violência.
 
A fé cristã não pode ser instrumentalizada para subjugar as pessoas, nem para dominar territórios, impondo medo às pessoas. A fé cristã não pode ser associada com armas e nem com o crime organizado.  
 
A fé evangélica não é violência. Não está fundamentada no exclusivismo e nem no autoritarismo. Ela se orienta pela graça amorosa de Deus e pela liberdade.  É este o testemunho das muitas tradições evangélicas no país. Não aceitaremos que nossa tradição de fé seja instrumentalizada para a promoção do ódio, do racismo, do sexismo e outras formas de dominação e violência.
 
Que a paz de Jesus Cristo, seu testemunho radical de vida, contrário a todo o poder opressor estatal e religioso nos oriente e fortaleça.
 
Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil
Fórum Ecumênico ACT BRASIL
Pa. Romi Márcia Bencke
Secretaria Geral
Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil
(61) 3321-4034
(61)995833873
www.conic.org.br

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