sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

CONGRESSO E GOVERNO: POR QUE SÓ PARA ELES?

Logo em seguida do sentimento de indiganção, surge a inevitável pergunta: por que não é o próprio povo quem determina o salário que deve receber? Afinal, qual seria a razão para que só deputados e senadores possam legislar em causa própria?

De fato, o fulminante processo de decisão, na Câmara Federal e no Senado, leva a pensar naquele grupo de meninos que, sabendo que sua ação não deveria ser feita, age rapidamente, procurando evitar que alguém veja o que estão fazendo. Como se trata, contudo, de "representantes do povo", não deveriam agir com um pouco mais de respeito aos seus eleitores? Aliás, como muitos deles foram reeleitos há poucos dias, vale a pergunta: algum deles e delas debateu com os prováveis eleitores sobre a necessidade de elevação de seus salários? Ou melhor, alguém assumiu, com apoio de seus prováveis eleitores, o compromisso de que votaria rapidamente a elevação dos salários ainda neste ano, antes, portanto, de ser empossado para a próxima legislatura?

Nada disso aconteceu, com toda certeza. Aliás, se alguém que acompanha a atuação dos "representantes do povo", examinasse a simples relação ou a coerência entre o que foi falado nas campanhas e o que faz cada um deles no cargo, certamente poderia encaminhar muitos processos por "falsidade ideológica" ou por infidelidade democrática; isso vale em particular para os que, ainda agora, querem votar rapidamente as mudanças no Código Florestal: é praticamente certo que nenhum deles falou sobre o assunto durante a campanha, decidindo com seus eleitores o seu voto; pelo contrário, muitos deles, ou, tavez, todos só falaram de outros assuntos, dando a falsa idéia de que são defensores da democracia, que combatem a corrupçao nos espaços públicos, que lutam pela moralidade da atuação no Legislativo, no Executivo e no Judiciário, e quando estão no cargo fazem o que lhes dá na telha, defendem seus próprios interesses e os dos seus amigos que, sendo tão poucos - apesar de poderosos na economia - não somariam os votos para elegê-los.

Para finalizar esse rápido convite à reflexão: o que deveríamos fazer para recuperarmos e fazer valer o poder soberano da cidadania? Uma coisa é certa: não podemos permitir que os nossos "representantes políticos" continuem fazendo o que querem sem consultar-nos e sem que que nós os controlemos, em especial quando decidem em causa própria, como aconteceu nessa decisão sobre aumento de seus "salários". Se você puder, entre em contato com o deputado/a e senador/a que ajudou a eleger manifestanto claramente sua crítica em relação a esse aumento vergonhoso do que terão "direito" de receber a parir de 2011; escreva também ao minstro Mantega, da Fazenda, perguntando a ele por que não questionou essa decisão do Congresso, sendo coerente com o que tem afirmado em relação ao salário mínimo e à necessidade de apertar o cinto para equlibrar as contas públicas, pois foi gasto muito para apoiar bancos e empresas para "evitar" que a crise internacional atingisse o Brasil.

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