Uma vez mais, esta notícia é um desafio para todos nós, e especialmente para os responsáveis pela política energética nacional: por que o Brasil insiste em não reconhecer a riqueza de sol em todas as regiões, e não o assume como fonte gratuita de energia térmica e elétrica?
Em nosso caso, o governo poderia instalar de graça painéis nas casas das famílias de baixa renda, e oferecer financiamento com baixas taxas de juro para todas as famílias, prédios, escolas, hospitais, empresas etc., usando os fios existentes para que cada unidade se torne miniusina de energia solar... Quanta economia de energia seria possível com a generalização do uso de aquecedores solaras, e quanta energia elétrica solar poderia ser produzida de forma descentralizada, sem grandes obras, sem novos gastos com novas linhas de transmissão? E se esta política de incentivo à energia solar fosse reforçada com instalação de unidades descentralizadas de energia eólica, utilizando os ventos com cataventos médios, que podem ser instalados no alto dos prédios e em terrenos das comunidades sem que a vida seja importunada com os ruídos das altas torres, quanto mais de energia elétrica seria possível produzir? E se em todas as pequenas propriedades e comunidades fossem construídas unidades de produção de biogás, dando utilidade aos dejetos dos animais, quanta economia de energia ou quanto mais de energia elétrica seria possível produzir?
É evidente que, se o Brasil decidisse implementar um programa prioritário de energia com estas mais limpas, ou não mais seriam necessárias novas usinas hidrelétricas, especialmente na Amazônia, ou elas é que passariam a ser complementares. Só que, para isso, é preciso que a cidadania exija que o governo se liberte da dependência colonial que mantém com as grandes construtoras e as grandes empresas de venda de energia, e passe a governar realmente com seu povo, gerando energia de forma descentralizada, usando fontes que agridam o mínimo possível o ambiente que possibilita e favorece a vida, com iniciativas que contem com participação real das comunidades em todas as fases do processo de mudança.
Energia não pode continuar sendo considerada e tratada como mercadoria, como fonte de lucros e de poder. Para alcançamos esta libertação, será preciso que esta causa faça parte das grandes mobilizações que se propõem "mudar o Brasil".
Peru vai fornecer energia solar gratuita para mais de 2 milhões de pessoas de baixa renda
O
Peru anunciou que vai fornecer gratuitamente painéis que captam a luz
solar nos telhados de mais de 2 milhões de cidadãos que moram em áreas
de extrema pobreza. O Programa Nacional de Eletricidade Fotovoltaica
para Domicílios também inclui a instalação dos painéis nos telhados.
O
ministro de Energia e Mineração, Jorge Merino, disse que a primeira
parte do plano vai atender 500 mil famílias que não têm acesso básico
para a rede elétrica, segundo o Latin America Herald Tribune.
O
projeto foi iniciado pela primeira vez em Contumazá, uma província na
região nordeste de Cajamarca, onde 1.601 painéis solares foram
instalados. A previsão é que até 2016, quando o projeto estiver
concluído, 95% da população do Peru tenha acesso à energia elétrica.
Merino disse que será aberta ainda este ano a licitação para o contrato
da empresa que vai fornecer os painéis.
—
Este programa é destinado às pessoas mais pobres, aqueles que não têm
acesso à iluminação elétrica e ainda usam lâmpadas de óleo, gastando
seus próprios recursos para pagar combustíveis que prejudicam a sua
saúde — afirmou o ministro peruano.
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