Foi intenso
o debate sobre a necessidade de aumentar a taxa de juros básicos da economia no
Brasil para controlar a inflação, e para isso foi usado como símbolo o aumento
do preço do tomate. O tema deste artigo é a relação entre o controle das
terras, o aumento de preços agrícolas e as mudanças climáticas.
O ponto de
partida é esse: no Brasil, os pequenos produtores rurais dispõem de 30% das
terras, mas produzem 70% dos alimentos. O agronegócio controla 70% da terra e
produz apenas 30% dos alimentos, e isso se deve à sua preferência pela
agricultura industrial e química de grãos e carne para exportação ou de outros produtos
para a indústria, como é o caso da cana-de-açúcar e outros vegetais para
produzir álcool, papel, carvão.
Nos últimos
anos, em vez de reforma agrária, houve aumento de terra ocupada pelo
agronegócio e diminuição das áreas destinadas à produção de alimentos. O
resultado disso é o aumento do poder do agronegócio sobre o preço da
alimentação, no Brasil e no mundo. Aliado ao capital financeiro, o agronegócio
ajuda a jogar os alimentos na bolsa de produtos de especulação, em que os ricos
ganham com o aumento de preços. Com isso, os pobres não conseguem comprar
alimentos suficientes para a família, caindo na miséria. A crise financeira
mundial de 2007/2008, por exemplo, jogou mais 250 milhões de pessoas na miséria
no mundo.
Quem deseja
o aumento da produção de alimentos com preços justos e prefere alimentos
agroecológicos, precisa apoiar as lutas pela reforma agrária, para que os
agricultores familiares tenham mais terra agricultável. E precisa apoiar a
agroecologia, pois ela, ao contrário do agronegócio, usa sementes naturais,
adubos orgânicos e cultivos em que as plantas convivem umas com as outras, e
com isso, melhora a vitalidade do solo e, como não emite gases que aumentam a
temperatura da Terra, como faz o agronegócio, ajuda a terra a diminuir seu
aquecimento.
(conteúdo de programa semanal de rádio, na RCR e em Rádios Comunitárias)
ótimo!
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