Participei, nos dias 23 e 24, do Seminário Internacional
sobre O Direito Humano à Água, iniciativa de uma instituição argentina que
promove o Diálogo e a Cultura do Encontro e realizado na Pontifícia Academia de
Ciências do Vaticano. Contamos com a presença do Papa Francisco, que destacou:
a água é o início de todas as formas de vida, e por isso, sem a garantia do
direito à água não há outros direitos. E é inaceitável que mil crianças morram
todos os dias por causa da falta ou da má qualidade da água, e que milhões de
pessoas não tenham acesso a água tratada.
A presença de trabalhadores ligados à distribuição de água e
ao saneamento fez que ligasse este trabalho com a necessária luta para que
todos os países reconheçam a água como um bem comum e um direito para todas as
pessoas e para a Terra.
Foi dedicado um tempo especial à Amazônia. Com a
contribuição de pessoas da Rede Eclesial Panamazônica e outras iniciativas,
ficou clara a necessidade da preservação da floresta amazônica existente e sua
recriação nas áreas desmatadas para que as demais regiões do Brasil e da
América do Sul contem com os rios voadores gerados neste bioma para receberem a
umidade que garante as chuvas, isto é, a água para todos os seres vivos.
Para os participantes brasileiros, foram dois dias de
reflexão sobre a temática da Campanha da Fraternidade, que será iniciada no dia
1º de março. De fato, para que cultivemos e guardemos a Criação, precisamos
dar-nos conta da ligação entre os biomas brasileiros e a defesa da vida.
Seguindo o exemplo de São Francisco, dos povos indígenas e do Papa Francisco,
precisamos aprender a amar todos os seres que constituem cada um dos seis
diferentes berços de vida, os biomas, como nossos irmãos. A água é um dos seres
indispensáveis para a vida, e por isso é preciso cultivar e guardar o que Deus
criou, junto com a Terra, para que ela não falte para ninguém. E esse cuidado
será diferente em cada bioma, já que, por exemplo, os desafios para garantir
água na Caatinga semiárida são muito diferentes dos enfrentados na Amazônia.
Por isso, em defesa da vida da Terra e de todos os seres
vivos, procuremos conhecer e escutar a voz de Deus que nos fala e convida a
mudar nosso jeito de viver e conviver com cada um dos nossos biomas, e a apoiar
o que os irmãos e irmãs estão fazendo nos seus biomas.
Ivo
Poletto, do FMCJS
Nenhum comentário:
Postar um comentário