segunda-feira, 30 de setembro de 2013

MOBILIZAÇÃO INDÍGENA EM FAVOR DA VIDA DA TERRA E NA TERRA




Os povos indígenas do Brasil estão em mobilização em Brasília e em diversos estados. Estão defendendo a Constituição Federal, porque há deputados e senadores que desejam mudar a Constituição para acabar com os direitos dos povos indígenas. Na verdade, já estão impedindo, e com apoio do governo federal, a demarcação de novos territórios originários indígenas e querem, agora, que as empresas possam entrar livremente nas terras indígenas para extrair minérios, gás, petróleo, e para produzir a energia elétrica que essas atividades extrativas precisam. Querem acabar com o direito de consulta, isto é: o direito de conhecer bem cada projeto e suas consequências para a vida das comunidades e da mãe terra para poderem decidir, com liberdade, se aceitam ou não que sejam implantados em seus territórios.
O Congresso nacional está mudando a Constituição para facilitar o PAC, o Programa de Aceleração do Crescimento. Está, por isso, a serviço do principal programa do governo federal, mas os dois, o Congresso e o Governo, estão a serviço das grandes empresas que querem enriquecer ainda mais retirando e exportando bens naturais que estão no seio da Terra. Por mais que falem em desenvolvimento sustentável, é ilusão achar que elas mudarão sua marca genética, que é a de aumentar seus lucros a qualquer custo.
Um desses custos tem sido e será, com certeza, a destruição das culturas dos povos indígenas. E o outro, o aumento do desequilíbrio climático, provocado por mais desmatamentos, estradas, abertura de minas, instalações industriais, hidrelétricas, navegação fluvial, vilas e cidades...
Não há dúvida de que as mobilizações indígenas são um grito apoiado pelos novos dados publicados no 5º Relatório do pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, da ONU, conhecido como IPCC. O trabalho de milhares de estudiosos confirma: a Terra continua esquentando, e isso se deve ao uso de produtos fósseis – petróleo, carvão, gás – para fazer mineração, agropecuária, indústria, transporte, comércio, especulação financeira – isto é, para manter um crescimento econômico sem fim. Seguir por esse caminho e levar a humanidade e iludir-se de que é o melhor ou o único caminho, é deixar-se guiar por pessoas cegas e adoradoras do ídolo dinheiro, como lembrou o papa Francisco nos últimos dias em Cagliari, Itália.

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