O grupo em que estou participando, reunido por Misereor, esteve, ontem, em dois tipos de atividade: no de formação, com exposições e exercícios sobre as dificuldades dessas negociações internacionais sobre as mudanças do clima e, depois, fazendo inscrição para entrar nos espaçõs oficiais da COP e visitar o espaço das inscições, separado do espaço das atividades oficiais da COP 16.
Não é difícil compreender as dificuldades: basta ter presentes as diferentes situações em que vivem os países, bem como os interesses a defender, especilamente das grandes corporações e dos países que enriqueceram com um tipo de economia que tem tudo a ver com o aquecimento do planeta. As posições dos países que vivem em ilhas, ameaçadas pela elevação do nível das águas dos mares, vão na linha de mudanças profundas, que impeçam que a temperatura ultrapasse 1,5 C, enquanto regiões mais ricas preferem buscar alternativas superficiais, que não mexam com as fontes de bem-estar de sua população e com o crescimento econômico que favorece poucos e poderosos grupos.
No espaço das inscrições encontra-se de tudo: propagandas de empresas, interessadas em vender novas tecnologias "limpas" e uma boa imagem de seus negócios; anúncios de ONGs, dando conta de sua iniciativas recuperadoras do ambiente e de sua imagem ecologista; anúncios de países, basolutamente diferenciados, a depender das condições econômcas de cada um, dando conta de como avançam em suas práticas em favor do que deve ser mudado em seu país. Em fim, como expressou um colega, um circo, em que é difícil separar o que é sério e o que não passa de representação.
Os movimentos sociais e entidades que atuam com seus povos continuarão a refletir sobre o que pode ser feito de baixo para cima e a pressionar sobre seus governos e sobre a ONU para que avancem nos acordos destinados a salvar a vida, e especialmente a humana, na Terra. Mesmo sendo muito difícil, a cada dia se torna absolutamente necessário e urgente que se faça a opção por mudançcas profundas, que mexam com os pilares em se assenta a economia dominante, que agride a Terra e leva as pessoas a um consumismo impossível de ser mantido ou, pior ainda, de ser ampliado. Para isso, não serão suficientes debates técnicos, economicistas; só um debate sobre os valores que orientarão as opções será capaz de gerar bom senso e vontade positiva de mudar na medida do necessário. E isso só acontecerá quando os povos e a cidadania forem considerados efetivamente fonte de inspiração, parceiros de caminhada e expressão de soberania planetária.
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