quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

AS RELAÇÕES ENTRE RIQUEZA E POBREZA



Não há como não convidar a todas e todos para uma reflexão sobre um dado tornado público pela organização inglesa OXFAN no Fórum Econômico Mundial, realizado em Davos, na Suíça, em janeiro. Vejam: com as posses dos 10 mais ricos do nosso planeta dá para alimentar um bilhão de pessoas que passam fome durante 250 anos. Vale repetir: um bilhão de pessoas poderiam alimentar-se durante 250 anos se as posses dos 10 mais ricos fossem destinadas a elas.

Já divulgamos outra informação do mesmo relatório da OXFAN, dando conta que os 85 mais ricos do nosso planeta têm a mesma quantidade de riqueza que três bilhões e quinhentos milhões de pessoas. Agora, dá para se notar que mesmo entre estes 85 mais ricos há concentração de riqueza, já que apenas 10 deles poderiam alimentar um bilhão de pessoas durante 250 anos.

A primeira reflexão sobre esses dados é entender porque os ricos que estavam no Fórum Econômico Mundial não se revoltaram nem negaram estas informações. Certamente deve ser porque a OXFAN publicou dados de levantamentos realizados por entidades sérias. Aliás, há uma fonte, conhecida como Forbes, que vive publicando a lista dos mais ricos do planeta, oferecendo também os nomes dos mais ricos de cada país. E tudo indica que eles gostam disso, que se sentem envaidecidos. Ou gostam porque isso aumenta seu poder de ganhar mais em negócios, em dominar os meios de comunicação com suas propagandas, em controlar governos e em corromper quem for preciso para aumentar ainda mais sua riqueza.

A segunda reflexão é sobre o que isso diz de nós, dos seres humanos, da humanidade. Essa concentração absurda de riqueza e de posses é algo bom e até necessário, como os ricos e os que pensam como eles vivem repetindo? Será ela uma condição para gerar empregos e outras condições para todas as pessoas e povos serem mais felizes? Ou isso não passa de fruto de um sistema econômico e forma de vida montados pelos ricos para se tornarem cada vez mais ricos? Nesse caso, se a humanidade deixar que se siga nessa direção, será que ela não está apostando no seu fim, na impossibilidade desta espécie continuar vivendo na Terra, que é um planeta pequeno, limitado, e que já está estressado e desequilibrado com o que os humanos fizeram nele?

Quem tem sentimentos de humanidade e instinto de preservação da espécie não pode aceitar essa concentração absurda de riqueza, ao lado de bilhões de pobres e famintos, sem indignar-se. E com essa indignação, é preciso encontrar formas de exigir a democratização da riqueza produzida por todas as pessoas e pela Terra, assumindo formas de vida mais simples, de convivência cooperativa entre pessoas, comunidades e povos, e de cuidado e relações harmônicas com a Mãe da vida, a Terra.

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