quarta-feira, 4 de novembro de 2015

BOA NOTÍCIA: CONFERÊNCIAS EPISCOPAIS LANÇAM APELO À COP21

Conferências episcopais lançam apelo à Conferência do Clima para um acordo climático justo

Adital

"Apelo às partes negociadoras da COP 21” é título do texto assinado por cardeais, patriarcas e bispos da Igreja Católica de todo o mundo, enviado aos representantes de 195 países, reunidos recentemente em Bonn (Alemanha), como preparação para a 21ª Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP21). As Conferências episcopais pedem aos negociadores da COP21, a ser realizada entre o fim de novembro e o início de dezembro de 2015, em Paris, França, para que "se esforcem em aprovarem um acordo climático justo, juridicamente vinculativo e autenticamente transformativo”.

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Cardeal Rubén Salazar Gómez, presidente do Conselho Episcopal Latino-Americano (Celam), uma das conferências que assinam o manifesto pelo clima.

No texto, as lideranças religiosas apresentam 10 apelos, elaborados "a partir da experiência concreta de pessoas de todos os continentes” e que estabelecem "um elo entre as alterações climáticas e a injustiça social e exclusão social dos cidadãos mais pobres e mais vulneráveis”.
A mensagem contém trechos da encíclica ecológica do Papa Francisco, "Laudato Si’ – sobre o cuidado da casa comum”, que alerta sobre a necessidade de "uma educação e uma consciência ecológica sérias”. A COP21 ocorrerá entre 30 de novembro e 11 de dezembro.
O manifesto assinala que os danos provocados no clima e no meio ambiente têm enormes repercussões. O problema gerado pela aceleração das alterações climáticas tem efeitos globais. Constitui um desafio à redefinição das noções de crescimento e de progresso. Coloca uma questão de estilo de vida. "É imperativo que encontremos uma solução que seja consensual, devido à escala e à natureza global do impacto do clima, pelo que se exige uma solidariedade que seja universal, uma ‘solidariedade entre as gerações’ e ‘entre os indivíduos da mesma geração’ (LS 13, 14, 162)”.
O texto afirma ainda que o Papa e os bispos católicos dos cinco continentes, sensíveis aos danos que são provocados, apelam a uma drástica redução das emissões de dióxido de carbono e outros gases tóxicos. "Apelamos à COP 21 que formule um acordo internacional para limitar o aumento global da temperatura aos parâmetros atualmente sugeridos pela comunidade científica global, de modo a evitar impactos climáticos catastróficos, especialmente para os mais pobres e para as comunidades mais vulneráveis. Estamos de acordo quanto à existência de uma responsabilidade comum, mas também diferenciada, de todas as nações. Os distintos países alcançaram um estádio diverso de desenvolvimento. É imperativo que se trabalhe em conjunto em prol de um empreendimento comum”.
reproducaoResumidamente, os 10 apelos são:
1. Ter em atenção não apenas as dimensões técnicas, mas particularmente éticas e morais das alterações climáticas;
2. Aceitar que o clima e a atmosfera são bens comuns globais que a todos pertencem e a todos se destinam;
3. Adotar um acordo global justo, de mudança e juridicamente vinculativo;
4. Impor limites estritos ao aumento global da temperatura e estabelecer um objetivo de completa descarbonização para meados do século;
5. Desenvolver novos modelos de desenvolvimento e estilos de vida que sejam compatíveis com o clima, enfrentem as desigualdades e tirem as pessoas da pobreza;
6. Assegurar que as pessoas possam ter acesso à água e à terra;
7. Assegurar que os mais pobres, mais vulneráveis e quantos sofrem maiores impactos possam participar em todos os níveis dos processos de tomada de decisões.
8. Assegurar que o acordo de 2015 aponte para uma abordagem de adaptação que responda adequadamente às necessidades imediatas das comunidades mais vulneráveis e tenha em conta as alternativas locais.
9. Reconhecer que as necessidades de adaptação dependem do sucesso das medidas de mitigação a serem tomadas;
10. Oferecer quadros de referência claros quanto ao modo como os países irão dar resposta à provisão de compromissos financeiros fiáveis, consistentes e adicionais.
Confirma o apelo dos líderes católicos na íntegra.

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