terça-feira, 6 de setembro de 2016

NÃO AO FRACKING AO BRASIL

Você sabe o que é o fracking? Trata-se de uma tecnologia que revela a absoluta irresponsabilidade das empresas que teimam em manter a civilização do petróleo e outras fontes fósseis de energia. Como sabem que vão acabar, decidiram colocar em prática, com a conivência dos governos e políticos, uma tecnologia violentíssima para retirar o pouco de gás que está nos pequenos espaços existentes no interior das rochas subterrâneas. É isso mesmo: estão bombardeando, com muita água e inúmeros produtos químicos, as rochas que estão sob os nossos pés, exprimindo-as para que entreguem o gás que escondem em seu interior.

É incrível, mas esses empresários não dão a mínima para a contaminação dos aquíferos, das águas de superfície, dos solos e da atmosfera, nem ao aumento de tremores e até de terremotos que essa técnica provoca! Até agora, só as lutas teimosas dos seres humanos no Paraná e em outros estados conseguiram evitar todos esses desastres. Animadas pelo movimento “Não ao Fracking no Brasil”, mobilizações sociais já conseguiram a aprovação de leis que impedem a instalação da indústria de gás da morte liberado pelo fracking em 72 municípios.

Estas práticas foram celebradas e assumidas como uma das prioridades de ação no Seminário de Mudanças Climáticas e Justiça Social realizado em Umuarama, no Paraná, no último fim de semana.
Mas nós, brasileiros, temos outro grande desafio: qual o caminho para evitar e proibir o fracking político, a tecnologia usada pelas classes dominantes para fraturar os fundamentos da democracia? 
Do espetáculo da votação do impeachment, o que resta é a sensação de que pouco sobrou da democracia. O principal fundamento da verdadeira democracia é o poder soberano do povo. Quando ele se manifesta, só ele pode mudar a sua decisão. Por isso, a cassação do mandato de uma presidente da república pelo alegado conjunto da obra, e não por um comprovado crime de responsabilidade, como muitos dos senadores declararam, o correto seria ou esperar a próxima eleição presidencial, ou organizar um plebiscito. Sem isso, o ato do senado não passa de um fracking contra os fundamentos da democracia, e torna legítimo o movimento por diretas já.
            Ivo Poletto


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