- no Rio Grande do Sul, estado que mais ajudou a introduzir
de forma ilegal as sementes transgênicas, a agricultura usou 85 milhões de
litros de agrotóxicos na safra de 2009/2010 – isto é, mais de 8 litros para
cada gaúcho! Na região em que há mais monoculturas, o agronegócio aplicou 919
litros por quilômetro quadrado, igual a um consumo de 33,2 litros de
agrotóxicos por habitante.
- no Brasil como um todo, a quantidade de agrotóxicos
utilizados é igual a 4 litros e meio para cada brasileiro e brasileira.
Como todas as pesquisas deixam claro que os agrotóxicos são
causadores de câncer, é correto concluir que essa agricultura é inimiga da
saúde das pessoas. Sabendo que a agroecologia cresce em todas as regiões, e que
agora conta com o reconhecimento do Plano Nacional de Agroecologia, podemos
perguntar-nos: não se deveria cobrar do agronegócio o pagamento dos tratamentos
demorados de câncer?
A realidade, contudo, deixa a gente confusa e revoltada:
como aceitar que o governo federal e o dos estados tenham partidos e políticos
que defendem e promovem o agronegócio como seus aliados? Será que valem a pena
os dólares gerados com a venda das commodities do agronegócio, quando se tem
presente os sofrimentos, os custos de tratamento e as mortes precoces
provocadas por cânceres?
Quando a saúde das pessoas e da Terra se fizer presente no
planejamento das políticas públicas, com certeza os que usam agrotóxicos e
vendem alimentos e água contaminados, assim como os que promovem o uso de
derivados do petróleo, não terão apoio de recursos públicos e poderão ser
cobrados pelos prejuízos às pessoas e à Terra. Assim sendo, não chegou a hora
de exigirmos que os governos só apoiem a produção de alimentos saudáveis, sem
agrotóxicos, e invistam mais em transporte coletivo eficiente nas cidades,
proibindo o uso de automóveis?
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