Roberto Malvezzi (Gogó)
Reza a lenda policial que um menino de 13 anos, filho de um casal de
policiais militares de São Paulo, pegou a arma do pai, matou o pai, a
mãe, a avó, uma tia e no dia seguinte foi à escola. Quando voltou para
casa, cometeu suicídio. É o caso da família Pesseghini.
No dizer de Onix Lorenzoni, ele literalmente “liquidou” sua família.
Mais armas vão trazer mais violência para a classe média, assim como nos
Estados Unidos. Vamos ter mais acidentes e assassinatos dentro de casa,
mais chacinas em shoppings, cinemas, escolas, shows, enfim, lugares
públicos frequentados pela classe média.
Crentes e devotos, vai aumentar também a violência nas igrejas, como já
aconteceu na Catedral de Campinas. No meio de mil, basta uma pessoa
armada e com desejos de matar.
Nas periferias, tanto fez como faz se passarmos de 63 para 100 mil
mortes por armas de fogo ao ano. Mortes de pobres e pretos não contam.
Vários irmãos e irmãs de Pastoral da Terra tiveram suas vidas podadas
por arma de fogo: Padre Josimo, Irmã Dorothy, Padre Ezequiel Ramin, Irmã
Adelaide Molinari, tantos outros e outras. Eles não tinham armas,
sabiam do risco de vida que corriam, morreram mesmo
não querendo morrer.
Dizem os amigos do Pará que, quando os assassinos de Dorothy a
encontraram nas estradas da floresta, lhe perguntaram: “que arma você
tem na bolsa?” Ela respondeu, abrindo a bolsa e tirando uma bíblia:
“minha arma é essa”. Seguiu viagem e levou seis tiros pelas
costas.
D. José Rodrigues, bispo aqui em Juazeiro da Bahia e já falecido, muito
perseguido, teve oferta da polícia para uma equipe de segurança. Ele
respondeu: “prefiro levar um tiro que andar preso por uma equipe de
segurança”.
Entrar para o time dos pacifistas ou violentos é também uma escolha.
OBS: Nabhan, Secretário de Assuntos Fundiários do atual governo, já avisou que vai sobrar também para a CPT e o CIMI.
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