quinta-feira, 5 de abril de 2018

LULA NOS LIVROU DOS GENERAIS

ASSUMO E ESTIMULO A LEITURA DO ARTIGO DO ROBERTO MALVEZZI. MAS ACRESCENTO QUE, NO CASO DE JESUS DE NAZARÉ, ASSIM COMO HOJE, NÃO FOI TODO O POVO QUE ENTROU NA ONDA DOS PODEROSOS DE ENTÃO E PEDIU A MORTE; FORAM CERTAMENTE AS PESSOAS QUE, DE ALGUMA FORMA REAL OU ILUSÓRIA, SE JULGAVAM PRÓXIMOS E COM VANTAGENS POR SEREM CLAQUE DOS PODEROSOS, ALGUNS DELES CHEFES RELIGIOSOS E OUTROS IMPERIAIS, MAS TODOS NEM TANTO... 

COMO NAQUELE TEMPO, HOJE TAMBÉM O CENTRO DO PODER ESTÁ FORA, EM NOVO TIPO DE IMPÉRIO, MAIS SOFISTICADO E CERTAMENTE MAIS VIOLENTO, ADORADOR DE UM ÍDOLO QUE SÓ SE APLACA COM QUANTIDADE CADA VEZ MAIOR DE SANGUE HUMANO.

Lula nos livrou dos generais
Roberto Malvezzi (Gogó)
Lula nos livrou dos generais, ao menos por hora. Sua prisão sacia o rancor da classe média, o interesse dos empresários, a vingança da velha mídia (Globo, Folha, Veja, etc.), a ética hipócrita de juízes e promotores, principalmente, a honra dos generais.
Mas, o problema é que a questão não está resolvida, o golpe ainda não fechou. É preciso julgar o mérito dessa questão, isto é, se a prisão em segunda instância vai ser sempre automática ou vai depender do Supremo Tribunal Federal a última palavra, como está na Constituição. Então, o Supremo terá que decidir novamente sobre a questão.
Mais uma vez a mídia, uma parte dos juízes e promotores, a classe média e os generais vão pôr a espada no pescoço do Supremo, particularmente da ministra Rosa Weber, que tem suas convicções, mas não tem coragem de enfrentar essa turba. Parece que a questão será pautada para Setembro.
Na Quaresma, para nós cristãos, sempre volta aquela frase de Caifás: “é preciso que um só homem morra por todos” (João 11,45-46). Jesus era o bode expiatório da sede de rancor do povo e das autoridades de Israel, sobretudo, o pavor de perder ou dividir o poder. Pilatos vacila, tem até pena de condenar aquele inocente, mas, temendo o povo, o entrega para ser crucificado. Esse exemplo não serve apenas como metáfora, mas tem sua pertinência histórica, já que o bode expiatório veio antes de Jesus, tornou-se Nele “cordeiro de Deus”, mas segue pelos meandros da história.
E nosso povo? “Sangrado e ressangrado, capado e recapado” (Capistrano de Abreu) age sempre com pragmatismo. O silêncio muitas vezes é a arte da sobrevivência. A espera pelo tempo mais oportuno. As artimanhas para sobreviver, como dizia Paulo Freire. Nossos índios, negros e empobrecidos conhecem essa arte como ninguém, por isso estão vivos. 
O povo sabe onde está o poder e engole a seco. Rumina.
Quanto a Lula, vai para a cadeia – vai saber por quanto tempo! -, mas, estará para sempre nos pesadelos de seus algozes e na perigosa memória do povo.  

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