sábado, 11 de maio de 2013

CONTROLE DA TERRA, PREÇO DOS ALIMENTOS E MUDANÇAS CLIMÁTICAS


Foi intenso o debate sobre a necessidade de aumentar a taxa de juros básicos da economia no Brasil para controlar a inflação, e para isso foi usado como símbolo o aumento do preço do tomate. O tema deste artigo é a relação entre o controle das terras, o aumento de preços agrícolas e as mudanças climáticas.

O ponto de partida é esse: no Brasil, os pequenos produtores rurais dispõem de 30% das terras, mas produzem 70% dos alimentos. O agronegócio controla 70% da terra e produz apenas 30% dos alimentos, e isso se deve à sua preferência pela agricultura industrial e química de grãos e carne para exportação ou de outros produtos para a indústria, como é o caso da cana-de-açúcar e outros vegetais para produzir álcool, papel, carvão.

Nos últimos anos, em vez de reforma agrária, houve aumento de terra ocupada pelo agronegócio e diminuição das áreas destinadas à produção de alimentos. O resultado disso é o aumento do poder do agronegócio sobre o preço da alimentação, no Brasil e no mundo. Aliado ao capital financeiro, o agronegócio ajuda a jogar os alimentos na bolsa de produtos de especulação, em que os ricos ganham com o aumento de preços. Com isso, os pobres não conseguem comprar alimentos suficientes para a família, caindo na miséria. A crise financeira mundial de 2007/2008, por exemplo, jogou mais 250 milhões de pessoas na miséria no mundo.

Quem deseja o aumento da produção de alimentos com preços justos e prefere alimentos agroecológicos, precisa apoiar as lutas pela reforma agrária, para que os agricultores familiares tenham mais terra agricultável. E precisa apoiar a agroecologia, pois ela, ao contrário do agronegócio, usa sementes naturais, adubos orgânicos e cultivos em que as plantas convivem umas com as outras, e com isso, melhora a vitalidade do solo e, como não emite gases que aumentam a temperatura da Terra, como faz o agronegócio, ajuda a terra a diminuir seu aquecimento.
                        (conteúdo de programa semanal de rádio, na RCR e em Rádios Comunitárias)

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