Os povos
indígenas do Brasil estão em mobilização em Brasília e em diversos estados.
Estão defendendo a Constituição Federal, porque há deputados e senadores que desejam
mudar a Constituição para acabar com os direitos dos povos indígenas. Na
verdade, já estão impedindo, e com apoio do governo federal, a demarcação de
novos territórios originários indígenas e querem, agora, que as empresas possam
entrar livremente nas terras indígenas para extrair minérios, gás, petróleo, e
para produzir a energia elétrica que essas atividades extrativas precisam. Querem
acabar com o direito de consulta, isto é: o direito de conhecer bem cada
projeto e suas consequências para a vida das comunidades e da mãe terra para
poderem decidir, com liberdade, se aceitam ou não que sejam implantados em seus
territórios.
O Congresso
nacional está mudando a Constituição para facilitar o PAC, o Programa de
Aceleração do Crescimento. Está, por isso, a serviço do principal programa do
governo federal, mas os dois, o Congresso e o Governo, estão a serviço das
grandes empresas que querem enriquecer ainda mais retirando e exportando bens
naturais que estão no seio da Terra. Por mais que falem em desenvolvimento
sustentável, é ilusão achar que elas mudarão sua marca genética, que é a de
aumentar seus lucros a qualquer custo.
Um desses
custos tem sido e será, com certeza, a destruição das culturas dos povos
indígenas. E o outro, o aumento do desequilíbrio climático, provocado por mais
desmatamentos, estradas, abertura de minas, instalações industriais,
hidrelétricas, navegação fluvial, vilas e cidades...
Não há dúvida
de que as mobilizações indígenas são um grito apoiado pelos novos dados
publicados no 5º Relatório do pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças
Climáticas, da ONU, conhecido como IPCC. O trabalho de milhares de estudiosos
confirma: a Terra continua esquentando, e isso se deve ao uso de produtos
fósseis – petróleo, carvão, gás – para fazer mineração, agropecuária,
indústria, transporte, comércio, especulação financeira – isto é, para manter
um crescimento econômico sem fim. Seguir por esse caminho e levar a humanidade
e iludir-se de que é o melhor ou o único caminho, é deixar-se guiar por pessoas
cegas e adoradoras do ídolo dinheiro, como lembrou o papa Francisco nos últimos
dias em Cagliari, Itália.
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