QUEM MAIS ENTRARÁ NESSA PRÁTICA MAIS DO QUE JUSTO DOS JOVENS ESTUDANTES? E OS ADULTOS - ESPECIALMENTE GOVERNANTES - TERÃO SENTIMENTO DE HUMANIDADE PARA ENTENDER, ACEITAR E COLOCAR EM PRÁTICA O QUE ELES E ELAS ESTÃO EXIGINDO PARA QUE A PALAVRA "FUTURO" FAÇA SENTIDO?
Jovens fazem greve pelo clima
''Para quê ir à escola se não haverá futuro?'' A pergunta é provocadora. E dramaticamente certeira. Milhares de jovens do centro da Europa estão a fazê-la. E a agir consequentemente numa mobilização inédita que tem vindo a crescer.
03/02/2019 11:48
Créditos da foto: (Rudy Pické/Flickr)
Começou na Suécia. Alastrou para a Holanda, Suíça, Alemanha, Bélgica, Reino Unido e Irlanda. Ultrapassa os limites da Europa: Austrália, Canadá e Estados Unidos também fazem parte. É um movimento horizontal, sem porta-vozes, feito apenas por jovens. Muito jovens, do ensino básico e secundário. E está em crescendo. Fazem greve à escola um dia por semana, exigindo medidas radicais evitar a catástrofe climática.
Primeiro
foi uma rapariga sueca de 15 anos, Greta Thunberg, que se manifestava
solitariamente em frente ao parlamento todos os dias durante três
semanas na altura das eleições de setembro de 2018. Exigia ao
primeiro-ministro que tomasse medidas urgentes para diminuir o
aquecimento global. Em seguida passou a manifestar-se todas as
sexta-feiras e a usar a hashtag #ClimateStrike. Foi juntando outros
jovens e tornou-se viral. De tal forma que se tornou uma estrela. Foi
convidada à Cimeira do Clima da ONU em Katowice e ao Fórum de Davos
onde
apontou as incongruências dos líderes mundiais.
Thunberg
apela a uma greve global de estudantes para o dia 15 de março. Para já,
tem sido escutada em vários outros países. Por exemplo, na Bélgica
foram os alunos da Escola Europeia a pegar no repto, pela primeira vez, a
20 de novembro. Primeiro foram centenas. Depois criaram um movimento,
o Youth for Climate. A 10 de janeiro foram três mil. A 18 eram já
10 mil. A 24, 35 mil apesar da chuva. A 31 de janeiro eram menos. Mas a
manifestação foi não só em Bruxelas, mas também em Liège, Louvain...
Outro
exemplo, na Suíça em meados de dezembro eram 400 jovens a manifestar-se
em Zurique. A segunda manifestação multiplicou por dez, a terceira, em
toda a Suíça, foi com 22 mil jovens.
Para
além das greves pelo clima, várias marchas pelo clima têm sido
convocadas em vários países da Europa. Outras mobilizações têm sido
também massivas como a petição L'affaire du siècle, em França que já conta com mais de dois milhões de assinaturas. Ou o movimento ambiental de desobediência civil Extinction Rebellion.
Movimentos
que procuram responder da sua forma à pergunta da jovem Greta Thunberg:
“para quê estudar para um futuro que talvez nunca aconteça quando
ninguém faz nada para o preservar? Agora é o tempo de nos enfurecermos.”
*Publicado originalmente em esquerda.net
https://www.cartamaior.com.br/?/Editoria/Mae-Terra/Jovens-fazem-greve-pelo-clima/3/43142
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