quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

AVANÇOS DO PROJETO DE CONVIVÊNCIA COM O SEMIÁRIDO

VEJAM A BOA NOTÍCIA DOS AVANÇOS DAS ESTRATÉGIAS DE CONSTRUÇÃO DE CISTERNAS PARA A PRODUÇÃO DE ALIMENTOS NO BIOMA CAATINGA. ELAS SÃO PARTE INTEGRANTE DO CONJUNTO DE INICIATIVAS DO PROJETO DE CONVIVÊNCIA COM O SEMIÁRIDO.

É FUNDAMENTAL QUE ESTA SEJA A POLÍTICA PÚBLICA PARA ESTA REGIÃO. SÓ COM ELA SE CHEGARÁ AO FIM DA INDÚSTRIA DA SECA E AS FAMÍLIAS E COMUNIDADES PODERÃO CONVIVER DE FORMA SEGURA E SADIA COM AS CARACTERÍSTICAS DESTE SEMIÁRIDO.

DIVULGUEM A NOTÍCIA E APOIEM A ASA - ARTICULAÇÃO DO SEMIÁRIDO.

Celebração: mais 10 mil famílias com tecnologias para produção de alimentos
Catarina de Angola (ASACom)
Recife - PE
04/12/2013

Primeira cisterna-calçadão realizada em 2013 com patrocínio da Petrobras. | Foto: Vlademir Alexandre/ASACom
A Articulação Semiárido Brasileiro (ASA) celebra a marca de mais 10 mil tecnologias sociais de captação e armazenamento de água da chuva construídas no Semiárido pelo Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2) com o patrocínio da Petrobras, através do Programa Petrobras Desenvolvimento & Cidadania. Resultado alcançado seis meses após o início do projeto, que prevê a construção de 20 mil tecnologias até maio de 2014. Desde que surgiu, em 2007, o P1+2 já implementou mais de 35 mil tecnologias em todo o Semiárido brasileiro.

“Destaco a importância desse contrato com a Petrobras, pois amplia nosso leque de parcerias e apoios. E amplia também o número de organizações que apostam na perspectiva de convivência com o Semiárido que a gente acredita”, pontua Cristina Nascimento, coordenadora da ASA pelo estado do Ceará. 

As primeiras tecnologias do P1+2 realizadas através desse patrocínio foram inauguradas em julho deste ano, no Rio Grande do Norte. De lá para cá, as 65 organizações da ASA que executam a ação em todos os estados da região semiárida implementaram quatro tipos de tecnologias: cisternas-calçadão, cisternas-enxurrada, barreiros-trincheira e barragens subterrâneas. Todas elas estocam água da chuva para a produção de alimentos e criação de animais.

“A cada novo parceiro, a gente tem a possibilidade de ampliar o processo produtivo, a capacidade de produção de alimentos, a segurança alimentar e a comercialização dessas famílias. Isso tudo tem um impacto grande na dinâmica do Semiárido. Quando a gente imagina que em seis meses conseguimos executar 10 mil implementações, são 10 mil famílias que estão preparadas para estocar água do próximo inverno”, coloca Cristina.  

A execução do P1+2 não se restringe apenas a construção das tecnologias. Existe um processo de mobilização das comunidades e de capacitação das famílias e dos/as pedreiros/as. Além disso, envolve intercâmbios entre agricultores e agricultoras, a participação deles/as em encontros e atividades de troca de conhecimentos e a sistematização de experiências. 

A formação de bancos de sementes também compõe a estratégia de estocagem  do P1+2,  o que possibilita a organização coletiva das comunidades para que possam guardar suas sementes e usá-las nas épocas de plantio. Com isso, agricultores e agricultoras passam a ter autonomia sobre o que plantar e quando plantar, não ficando dependentes das sementes distribuídas pelo governo, que não são adaptadas a região. “A ação do P1+2 é uma ação integrada. Você tem a água, tem a semente e autonomia sobre o seu processo produtivo”, destaca Cristina.  

Toda essa ação é baseada na troca de conhecimento de agricultores e agricultoras. E os intercâmbios de experiências e encontros que o P1+2 promove fortalecem essa troca. “O central da ação da ASA não é tecnologia, mas são os agricultores. A valorização do saber de homens e mulheres, a valorização dessas experiências”, destaca Cristina. Esses momentos de troca possibilitam a partilha de saberes e as formas de se conviver com o Semiárido. Os encontros e intercâmbios mostram que os agricultores/as têm estratégias para esses momentos, pois são conhecedores da região e do clima que vivem. E as tecnologias que guardam água da chuva, os bancos que guardam as sementes, e as diversas outras formas de estocagem são umas das estratégias mais importantes para a vida e produção na região semiárida.

Além das 10 mil tecnologias construídas nesses seis meses, as organizações da ASA executoras desse contrato de patrocínio já cadastraram 95% das famílias previstas para receberem as tecnologias e cerca de 90% das implementações já estão com fornecedores contratados para a entrega dos materiais. Até maio de 2014, as 20 mil tecnologias devem estar finalizadas, o que significa que cerca de 100 mil pessoas no Semiárido terão a possibilidade de guardar água para dinamizar sua produção. No total serão 10 mil cisternas-calçadão, 6.450 cisternas-enxurrada, 3.330 barreiros-trincheira e 250 barragens subterrâneas. 

“Ampliamos nossa capacidade de execução, mas, além disso, ampliamos a capacidade de monitoramento e fortalecemos nossa prática de rede. Também continuamos nossa ação com autonomia dos processos políticos e metodológicos e isso é importante porque nos dá força”, finaliza Cristina. 

Além do patrocínio da Petrobras, o Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2) conta com a parceria do governo federal, através do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS).

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