Carta
de apoio às retomas quilombolas do Sapê do Norte
27 de
novembro de 2016
Entendemos
que o movimento quilombola no Sapê do Norte se constituiu para recuperar seu
território invadido pelas empresas Aracruz Celulose (hoje Fíbria), Suzano e
Disa.
Entendemos
que o Estado não vem cumprindo com a sua função de titulação do território
quilombola, aprofundando os conflitos locais.
Entendemos
a importância de retomar o território para reconverter as áreas ocupadas e
degradadas por monocultivos de eucalipto em áreas produtivas, reflorestadas e
de moradia, garantindo assim a segurança alimentar, a geração de renda e o
acesso a água das famílias.
Entendemos
que é importante fortalecer as articulações e ampliar o diálogo acerca dos
projetos para o território quilombola, dispondo de parceiros, organizações e
movimentos sociais de campo político próximo.
Por
isso,
Repudiamos
a violência da Fibria em acirrar as disputas internas pelo território,
contribuindo com a criminalização a quilombolas nas retomas.
Repudiamos a inércia do Instituto
Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) frente a regularização do
território quilombola do Sapê do Norte, que aprofunda conflitos locais e
garante as empresas interferirem no modo de vida tradicional do povo quilombola.
Diante
disso, ressaltamos a necessidade e a urgência de um posicionamento oficial da
Comissão Quilombola do Sapê do Norte, da Coordenação Estadual das Comunidades
Quilombolas Zacimba Gaba, do Incra e do Ministério Publico Federal (MPF), sobre
as retomadas no território Sapê do Norte.
Para
que não haja nenhum retrocesso na luta pelo território quilombola no Sapê do
Norte, nós apoiamos as retomadas:
Grupo
Comunitário de Mulheres Quilombolas Coletivo em Ação
Casa
da Mulher
Sawabona
Zalika
Associação
de Artesãs de Marobart
Grupo
de Cultura Afro Kisile
Associação
dos Pescadores Artesanais de Porto de Santana e Adjacências
Produção
Crioula
FASE
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