terça-feira, 15 de outubro de 2013

A ENERGIA SOLAR NO MUNDO E NO BRASIL

Participei na semana passada, na África do Sul, da Conferência sobre Energia Solar promovida pela Misereor, uma entidade de solidariedade internacional da Igreja Católica da Alemanha. Estiveram nela representantes de entidades da Índia, da África do Sul, do Brasil e da Alemanha. Vale a pena apresentar alguns destaques.

Das apresentações sobre a política energética da Alemanha, que dá prioridade às fontes mais limpas, e de modo especial ao sol, foi importante a história popular contra a energia nuclear. Foi difícil e cheia de violência, mas foi dela que nasceram duas decisões políticas: a de abandonar a produção de energia nuclear, e a de promover, no lugar dela, a energia solar e eólica. É muito importante ter presente que a Alemanha se tornou o país que mais produz energia solar porque o povo exigiu isso de seus governantes. E agora têm metas para ir fechando todas as usinas nucleares e para ir aumentando a energia produzida com fontes mais limpas.

Já na Índia, África do Sul e Brasil ainda não há uma decisão política firme de usar o sol e os ventos com fontes de energia. A maioria das iniciativas que vão nesta direção dependem de recursos de apoio levantados por entidades que trabalham especialmente junto e em favor das comunidades empobrecidas. Ela aparece, por isso, como se fosse energia pobre para os pobres, e não como uma fonte incalculável e natural de energia.

Outra coisa que chamou atenção foi a situação de empobrecimento da maioria dos africanos do sul, dos indianos e dos brasileiros. Interessante é que os três países tiveram boa oportunidade para mudar a política que sempre favoreceu a poucos, primeiro os colonizadores, depois os ricos dos países independentes: a Índia a teve em seu processo de independência da colonização inglesa, no final dos anos 40 do século passado; a África do Sul a teve com o fim do regime fascista do apparteid, nos anos 90, e o Brasil a teve com a eleição do Lula, já que o PT chegou ao poder para mudar profundamente a realidade da vida dos empobrecidos. Em todos eles, porém, a oportunidade foi perdida, e lá, como aqui, os governos preferiram fazer alianças com os ricos em favor da promoção do crescimento econômico. E o resultado é que, mesmo havendo algumas pequenas melhoras na vida dos empobrecidos, os ricos ficaram mais ricos e poderosos.
       




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