quinta-feira, 23 de outubro de 2014

100% DE ENERGIA RENOVÁVEL ATÉ 2050



Estive participando, junto com Brent, da Rios Internacional, da Oficina Construindo uma Rede de Soluções, promovida pela Rede de Ação Climática Internacional, conhecida pela sigla CAN. Estivemos representando a campanha ENERGIA PARA A VIDA e o objetivo da oficina foi a consolidação da campanha mundial “100% de Energia Renovável até 2050”.

Os representantes das muitas entidades presentes confirmaram sua convicção de que esta meta é possível de ser alcançada, e de que ela deve ser alcançada para evitar maiores desastres socioambientais em todo planeta. É para a produção de energia que se queima quantidades cada vez maiores de fontes fósseis, liberando o carbono contido nelas. Por outro lado, junto com mudanças nas funções naturais dos rios, com o desmatamento da floresta dos vales e com os conflitos com os povos indígenas e ribeirinhos, as grandes barragens para produzir hidreletricidade são fontes de emissão de grande quantidade de metano, um gás poderoso para o aquecimento. Da mesma forma, o uso dos átomos de urânio é fonte de contaminações do solo e subsolo, e os vazamentos e o lixo tóxico das usinas são ameaça permanente de contaminações sem controle.

Por isso, a campanha 100% de Energias Renováveis luta pela diminuição do consumo de energia e pelo uso de fontes renováveis de qualidade, como o sol, os ventos, a biomassa, o movimento natural das águas do mar. E luta para que a produção seja descentralizada, o mais perto possível dos que precisam dela. Com isso, perde-se menos energia e as famílias e comunidades se tornam produtores cuidadosos da sua energia. Na verdade, na medida que esta proposta avançar, cairá o preço da energia centralizada e poluente, chegando ao ponto de ela voltar a ser um bem comum, administrado por empresas públicas com participação da sociedade.

Olhando para nosso segundo turno da eleição presidencial, algum candidato está assumindo mudar a nossa política energética, avançando no uso das fontes renováveis de qualidade? De forma genérica, e deixando no ar o direito à dúvida se o prometido será colocado em prática, o candidato Aécio fala em diversificação das fontes da matriz energética, dando mais importância às fontes renováveis. Já a Dilma, pelo que continua declarando, dará continuidade à política energética atual, atrasando o processo necessário de mudança. Resta-nos torcer que o lema “governo novo, novas ideias” inclua o que mais está avançando nos campos da técnica, da política, da economia e da ecologia em todo o mundo, até mesmo nos Estados Unidos: a produção da maior quantidade possível de energia solar descentralizada, a revolução dos telhados.

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