Retorno ao México nos próximos dias para um novo seminário sobre Mudanças Climáticas. Na primeira oportunidade, em agosto, participei do Seminário Nacional organizado pelo setor de pastorais sociais da conferência episcopal mexicana. Havia mais de 250 pessoas presentes, e todo o conteúdo foi disponibilizado em âmbito nacional via internet. Agora, o diálogo acontecerá com a própria conferência, em sua reunião anual.
A situação em que se encontra a Terra exige ações de todas as pessoas e de todas as instituições. Não creio ser necessário citar eventos climáticos que se tornaram extremos e que, por isso, desalojam milhares de pessoas em todos os continentes. As notícias diárias dão conta do aumento tanto do número quanto da intensidade desses fenômenos. Agora mesmo, por exemplo, a Amazônia sofre com mais uma terrível seca e a América Central e o Caribe estão sendo atingidos pelo furacão "Tomás" - e com isso, o alfabeto, que determina o início dos nomes dados a eles, está chegando ao fim!
Algumas pessoas ainda insistem que esses eventos são naturais. Quando se diz que são eventos extremos, afirma-se que são fenômenos naturais agravados por algum novo causante. O IPCC, com a responsabilidade de ser um Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas contituído por 2.800 cientistas de todo o Planeta, afirmou em seu 4º Relatório que isso se deve a causante antrópico. Isto é, são ações humanas que causaram e continuam causando o desequilíbrio da Terra, que se manifesta nesses eventos climáticos extremos.
Basta lembar, por agora, o tanto que as emissões de gases de efeito estufa aumentaram nas últimas décadas, junto com a diminuição das florestas e das algas marinhas, seres capazes de absorever parte desses gases e liberar oxigênio. Avança o consenso de que esta tem sido e continua sendo a principal causa do aquecimento da Terra, e dos demais fenômenos climáticos extremos que têm sua origem no aquecimento global.
No final deste mês e no início de dezembro acontecerá, em Cancun, México, a 16ª COP da ONU, que tem o objetivo de avançar na definição de compromissos de todos os povos em favor de mudanças estruturais que diminuam o que causa desequilíbrio à Terra, evitando um aquecimento que torne impossível o ser humano continuar vivendo neste Planeta.
Espero que esta viagem contibua na geração de consciência em relação à nossa responsabilidade comum. Em breve, nos comunicaremos sobre a riqueza dos debates em que participarei, e sempre com o desejo de que todos nos comprometamos a agir em favor da recuperação do ambiente geral da vida no pequeno planeta Terra.
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