Quem leva a sério as mudanças climáticas e seus efeitos na
vida das pessoas e da Terra, sabe que os grandes vilões são as fontes fósseis
de energia: o petróleo, o carvão e o gás. As três são, ao mesmo tempo, grandes
poluidoras da atmosfera, aumentando o dióxido de carbono nela e provocando
aumento da temperatura média do planeta, e fontes que não são renováveis, que
deixarão de existir.
Como vivemos em sociedades que precisam cada dia mais de
energia, é fundamental encontrar fontes que não acabam, que se renovam todo
tempo. Faz algum tempo que começou a corrida entre as fontes fósseis e as renováveis.
E agora, dados de pesquisa apresentados num evento da Bloomberg em Nova York
dão conta de que, em 2013, as fontes renováveis já ganhavam das fontes fósseis:
enquanto foram produzidos 143 gigawats de nova energia com fontes renováveis,
só 141 gigawats foram gerados com uso de fontes fósseis.
Trata-se de uma virada histórica, e veio para ficar,
deixando claro que as fontes fósseis estão perdendo essa corrida. Calculando o
que aconteceu a partir de 2013, em 2015 as energias renováveis contribuirão como
164 gigawats, e as fósseis com 110. Em 2030, as renováveis gerarão 279
gigawats, enquanto as fósseis só gerarão 64.
Mesmo sendo uma virada importante, há problemas e desafios
nessa conta. Para os pesquisadores que organizaram esses dados, a energia hidrelétrica
e a nuclear são renováveis. Mas eles mesmos indicam que a água é cada vez menos
renovável, e isso se deve ao fato de que as mudanças climáticas interferem nas
chuvas, diminuindo as águas dos rios e das barragens, diminuindo a produção; e
além disso, forma-se muito gás metano nos lagos. Deixam de reconhecer, contudo,
que os átomos de urânio não são renováveis e que seu uso gera ameaças de
contaminação de todo tipo.
De toda maneira, há uma excelente notícia: os custos da
geração de energia solar e eólica estão caindo todo o tempo, e como são fontes
realmente renováveis e presentes em todo o planeta, já se firmam como as
principais fontes de energia. Em 2030, as duas gerarão a maior parte da
energia.
Será que estas boas notícias levarão o governo brasileiro a
mudar a sua política energética? Ou será que, mesmo com a crise de água e
energia que se aprofunda, o Brasil continuará fora desta corrida por energia
mais limpa e renovável? Cabe-nos colocar em prática nossa cidadania e exigir
mudanças rápidas e profundas em nossa política energética, para o bem da vida
no planeta e para o bem de nosso bolso.
Ivo
Poletto
http://www.bloomberg.com/news/articles/2015-04-14/fossil-fuels-just-lost-the-race-against-renewables
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