ALEGRIA, ALEGRIA
É costume dizer que carnaval é tempo de alegria. E é bom
desejar que essa alegria gere energia para enfrentar os desafios da vida de
2018. Basta ver quanto estão gastando o governo federal e empresários para
comprar o voto dos deputados e senadores em favor de uma reforma da Previdência
assentada sobre a mentira de que está falida, quando, na verdade, o que ela
objetiva é aumentar as chances dos donos do capital financeiro enriquecerem
ainda mais com o crescimento da previdência privada. Isso nos coloca o desafio
de trabalhar para que os políticos que aprovarem esta reforma da Previdência, e
que já aprovaram a reforma trabalhista, que é outro monstrengo gerador de
miséria e insegurança, não sejam reeleitos em outubro deste ano. Sem isso, a
alegria de carnaval não passa de loucura.
Mas falemos de alegria, hoje. Da alegria que vi nos rostos
das amigas e amigos que encontrei em Patos, na Paraíba, quando dão notícias das
chuvas que estão caindo na Caatinga semiárida. Mesmo não sendo ainda chuva
geral, elas estão sendo motivo de intensa alegria e de agradecimento a Deus e à
Terra, porque são esperança de que finalmente, depois de quase sete anos, o
sertão nordestino tenha um inverno bom, cobrindo de verde os solos e abençoando
os plantios, gerando fartura.
Falemos também da alegria das pessoas, famílias e
comunidades que já estão produzindo energia solar fotovoltaica, biogás e até
lâmpadas led através do projeto Semiárido Solar, apoiado pela Misereor, da
Igreja Católica da Alemanha, e dos intensos trabalhos do Comitê de Energia
Renovável do Semiárido, CERSA, reforçados por outros recursos, especialmente da
Fundação Socioambiental CASA. O Seminário sobre Mudanças Climáticas e Justiça
Social, realizado em Patos, comprovou que a região está em processo positivo de
transformação. Até as comunidades já afetadas e as que serão atingidas por
novos grandes parques eólicos e por fazendas solares estão sendo mobilizadas
para não se deixarem envolver pelas falsas promessas, defenderem sua terra e
sua forma de vida e exigirem seus direitos.
Falemos, ainda, da alegria das comunidades da primeira
paróquia solar já existente em Sousa, e das que serão envolvidas no processo de
evangelização e educação popular através do projeto Igreja Solar. De fato, as
dioceses da região estão se dando conta que será exemplo importante animarem a
solarização de igrejas e espaços comunitários nessa região que luta para que o mesmo sol que castiga seja o sol que dá
vida.
Ivo Poletto, do Fórum MCJS
Para Rádio, ouça em: https://mail.google.com/mail/u/0/#label/FM+CLIMATICAS/1618a4833bad20f2?projector=1&messagePartId=0.2
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