terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

SEM DIREITO À AGUA NÃO HÁ OUTROS DIREITOS

Participei, nos dias 23 e 24, do Seminário Internacional sobre O Direito Humano à Água, iniciativa de uma instituição argentina que promove o Diálogo e a Cultura do Encontro e realizado na Pontifícia Academia de Ciências do Vaticano. Contamos com a presença do Papa Francisco, que destacou: a água é o início de todas as formas de vida, e por isso, sem a garantia do direito à água não há outros direitos. E é inaceitável que mil crianças morram todos os dias por causa da falta ou da má qualidade da água, e que milhões de pessoas não tenham acesso a água tratada.

A presença de trabalhadores ligados à distribuição de água e ao saneamento fez que ligasse este trabalho com a necessária luta para que todos os países reconheçam a água como um bem comum e um direito para todas as pessoas e para a Terra.

Foi dedicado um tempo especial à Amazônia. Com a contribuição de pessoas da Rede Eclesial Panamazônica e outras iniciativas, ficou clara a necessidade da preservação da floresta amazônica existente e sua recriação nas áreas desmatadas para que as demais regiões do Brasil e da América do Sul contem com os rios voadores gerados neste bioma para receberem a umidade que garante as chuvas, isto é, a água para todos os seres vivos. 

Para os participantes brasileiros, foram dois dias de reflexão sobre a temática da Campanha da Fraternidade, que será iniciada no dia 1º de março. De fato, para que cultivemos e guardemos a Criação, precisamos dar-nos conta da ligação entre os biomas brasileiros e a defesa da vida. Seguindo o exemplo de São Francisco, dos povos indígenas e do Papa Francisco, precisamos aprender a amar todos os seres que constituem cada um dos seis diferentes berços de vida, os biomas, como nossos irmãos. A água é um dos seres indispensáveis para a vida, e por isso é preciso cultivar e guardar o que Deus criou, junto com a Terra, para que ela não falte para ninguém. E esse cuidado será diferente em cada bioma, já que, por exemplo, os desafios para garantir água na Caatinga semiárida são muito diferentes dos enfrentados na Amazônia.

Por isso, em defesa da vida da Terra e de todos os seres vivos, procuremos conhecer e escutar a voz de Deus que nos fala e convida a mudar nosso jeito de viver e conviver com cada um dos nossos biomas, e a apoiar o que os irmãos e irmãs estão fazendo nos seus biomas.

           Ivo Poletto, do FMCJS  


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