QUANDO O BRASIL DO ANDAR DE CIMA - GOVERNO, GRILEIROS, EMPRESAS - SE DARÁ CONTA OU LEVARÁ A SÉRIO QUE ESTE DESMATAMENTO É, NO MÍNIMO, UM TIRO NO PÉ, E NA VERDADE, UM CRIME CONTRA A VIDA DA TERRA E DOS SERES VIVOS, ESPECIALMENTE OS HUMANOS?
CLIMAINFO - 19 de novembro de 2019 noticias@climainfo.org.br
Se até ontem o governo Bolsonaro se respaldou argumentando que o sistema DETER não tem precisão adequada para medir o desmatamento, os números oficiais do desmatamento da Amazônia oriundos do sistema PRODES não deixam dúvidas: a destruição da floresta é dramática. Os dados anuais consolidados do desmatamento da Amazônia mostram que, apesar da profunda e duradoura recessão econômica vivida pelo Brasil, a área desmatada alcançou a marca de 9.762 km², a mais alta desde 2008, quando a economia do país ainda crescia a ritmo acelerado.
O
período avaliado pelo PRODES, que vai de 1º de agosto do ano passado a
31 de julho deste ano, corresponde a cinco meses de governo Temer e sete
meses da administração Bolsonaro.
O
aumento em relação aos 12 meses anteriores, de 29,5%, foi o maior
percentual de aumento de um ano para o outro em mais de duas décadas e
leva a medalha de bronze na série histórica do PRODES, perdendo apenas
para 1995 (crescimento de 95%) e 1998 (31%).
A
taxa oficial ficou pelo menos 1.500 km² acima da tendência de aumento
do desmatamento que vinha sendo observada a partir de 2012. Segundo
técnicos do INPE, se a taxa seguisse a tendência dos últimos anos, teria ficado em torno de 8.278 km².
Segundo o Direto da Ciência,
com o resultado deste ano do PRODES, o corte raso acumulado na Amazônia
até julho deste ano é de 802.570 km², ou 20,1% da área original da
parte brasileira da floresta.
Demitido
do INPE após a divulgação dos primeiros alertas sobre o aumento do
desmatamento na Amazônia, o físico Ricardo Galvão disse ao Congresso em Foco
que o crescimento de 30% da área desmatada comprova os alertas emitidos
em agosto e indica que o Brasil não conseguirá cumprir a Política
Nacional sobre Mudança do Clima, a qual prevê uma redução no
desmatamento da Amazônia para 3.900 km² de agosto de 2019 a julho de
2020.
A notícia foi repercutida pelos Valor Econômico, O Estado de S. Paulo, Folha de S. Paulo, O Globo, UOL, G1 e O Eco, além dos internacionais The Guardian, Reuters, AFP, BBC, Al Jazeera e New Scientist, entre outros.
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