sexta-feira, 15 de abril de 2016

EIS O PROGRAMA DO GOLPE

LIDERANÇA DO MTST, BOULOS JOGA PRO CENTRO DA MESA, EM POUCAS E CLARAS PALAVRAS, O PACOTE DO GOLPE. VALE A PENA LER E, DE PREFERÊNCIA, TENTAR EVITAR, OU, PELO MENOS, PREVENIR-SE. HAJA TRAIÇÃO! 

Boulos: eis o programa do Golpe
O PRETENDENTE E O PATRÃO: Em 27/8/15, Temer fala em jantar
O PRETENDENTE E O PATRÃO: Em 27/8/15, Temer fala em jantar de gala na sede da Fiesp, observado por Paulo Skaf. Também participaram Luís Carlos Trabuco (Bradesco), o usineiro Rubens Ometo (Cosan), Benjamin Steinbruch (CSN) e Flávio Rocha (Riachuelo)
Nos quatro eixos de eventual governo Temer, o projeto da elite brasileira: contra-reforma trabalhista, ataque a programas sociais, privatização disfarçada da Petrobras e abafamento dos escândalos de corrupção
Por Guilherme Boulos
Ao que parece, a votação do próximo domingo será decidida – como num jogo do Corinthians – nos últimos instantes, lance a lance.
Sabendo disso, Temer entrou em campo, como cabo eleitoral de si mesmo, no processo que visa a cassar sua companheira de chapa. A seu favor, tem Eduardo Cunha e suas manobras.
A voz das ruas já não é uníssona. O mesmo percentual que defende a derrubada de Dilma também é contra a permanência de Temer. E as manifestações para barrar o impeachment têm crescido expressivamente nas últimas semanas. A esplanada dos Ministérios estará dividida no domingo.
Aliás, tratando-se de popularidade, a última pesquisa Datafolha mostrou que Temer teria entre 1% e 2% das intenções de voto. Querem impor pelo Parlamento um presidente biônico ao país. Tem cheiro de golpe, tem cara de golpe, enfim, é golpe.
É golpe por não haver comprovação de crime de responsabilidade, condição constitucional do impeachment. É golpe também pela condução ilegítima e imoral de Eduardo Cunha, que em qualquer outro lugar estaria preso –e não definindo os destinos políticos do país.
Mas, para além dos meandros legais, é importante que o Brasil saiba qual o pacote que virá após domingo caso prospere o impeachment. O pacote do golpe, ou Agenda Temer, vem sendo anunciado aqui e ali, em jantares indiscretos, entrevistas e em discursos vazados numa forma rasteira de se fazer política.
Vamos a ele:
1. O vice. Pouco se fala, mas caso Michel Temer se torne presidente com o impeachment, o vice-presidente da República será Eduardo Cunha, nome seguinte da linha sucessória por ser presidente da Câmara. Um escárnio.
2. Direitos dos trabalhadores. O entorno de Temer propõe abertamente uma Reforma Trabalhista para diminuir o “custo Brasil”, isto é os direitos dos trabalhadores. Defendem também a desindexação do salário mínimo e a Reforma da Previdência (esta, vale dizer, encampada também por Dilma). Um ataque sem precedentes. Daí talvez o entusiasmo da Fiesp e de seus patos a favor do impeachment.
3. Programas sociais. Wellington Moreira Franco, braço direito de Temer, deu o tom da política em relação aos programas sociais: corte drástico de subsídios e revisão dos repasses do FGTS. Em tradução literal, isso significa destroçar a rede de programas sociais do Estado brasileiro. Sem subsídios e FGTS, não há Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida ou Prouni. É evidente que uma tal devassa não seria feita de uma só vez, mas sob a forma de “auditorias” e “contingenciamentos”. Ao fim e ao cabo, só muda a dose, o efeito é o mesmo.
4. Petrobrás. O presidente do Credit Suisse no Brasil esclareceu em entrevista recente as razões que levam o mercado a apoiar Temer contra Dilma. Junto a várias das medidas citadas acima, menciona a privatização da Petrobrás, ou “capitalização” segundo o eufemismo utilizado.
5. Acordão. Para ninguém no empresariado e no Parlamento brasileiro interessa a permanência da instabilidade institucional representada pela Lava Jato. Por isso, embora isso esteja entre aquilo que não possa ser dito, os rumores em Brasília revelam a expectativa de um governo Temer com condições políticas para abafar as investigações. A tal “salvação nacional” seria na verdade salvar Cunha, Renan, Jucá e companhia.
Este é o pacote do golpe. São os “sacrifícios” de que Temer falou em seu discurso antecipado de posse. Vale recordar aqui que a última vez que um político sentou na cadeira antes da hora – Fernando Henrique, na disputa com Jânio – foi desautorizado logo em seguida.
Mas, mesmo que venha a sentar, com este pacote dificilmente dura muito tempo.

Um comentário:

  1. COMBATER OS PAROLIZADORES DE CONTRIBUINTES

    Apontar 'isto ou aquilo' é insuficiente... há que combater os parolizadores de contribuintes... isto é, ou seja, vontade de combater 'golpeadores'... não é apontar 'milagreiros'... mas sim reivindicar/criar:
    - MAIS CAPACIDADE NEGOCIAL PARA OS CONTRIBUINTES/CONSUMIDORES!
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    Ao não reivindicarem mais capacidade negocial... os contribuintes/consumidores estão otariamente a colocar-se a jeito dos lobbys que pretendem aplicar 'Golpes Palacianos'...
    De facto, o contribuinte não pode ir atrás da conversa dos parolizadores de contribuintes - estes, ao mesmo tempo que se armam em arautos/milagreiros em economia (etc) - por outro lado, procuram retirar capacidade negocial ao contribuinte!!!
    .
    Mais, quando um cidadão quando está a votar num político (num partido) não concorda necessariamente com tudo o que esse político diz!
    Leia-se, um político não se pode limitar a apresentar propostas (promessas) eleitorais... tem também de referir que possui a capacidade de apresentar as suas mais variadas ideias de governação em condições aonde o contribuinte/consumidor esteja dotado de um elevado poder negocial!!!
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    Caso 1:
    O CONTRIBUINTE TEM QUE SE DAR AO TRABALHO!!!
    -» Leia-se: o contribuinte tem de ajudar no combate aos lobbys que se consideram os donos da democracia!
    ---»»» Democracia Semi-Directa «««---
    -» Isto é, votar em políticos não é (não pode ser) passar um cheque em branco isto é, ou seja, os políticos e os lobbys pró-despesa/endividamento poderão discutir à vontade a utilização de dinheiros públicos... só que depois... a ‘coisa’ terá que passar pelo crivo de quem paga (vulgo contribuinte).
    -» Leia-se: deve existir o DIREITO AO VETO de quem paga!!!
    [ver blog « http://fimcidadaniainfantil.blogspot.pt/ »]
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    Caso 2:
    CONCORRÊNCIA A SÉRIO!!!
    Não há necessidade do Estado possuir negócios do tipo cafés (etc), porque é fácil a um privado quebrar uma cartelização... agora, em produtos de primeira necessidade (sectores estratégicos) - que implicam um investimento inicial de muitos milhões - só a concorrência de empresas públicas é que permitirá COMBATER EFICAZMENTE A CARTELIZAÇÃO privada.
    [ver blog « http://concorrenciaaserio.blogspot.pt/ »]

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