Comecemos com os eventos climáticos extremos em nosso
país. A seca que atinge quase todo o Semiárido brasileiro já ultrapassa três
anos. Volta e meio cai um pouco de chuva, mas não o bastante para acabar com a
seca. Só que uma cidade da Bahia, Lagedinho, na Chapada Diamantino, viveu uma
surpresa dolorosa: uma chuva intensa provocou a morte de 16 pessoas e desalojou
a metade da população da cidade, que é de 2 mil pessoas. Para se ter uma ideia
do que isso significa, seria como se na cidade de Salvador uma enchente tivesse
provocado a morte de mil e quinhentas pessoas. Nunca se viu coisa parecida na
Bahia, e de modo especial na região semiárida.
Aconteceram enchentes muito fortes também no Rio de Janeiro,
em Minas Gerais, no Espírito Santo, provocando desastres com vítimas fatais.
Até mesmo em Goiânia, no estado de Goiás, uma chuva de meia hora provocou
estragos em ruas e casas, e três pessoas perderam a vida.
Ao noticiar essas enchentes, fala-se que seriam desastres
naturais. Serão mesmo naturais, ou seria mais correto dizer que são eventos
extremos de fenômenos naturais? Chuva é fenômeno da natureza, mas essas
enchentes tão intensas já são, com certeza, provocadas pelo aquecimento do
planeta, que provoca mudanças climáticas.
Por outro lado, dia 10 foi mais um Dia Mundial dos Direitos
Humanos. Em Brasília, junto com o início do Fórum Mundial de Direitos Humanos,
promovido pela Secretaria de Direitos Humanos, foi lançada no Brasil pela CNBB
e pela Cáritas Brasileira a Campanha Mundial pela superação da fome e da pobreza,
promovida pela Cáritas Internacional, envolvendo mais de 190 países. A
manifestação do índios Mundurucu, no início do Fórum Mundial, deixou claro que
não estão sendo respeitados os direitos dos povos indígenas, de modo especial
pela imposição da construção de grandes hidrelétricas na Amazônia. E sem
garantia dos direitos não será superada a fome que atinge mais de um bilhão de
pessoas no mundo.
Para animar nossa indignação e nosso compromisso com as
lutas pelos direitos de toda as pessoas, vale lembrar o testemunho de Nelson
Mandela, que dedicou, com teimosia e criatividade, sua vida pelo fim do sistema
racista do apartheid e continuará sendo inspiração para o povo da África do Sul
construir uma sociedade assentada sobre a justiça e a verdadeira igualdade.
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