segue um texto que será divulgado através da Rede Católica de Rádio. Trata de questões que me vieram ao coração e à mente na visita que tive oportunidade de fazer à Serra da Capivara, no Piauí. Se concordam comigo, ajudem a criar oportunidades de mudança de mentalidade de nossa gente...
Tive
oportunidade de visitar a Serra da Capivara, no município de São Raimundo
Nonato, no Piauí. É muito bonito o trabalho que cuida dos sítios em que se
encontram sinais mais antigos da presença de povos humanos no Brasil e na
América do Sul. Desenhos pintados nas rochas, restos de fogueiras, instrumentos
diversos e urnas mortuárias fabricadas por pessoas indicam presença humana de
mais de 50 mil anos. Deveríamos, então, contar com a sabedoria destes povos de
longa história. Só que, em vez disso, os descendentes deles foram mortos nos
últimos 500 anos, e não há nenhum povo indígena vivendo em aldeias e
territórios no Piauí.
Isso nos leva
a pensar sobre a nossa forma de vida e sobre o que deixaremos para as próximas
gerações. Vale a pena perguntar-nos: o que dirão de nós os povos humanos daqui
a 10, 12 ou 50 mil anos? Que sinais encontrarão?
A sabedoria
dos povos de longa história ainda existentes nos ensina que devemos relacionar
com a natureza da Mãe Terra sabendo que a tomamos emprestado das futuras
gerações. Por isso, em vez de explorá-la até o absurdo, como se está fazendo
com a mineração e o agronegócio, com a queima de bens fósseis para produzir energia,
precisamos amar e preservar a vida e cuidar do ambiente que torna possível e
renova a vida. Não podemos permitir que um pequeno grupo de pessoas destrua o
meio ambiente e leve à morte a maioria ou todos os seres humanos por causa de
seu amor suicida ao lucro, por causa da concentração gananciosa e insaciável de
riqueza e poder.
Precisamos,
ao contrário, dar valor, apoiar e multiplicar as práticas econômicas, sociais,
culturais e políticas que promovem uma vida simples e cuidadora do ambiente
vital. Só assim as gerações futuras, isto é, os filhos, netos e bisnetos da
geração atual, terão direito de viver.
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