Das apresentações sobre a política energética da Alemanha,
que dá prioridade às fontes mais limpas, e de modo especial ao sol, foi
importante a história popular contra a energia nuclear. Foi difícil e cheia de
violência, mas foi dela que nasceram duas decisões políticas: a de abandonar a
produção de energia nuclear, e a de promover, no lugar dela, a energia solar e
eólica. É muito importante ter presente que a Alemanha se tornou o país que
mais produz energia solar porque o povo exigiu isso de seus governantes. E
agora têm metas para ir fechando todas as usinas nucleares e para ir aumentando
a energia produzida com fontes mais limpas.
Já na Índia, África do Sul e Brasil ainda não há uma decisão
política firme de usar o sol e os ventos com fontes de energia. A maioria das
iniciativas que vão nesta direção dependem de recursos de apoio levantados por
entidades que trabalham especialmente junto e em favor das comunidades
empobrecidas. Ela aparece, por isso, como se fosse energia pobre para os
pobres, e não como uma fonte incalculável e natural de energia.
Outra coisa que chamou atenção foi a situação de
empobrecimento da maioria dos africanos do sul, dos indianos e dos brasileiros.
Interessante é que os três países tiveram boa oportunidade para mudar a
política que sempre favoreceu a poucos, primeiro os colonizadores, depois os
ricos dos países independentes: a Índia a teve em seu processo de independência
da colonização inglesa, no final dos anos 40 do século passado; a África do Sul
a teve com o fim do regime fascista do apparteid, nos anos 90, e o Brasil a
teve com a eleição do Lula, já que o PT chegou ao poder para mudar
profundamente a realidade da vida dos empobrecidos. Em todos eles, porém, a
oportunidade foi perdida, e lá, como aqui, os governos preferiram fazer
alianças com os ricos em favor da promoção do crescimento econômico. E o
resultado é que, mesmo havendo algumas pequenas melhoras na vida dos empobrecidos,
os ricos ficaram mais ricos e poderosos.
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