Muita gente se perguntou, na semana passada: será que os
representantes dos governos do mundo, que estão reunidos em Varsóvia, capital
da Polônia, ouvirão e darão uma resposta positiva ao grito que o representante
das Filipinas apresentou em nome de todas as pessoas e povos atingidos pelos
eventos climáticos extremos das mudanças climáticas?
A pergunta faz sentido. Afinal, a
conferência de Varsóvia é a décima nona reunião de governantes convocada pela
ONU para decidir o que se a humanidade deve fazer em conjunto para evitar o
aquecimento global que provoca as mudanças climáticas. Por isso, o desastre
socioambiental ocorrido nas Filipinas deveria ser um motivo muito forte para
que, finalmente, os governantes tomem juízo e decidam fazer o que deve ser
feito. Mas, infelizmente, as notícias que chegam de Varsóvia não são
animadoras: parece que vão empurrar o problema com a barriga mais uma vez,
prometendo que só serão tomadas decisões daqui a dois anos, na conferência de
Paris. É terrível dizer isso, mas a indiferença é o sentimento maior dos
governantes em relação ao sofrimento e à morte de pessoas e ao desequilíbrio da
Terra provocado por ações humanas.
Lembrem, amigas e amigos, que este
tufão provocou ventos de 300 quilômetros por hora e ondas de seis metros de
altura, e não se sabe ainda quantas pessoas morreram. Fala-se que podem ser
mais do que 10 mil. E as que sobreviveram não sabem como será seu futuro. De fato,
as imagens que chegaram mostram cidades inteiras destruídas, e com razão as pessoas
devem perguntar-se: vale a pena reconstruir nossas casas aqui, tendo presente
que outro furacão pode passar por essa região?
A pergunta chega também a todos nós:
o que podemos e devemos fazer para que o grito do povo das Filipinas seja ouvido?
Creio que a primeira coisa a fazer é repensar a nossa vida, vivendo com simplicidade,
sem consumismo, deixando de lado tudo que agride a vida da natureza. Podemos e
devemos também assumir nossa cidadania brasileira e mundial e exigir dos
governantes do Brasil e de todos os países que se libertem das pressões das
empresas que não querem as mudanças que devem ser feitas, e ouçam e deem
respostas positivas aos gritos dos milhões de pessoas que sofrem e morrem por
causa das mudanças climáticas.
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