Midas, rei da Frígida,
quis que o mundo fosse de ouro graças à magia de sua mão.
Ele precisava
transformar em ouro tudo o que tocasse, e pediu ao deus Dionísio que lhe
concedesse esse poder. E Dionísio, que acreditava no vinho e não no ouro,
concedeu.
Então Midas arrancou
um galho de fresno e o galho se transformou numa vara de ouro.
Tocou um tijolo e
virou lingote. Lavou suas mãos e uma chuva de ouro brotou da fonte.
E quando sentou-se
para comer, o manjar arrebentou seus dentes e nenhuma bebida conseguiu passar
pela sua garganta.
E abraçou sua filha e
era estátua de ouro.
Midas ia morrer de
fome, sede e solidão.
(Eduardo Galeano, 2008)
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