segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

O QUE FAREMOS EM 2014?



É bom, mas não basta desejar “feliz ano novo”. Para que esse desejo tenha efeito é preciso estar decido a fazer tudo que for possível para que o ano seja de fato novo, isto é, diferente e melhor do que o ano anterior, fonte real de felicidade.

Olhando a sociedade brasileira em seu conjunto, e não apenas os eventos comerciais e midiáticos como a Copa de futebol, que continuará questionada pelo Movimento dos Atingidos pela Copa, 2014 já se conta com uma agenda muito rica: em fevereiro, haverá o Congresso do MST, que se propõe um avanço resumido no lema: “lutar, construir reforma agrária popular! Não se trata de apenas de exigir do governo que faça reforma agrária; o que se busca é que todos os setores populares, do campo e da cidade, compreendam que sem reforma agrária o Brasil continuará um país para poucos e sem produzir alimentos saudáveis para todas as pessoas. E não haverá reforma agrária popular sem que os territórios dos povos indígenas e comunidades tradicionais sejam demarcados e garantidos.

Esse congresso se liga com um desafio comum dos movimentos sociais, o de mobilizar a cidadania para participar, em setembro, na Semana da Pátria, do Plebiscito Popular por uma Assembleia Constituinte Exclusiva para fazer a reforma política do Estado brasileiro que o povo quer. Esta é uma grande oportunidade de avançarmos para uma democracia assentada sobre o poder popular, único poder soberano, liberando-nos da dominação das elites econômicas e seus aliados.

Outra mobilização importante acontecerá nos dias 7 a 10 de agosto, em Brasília: o Fórum Social Temático sobre “Energia: para quê? para quem? como?” Quer ser um encontro mundial de todos que lutam contra os riscos da produção de energia nuclear; contra os crimes sociais e ambientais da multiplicação de grandes hidrelétricas, de modo especial na Amazônia; contra as usinas térmicas que usam fontes fósseis; e dos que lutam em favor da energia produzida com a luz do sol, com os ventos, a biomassa e o movimento natural das águas, e produzida em cada casa e localidade, perto de quem consome. Ele será uma prática de pressão para que o governo federal mude a política energética, e o faça junto com e em favor do povo, e não das empresas, que só querem ganhar cada vez mais vendendo a energia como mercadoria. Nós queremos a energia como bem e direito comum.

Teremos, por fim, as eleições, em outubro. Em quem votar? Haverá candidatos que assumirão como parte de seu programa de governo o que os movimentos e mobilizações sociais vão propor e exigir para que a sociedade brasileira seja mais justa nos próximos anos? Se houver, cabe-nos não apenas votar, mas cobrar os compromissos assumidos.
             

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