quarta-feira, 22 de novembro de 2017

CORRENTINA INSURGENTE: UMA GUERRA DA ÁGUA NO BRASIL

E QUE AS PRÁTICAS DO POVO DE CORRENTINA SE TORNEM ESTÍMULO PARA QUE MAIS E MAIS COMUNIDADES QUE VIVEM AMEAÇAS DE FIM DE ÁGUA PARA VIVER SE MOBILIZEM DE FORMA EFICAZ. TUDO INDICA QUE POUCO OU NADA RESOLVERÁ DEMANDAR DO ESTADO, JÁ QUE ELE ESTÁ CONTROLADO E AGINDO EM FAVOR DOS QUE ESTÃO ACABANDO COM A ÁGUA E A VIDA DA TERRA.

Correntina Insurgente: uma guerra da água no Brasil

Cidade, no extremo oeste baiano, tem pouco mais de 30 mil habitantes. Mais de 10 mil deles saíram às ruas contra a privatização das águas do Rio Arrojado. Mas a história, omitida pela mídia, vai muito além
Vídeo e texto por André Monteiro, no EcoDebate
Insurgência é um filme que proporciona um mergulho de cinco minutos na manifestação do dia 11 de novembro de 2017 em Correntina (BA) contra a omissão do poder público diante da exploração de água pelo agronegócio no oeste baiano.
Em meio às palavras de ordem e cartazes em defesa do Rio Arrojado, do São Francisco e sua bacia e das águas todas, uma grito transborda: “não somos terroristas”. Uma reação à forma como a grande mídia repercutiu o ato da semana anterior que destruiu equipamentos de captação de água e irrigação de duas fazendas na região. Para os manifestantes, não há mais tempo para esperar o Estado agir.
Desde a década de 1970 violações e crimes do agronegócio têm sido denunciados. Em 2000, populares desativaram um canal que pretendia desviar as águas do mesmo rio Arrojado. Manifestações religiosas, como o canto fúnebre das Alimentadeiras de Alma, passaram a ser realizadas para denunciar a morte de nascentes. E romarias com milhares de pessoas vêm sendo feitas em protesto contra a destruição dos Cerrados. Em 2015, um grande ato com seis mil pessoas tentou impedir a outorga de água para as dua fazendas que foram alvo dos protestos recentes. Mas a população foi totalmente ignorada pelo órgão ambiental da Bahia, que autorizou a exploração de 183 mil metros cúbicos/dia.
Este volume de água retirada equivale a mais de 106 milhões de litros diários, suficientes para abastecer por dia mais de 6,6 mil cisternas domésticas de 16.000 litros na região do Semiárido. Agrava-se a situação ao se considerar a crise hídrica do rio São Francisco, quando neste momento a barragem de Sobradinho, considerada o “coração artificial” do Rio, encontra-se com o volume útil de 2,84 %. A água consumida pela população de Correntina aproximadamente 3 milhões de litros por dia, equivale a apenas 2,8% da vazão retirada pela referida fazenda do Rio Arrojado.
Não há ciência no mundo que possa estimar um valor monetário para o Rio Arrojado, e isso o povo de Correntina parece compreender bem e não ficará para história como população conformada ou cúmplice de crimes e violações dessa gravidade.
http://outraspalavras.net/outrasmidias/destaque-outras-midias/correntina-insurgente-uma-guerra-da-agua-no-brasil/  

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