NOSSA SOLIDARIEDADE IRRESTRITA À CAMILA MANTOVANI E AO CONIC. É UM ABSURDO QUE CRENÇA RELIGIOSA VIRE PRÁTICA DE ÓDIO. QUE O DEUS DE JESUS, QUE NÃO O DOS SENHORES DO NEOLIBERALISMO, ILUMINE AS PESSOAS QUE SE DEIXAM LEVAR POR VERSÕES FUNDAMENTALISTAS DO CRISTIANISMO, E VOLTEM AO SEIO DO AMOR-DEUS.
O Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (CONIC) manifesta
solidariedade à jovem evangélica Camila Montovani que, após uma série de
ameaças, terá que deixar o país. A seguir, confira a nota do CONIC,
conjunta com o Fórum Ecumênico ACT Brasil.
Nota de Solidariedade à Camila Montovani e seus familiares
“Felizes as pessoas que promovem a paz,
porque serão chamadas filhas de Deus” (Mt5.9)
O Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (CONIC) e o Fórum
Ecumênico ACT Brasil (FEACT) expressam irrestrita solidariedade à Camila
Montovani e seus familiares.
Uma das atuações de Camila, uma jovem evangélica, é prestar
solidariedade e apoio pastoral a mulheres evangélicas que sofrem
violência doméstica e não conseguem romper com este ciclo porque são
orientadas por lideranças religiosas de que “a mulher cristã deve ser
submissa a seu marido”.
Lembramos que nas histórias do Antigo Testamento bíblico muitas
mulheres ousaram desafiar o sistema opressor, entre elas, Vasti, que não
se submeteu ao rei Assuero (Est 1.1-22).
Há bastante tempo, o protagonismo de Camila tem provocado a raiva de
líderes religiosos evangélicos fundamentalistas. Hoje, a raiva tornou-se
ódio.
As ameaças se tornaram graves. Sua casa e seus familiares passaram a
ser vigiados e Camila ficou sem lugar fixo para morar. Foi obrigada a
mudar a rotina. A gravidade das ameaças obrigou Camila a sair do país.
O CONIC e o FEACT colocam-se ao lado de Camila e de seus familiares.
Denunciam que outras pessoas evangélicas, engajadas em movimentos de
promoção e defesa dos direitos humanos, estão sofrendo ameaças
semelhantes.
A perseguição vivida por estas pessoas é consequência da
instrumentalização da fé cristã para legitimar práticas de violência e
discursos de ódio. O fundamentalismo religioso não aceita o pluralismo e
nem a crítica à religião - mesmo que ela cause algum tipo de opressão
ou violência.
A fé cristã não pode ser instrumentalizada para subjugar as pessoas,
nem para dominar territórios, impondo medo às pessoas. A fé cristã não
pode ser associada com armas e nem com o crime organizado.
A fé evangélica não é violência. Não está fundamentada no exclusivismo
e nem no autoritarismo. Ela se orienta pela graça amorosa de Deus e
pela liberdade. É este o testemunho das muitas tradições evangélicas no
país. Não aceitaremos que nossa tradição de fé seja instrumentalizada
para a promoção do ódio, do racismo, do sexismo e outras formas de
dominação e violência.
Que a paz de Jesus Cristo, seu testemunho radical de vida, contrário a
todo o poder opressor estatal e religioso nos oriente e fortaleça.
Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil
Fórum Ecumênico ACT BRASIL
Secretaria Geral
Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil
(61) 3321-4034
(61)995833873
www.conic.org.br
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