Conheço pessoas convencidas de que há relação entre
terremotos e a retirada de petróleo, gás, carvão e água de dentro do ventre da
terra. Agora, pesquisas feitas nos Estados Unidos estão provando que ações
humanas estão, sim, provocando aumento de terremotos. Foi por causa dessas
retiradas e do peso de águas de hidrelétricas que o número de tremores numa
região passou de 3 para mais de 200 por ano.
Já se sabia que perfurar até o fogo existente nas
profundidades para produzir energia, assim como a multiplicação de poços
artesianos produz desestabilização e abertura de fendas no solo terrestre,
podendo provocar rachaduras e queda de casas. E com certeza a extração do gás
de xisto, com o método conhecido como fracking, isto é, explosão de rOchas no
seio da terra, provocará ainda maiores tremores e desestabilizações do solo
terrestre, além, é claro, da contaminação de águas subterrâneas com o uso de
muitos produtos químicos corrosivos e venenosos.
A pergunta, agora, é diferente: por que as empresas estão
fazendo tudo isso? Até onde a ambição por lucros cada vez maiores levará as
empresas capitalistas?
O assustador é que essas empresas não admitem limites, e
sempre se justificam afirmando que estão fazendo isso para produzir a energia
necessária para que a máquina do progresso econômico possa continuar crescendo
sem fim. E os governos apoiam e financiam essas atividades...
Já se pode afirmar, contudo, que isso não é necessário. Com as
novas tecnologias que aumentam a produção de energia elétrica transformando os
raios do sol, não há dúvida que as fontes fósseis, o gás de xisto e as usinas
nucleares serão deixadas de lado. Segundo cálculos, isso pode ser alcançado em
menos de 20 anos, ou em menos tempo, se todos cuidarem da eficiência na
produção e uso da energia, se todos colocarem em debate se precisamos ou não
continuar produzindo tudo que o capitalismo está empurrando ilusão adentro por
meio do marketing, se todos priorizarem o transporte de massa em lugar dos
automóveis individuais...
Estive nos últimos dias no noroeste do Paraná, debatendo
sobre esses desafios, de modo especial por ser aquela uma das regiões em que se
quer implantar o tal fracking. E lá todos assumiram a Campanha ENERGIA PARA A
VIDA, pois perceberam que precisamos mesmo da mobilização do nosso povo em
favor da energia descentralizada, usando as fontes menos poluentes existentes
em cada território, de modo especial o sol, para que fique claro que são
criminosas as práticas de empresas e governos que usam fontes poluentes, causadoras
de desastres socioambientais e que não são necessárias.
Ivo
Poletto, para a RCR
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