quarta-feira, 22 de abril de 2015

A ENERGIA RENOVÁVEL ESTÁ GANHANDO A CORRIDA

Quem leva a sério as mudanças climáticas e seus efeitos na vida das pessoas e da Terra, sabe que os grandes vilões são as fontes fósseis de energia: o petróleo, o carvão e o gás. As três são, ao mesmo tempo, grandes poluidoras da atmosfera, aumentando o dióxido de carbono nela e provocando aumento da temperatura média do planeta, e fontes que não são renováveis, que deixarão de existir.

Como vivemos em sociedades que precisam cada dia mais de energia, é fundamental encontrar fontes que não acabam, que se renovam todo tempo. Faz algum tempo que começou a corrida entre as fontes fósseis e as renováveis. E agora, dados de pesquisa apresentados num evento da Bloomberg em Nova York dão conta de que, em 2013, as fontes renováveis já ganhavam das fontes fósseis: enquanto foram produzidos 143 gigawats de nova energia com fontes renováveis, só 141 gigawats foram gerados com uso de fontes fósseis.

Trata-se de uma virada histórica, e veio para ficar, deixando claro que as fontes fósseis estão perdendo essa corrida. Calculando o que aconteceu a partir de 2013, em 2015 as energias renováveis contribuirão como 164 gigawats, e as fósseis com 110. Em 2030, as renováveis gerarão 279 gigawats, enquanto as fósseis só gerarão 64.

Mesmo sendo uma virada importante, há problemas e desafios nessa conta. Para os pesquisadores que organizaram esses dados, a energia hidrelétrica e a nuclear são renováveis. Mas eles mesmos indicam que a água é cada vez menos renovável, e isso se deve ao fato de que as mudanças climáticas interferem nas chuvas, diminuindo as águas dos rios e das barragens, diminuindo a produção; e além disso, forma-se muito gás metano nos lagos. Deixam de reconhecer, contudo, que os átomos de urânio não são renováveis e que seu uso gera ameaças de contaminação de todo tipo.

De toda maneira, há uma excelente notícia: os custos da geração de energia solar e eólica estão caindo todo o tempo, e como são fontes realmente renováveis e presentes em todo o planeta, já se firmam como as principais fontes de energia. Em 2030, as duas gerarão a maior parte da energia.
Será que estas boas notícias levarão o governo brasileiro a mudar a sua política energética? Ou será que, mesmo com a crise de água e energia que se aprofunda, o Brasil continuará fora desta corrida por energia mais limpa e renovável? Cabe-nos colocar em prática nossa cidadania e exigir mudanças rápidas e profundas em nossa política energética, para o bem da vida no planeta e para o bem de nosso bolso.

            Ivo Poletto


  

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