No primeiro de uma séria de artigos, Mauricio Torres e Sue Branford, apresentam os cada vez mais graves conflitos entre as populações tradicionais e ribeirinhas da Bacia do Tapajós e o modelo de ocupação do agronegócio, que envolve megaprojetos de infraestrutura apoiados pelos governos federal e estaduais.
Neste momento, o escoamento da produção da soja desde o Mato Grosso é limitado por poucas e caras opções logísticas: pelos portos de Santos e Paranaguá no Sudeste ou pela Rodovia Interoceânica, passando pelo Acre e Peru. A BR 163, que liga Cuiabá a Santarém, ainda tem um trecho de 110 km sem asfalto na floresta e é considerada um dos vetores do desmatamento da Amazônia.
Existem ainda dois megaprojetos no mesmo eixo: a Ferrogrão, projeto concedido por Brasília no ano passado e, a princípio, bancado pelas maiores traders de soja (ADM, Amaggi, Bunge, Cargill, Louis Dreyfus) e a hidrovia Telles Pires-Tapajós. Esta última, principal objeto deste primeiro artigo, é o maior foco dos conflitos por conta o impacto sobre as populações locais, tanto durante a construção como pela alteração no regime dos rios.
Outro artigo da BBC relata alguns dos impactos que a construção de Belo Monte causou na população ribeirinha e que, tanto o governo quanto as empresas ignoraram a extensão do dano. O artigo também aborda os projetos das barragens no Tapajós e o impacto sobre a nação Munduruku e sobre a biodiversidade no médio Tapajós.
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