VEJAM COMO TODAS E TODOS SOMOS E PODEMOS SER MAIS COMUNICADORES POPULARES.
Entrevista com Martinho Macuxi Filho, como os indígenas Macuxi preservam a água
Essa maravilhosa entrevista foi feita pela nossa participante
do Processo de Formação Multiplicadora e Continuada, a comunicadora
popular Neide Ribeiro dos Santos.
Martinho Macuxi de Souza Filho,17 anos é estudante do curso Técnico em Agropecuária do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Roraima/Campus Amajari. Ele também é Presidente do Grêmio Estudantil EDSON LUIZ. Martinho pertence a Etnia Macuxi da comunidade Indígena Maturuca localizada na fronteira do Brasil com a Venezuela e a Guiana, no município de Uiramutã, a nordeste de Roraima, sendo o município mais setentrional (ao norte) do Brasil. O lugar possui belezas naturais exuberantes e quase intactas. O jovem Macuxi é neto de Jacir José de Souza, a liderança indígena de maior prestígio na luta em favor da Terra Indígena Raposa Serra do Sol, sua maior fonte de inspiração. Nesta entrevista, o jovem relatou como é a sua relação e a de seu povo com a natureza, em especial com a água.
NEIDE: Qual a água da sua infância?
A água de minha infância são as águas de Uiramutã em especial a do Igarapé Irimi localizado na minha comunidade indígena Maturuca.
NEIDE: Quais lembranças você tem desse igarapé?
Como o igarapé ficava perto da minha casa, o mesmo se tornou uma fonte de diversão para mim, meus primos e amigos. Lembro do dia em que estava completando 10 anos de idade. Aquele igarapé virou praticamente uma piscina cheia de crianças alegres comemorando o dom da minha vida.
NEIDE: Como você e sua comunidade se relaciona com a Natureza?
A minha comunidade respeita acima de tudo a natureza, faz uso racional dela. Quando um pai de família vai fazer a sua plantação (Roça), a primeira coisa que se faz é consultar o líder da comunidade para ter a liberação. Assim como as demais atividades que envolvam a natureza que os membros da comunidade irão realizar. Sempre respeitando os rios, igarapés, bem como os animais.
NEIDE: Há alguma interferência nesse igarapé que você notou com o decorrer dos anos?
Não. Sempre foi nos ensinado a preservação do nosso bem comum que é a natureza, por isso hoje o igarapé é super protegido.
NEIDE: Em meio à crise ambiental que o mundo vivencia e sendo a água um bem comum de todos. Para você qual a importância de preservar a Água?
A água é fonte de vida. Então é de suma importância a preservação da mesma, é dela que vem todo sustento da natureza, é dela que todos os seres vivos se mantem. Hoje estamos presenciando em toda parte do mundo uma crise ambiental muito forte. Vemos muitas poluições em rios, lagos e igarapés e ainda assim a sociedade em geral não tem essa consciência de estar preservando estas fontes.
Presenciamos isso nas grandes cidades, onde a poluição é muito forte. Nas áreas indígenas há questão da mineração ilegal e isso afeta toda a parte do ecossistema, trazendo prejuízo para o mundo. Então, é de suma importância a discussão relacionada ao tema, pois é a água que sacia a nossa sede, auxilia para saciar a fome. Sem ela não há como se produzir nem manter os animais e as florestas.
NEIDE: O que tua comunidade tem feito que possa inspirar outros locais em relação a vivência ecólogica, como a agroecologia?
A minha comunidade tem uma educação diferenciada, trabalhamos de modo sustentável. Não usamos agrotóxicos, respeitamos os ciclos da natureza, respeitamos os rios os igarapés e lagos. Desde quando nascemos na comunidade somos ensinados a ter um olhar diferente sobre a natureza. Sabemos qual árvore pode ser cortada e qual árvore não pode, qual rio pode ser usado para pescar e qual não pode, a comunidade trabalha de modo sustentável. Plantamos não para ficar rico, mas apenas para sobrevivência e de modo sustentável.
NEIDE: Por fim quando você se formar técnico agropecuário de que forma você poderá ajudar tua comunidade?
