Estive participando, junto com Brent, da Rios
Internacional, da Oficina Construindo uma Rede de Soluções, promovida pela Rede
de Ação Climática Internacional, conhecida pela sigla CAN. Estivemos
representando a campanha ENERGIA PARA A VIDA e o objetivo da oficina foi a
consolidação da campanha mundial “100% de Energia Renovável até 2050”.
Os representantes das muitas entidades presentes confirmaram
sua convicção de que esta meta é possível de ser alcançada, e de que ela deve
ser alcançada para evitar maiores desastres socioambientais em todo planeta. É
para a produção de energia que se queima quantidades cada vez maiores de fontes
fósseis, liberando o carbono contido nelas. Por outro lado, junto com mudanças
nas funções naturais dos rios, com o desmatamento da floresta dos vales e com
os conflitos com os povos indígenas e ribeirinhos, as grandes barragens para
produzir hidreletricidade são fontes de emissão de grande quantidade de
metano, um gás poderoso para o aquecimento. Da mesma forma, o uso dos átomos de
urânio é fonte de contaminações do solo e subsolo, e os vazamentos e o lixo
tóxico das usinas são ameaça permanente de contaminações sem controle.
Por isso, a campanha 100% de Energias Renováveis luta pela
diminuição do consumo de energia e pelo uso de fontes renováveis de qualidade,
como o sol, os ventos, a biomassa, o movimento natural das águas do mar. E luta
para que a produção seja descentralizada, o mais perto possível dos que
precisam dela. Com isso, perde-se menos energia e as famílias e comunidades se
tornam produtores cuidadosos da sua energia. Na verdade, na medida que esta
proposta avançar, cairá o preço da energia centralizada e poluente, chegando ao
ponto de ela voltar a ser um bem comum, administrado por empresas públicas com
participação da sociedade.
Olhando para nosso segundo turno da eleição presidencial, algum
candidato está assumindo mudar a nossa política energética, avançando no uso
das fontes renováveis de qualidade? De forma genérica, e deixando no ar o
direito à dúvida se o prometido será colocado em prática, o candidato Aécio
fala em diversificação das fontes da matriz energética, dando mais importância
às fontes renováveis. Já a Dilma, pelo que continua declarando, dará
continuidade à política energética atual, atrasando o processo necessário de
mudança. Resta-nos torcer que o lema “governo novo, novas ideias” inclua o que
mais está avançando nos campos da técnica, da política, da economia e da
ecologia em todo o mundo, até mesmo nos Estados Unidos: a produção da maior
quantidade possível de energia solar descentralizada, a revolução dos telhados.
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