quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

QUEM DECIDE?

As conferências da ONU sobre o clima não avançam porque os principais responsáveis pelo desastre já produzido e pelos previstos nos cenários bem fundamentados continuam jogando a responsabilidade aos "outros". "Se ele ou eles assumirem, eu também entro", afirmam uns aos outros. Com isso, tentam esconder-se, tentando livrar-se da culpa pelos sucessivos fracassos nas negociações. Mas não se livram, porque, na realidade, o que está em jogo não é a sorte de um ou de outro, e sim a de todos, uma vez que todos são atingidos pelas mudanças em curso.

É evidente que há responsabilidade maiores, mas a causa mereceria atitudes mais sérias e corajosas por parte de todos. Mesmo países como o Brasil poderiam ser mais ativos, seja na direção das pressões sobre os maiores responsáveis, seja avançando na direção de um acordo entre os países que realmente estão decididos a construir rapidamente as alternativas que se impõem. Aliás, se as negociações tivessem como base um pouco de ética que se origina da Justiça, certamente se buscaria a união de todos os que estão decididos a mudar, avançando em tudo que é possível, e isto teria o sentido de ir cercando os mais irresponsáveis num campo definido, visível para toda a humanidade.

Não faltam propostas de mudança. O que falta é sentimento de humanidade. Enquanto o alvo maior for a busca de novas oportunidades de negócios e de crescimento da mesma economia que tem causado o desastre, não haverá condições de avançar; esta cegueira, característica de quem se move por interesses imediatistas, está levando a humanidade ao abismo.

Uma vez mais é preciso repetir: já está passando da hora para a responsabilidade das grandes religiões; cabe a elas, com suas mensagens em relação à Criação, conclamar a huamnidade a mudar sua relação com a Terra, criando condições para superar o que a está desequilibrando em seu desejo de oferecer um ambiente equilibrado para a vida. Mas essa é uma missão de todas as pessoas, mesmo as que não professam alguma religião, mas têm sentimentos de humanidade. Mãos à obra, filhos e filhas da Terra!

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