Irei levar mais conhecimento para a comunidade, trabalhando mais com produção de forma agroecológica, introduzindo formas mais adequadas para as plantações. Irei formar grupos de jovens para trabalhar na área em que irei me formar. E irei, de forma voluntária, dar aula para a comunidade. Sempre ressaltando a importância da preservação de nossos rios e igarapés.
https://fmclimaticas.org.br/entrevista-com-martinho-macuxi-filho-como-os-indigenas-macuxi-preservam-a-agua/
Martinho Macuxi de Souza Filho,17 anos é estudante do curso Técnico em Agropecuária do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Roraima/Campus Amajari. Ele também é Presidente do Grêmio Estudantil EDSON LUIZ. Martinho pertence a Etnia Macuxi da comunidade Indígena Maturuca localizada na fronteira do Brasil com a Venezuela e a Guiana, no município de Uiramutã, a nordeste de Roraima, sendo o município mais setentrional (ao norte) do Brasil. O lugar possui belezas naturais exuberantes e quase intactas. O jovem Macuxi é neto de Jacir José de Souza, a liderança indígena de maior prestígio na luta em favor da Terra Indígena Raposa Serra do Sol, sua maior fonte de inspiração. Nesta entrevista, o jovem relatou como é a sua relação e a de seu povo com a natureza, em especial com a água.
NEIDE: Qual a água da sua infância?
A água de minha infância são as águas de Uiramutã em especial a do Igarapé Irimi localizado na minha comunidade indígena Maturuca.
NEIDE: Quais lembranças você tem desse igarapé?
Como o igarapé ficava perto da minha casa, o mesmo se tornou uma fonte de diversão para mim, meus primos e amigos. Lembro do dia em que estava completando 10 anos de idade. Aquele igarapé virou praticamente uma piscina cheia de crianças alegres comemorando o dom da minha vida.
NEIDE: Como você e sua comunidade se relaciona com a Natureza?
A minha comunidade respeita acima de tudo a natureza, faz uso racional dela. Quando um pai de família vai fazer a sua plantação (Roça), a primeira coisa que se faz é consultar o líder da comunidade para ter a liberação. Assim como as demais atividades que envolvam a natureza que os membros da comunidade irão realizar. Sempre respeitando os rios, igarapés, bem como os animais.
NEIDE: Há alguma interferência nesse igarapé que você notou com o decorrer dos anos?
Não. Sempre foi nos ensinado a preservação do nosso bem comum que é a natureza, por isso hoje o igarapé é super protegido.
NEIDE: Em meio à crise ambiental que o mundo vivencia e sendo a água um bem comum de todos. Para você qual a importância de preservar a Água?
A água é fonte de vida. Então é de suma importância a preservação da mesma, é dela que vem todo sustento da natureza, é dela que todos os seres vivos se mantem. Hoje estamos presenciando em toda parte do mundo uma crise ambiental muito forte. Vemos muitas poluições em rios, lagos e igarapés e ainda assim a sociedade em geral não tem essa consciência de estar preservando estas fontes.
Presenciamos isso nas grandes cidades, onde a poluição é muito forte. Nas áreas indígenas há questão da mineração ilegal e isso afeta toda a parte do ecossistema, trazendo prejuízo para o mundo. Então, é de suma importância a discussão relacionada ao tema, pois é a água que sacia a nossa sede, auxilia para saciar a fome. Sem ela não há como se produzir nem manter os animais e as florestas.
NEIDE: O que tua comunidade tem feito que possa inspirar outros locais em relação a vivência ecólogica, como a agroecologia?
A minha comunidade tem uma educação diferenciada, trabalhamos de modo sustentável. Não usamos agrotóxicos, respeitamos os ciclos da natureza, respeitamos os rios os igarapés e lagos. Desde quando nascemos na comunidade somos ensinados a ter um olhar diferente sobre a natureza. Sabemos qual árvore pode ser cortada e qual árvore não pode, qual rio pode ser usado para pescar e qual não pode, a comunidade trabalha de modo sustentável. Plantamos não para ficar rico, mas apenas para sobrevivência e de modo sustentável.
NEIDE: Por fim quando você se formar técnico agropecuário de que forma você poderá ajudar tua comunidade?
Irei levar mais conhecimento para a comunidade, trabalhando mais com produção de forma agroecológica, introduzindo formas mais adequadas para as plantações. Irei formar grupos de jovens para trabalhar na área em que irei me formar. E irei, de forma voluntária, dar aula para a comunidade. Sempre ressaltando a importância da preservação de nossos rios e igarapés.
https://fmclimaticas.org.br/entrevista-com-martinho-macuxi-filho-como-os-indigenas-macuxi-preservam-a-agua/
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