ESTIVE EM LIMA, PARTICIPANDO DA CÚPULA DOS POVOS DE FORMA DIRETA E DIALOGANDO COM DELEGADOS BRASILEIROS E DE OUTROS PAÍSES NA CONFERÊNCIA DO CLIMA DA ONU. O QUE SEGUE É MINHA AVALIAÇÃO E, AO MESMO TEMPO, O COMPROMISSO ASSUMIDO JUNTO COM MILHARES DE PESSOAS, MOVIMENTOS E ENTIDADES NA CÚPULA DOS POVOS.
SINTAM-SE CONVIDADOS A SE ENGAJAREM NAS MOBILIZAÇÕES DE 2015, O CAMINHO QUE NOS RESTA DIANTE DAS NEGATIVAS E FRACASSOS SUCESSIVOS DAS COPs DA ONU.
CAMINHAMOS PARA UM ACORDO MUNDIAL SOBRE O CLIMA EM 2015?
Foi realizada, nas últimas duas semanas, em Lima, a vigésima
Conferência da ONU sobre o Clima, conhecida como COP. Vinte conferências e
poucos avanços. É claro que os coordenadores se esforçam para mostrar que houve
avanços importantes, mas o exame do que foi definido deixa claro que estamos
longe dos acordos mundiais necessários para enfrentar o que está causando e agravando
as mudanças climáticas. Na verdade, a decisão foi de que cada país decidirá o
que fará para enfrentar essas causas, na ilusão de que a soma dessas decisões
ou planos terá como resultado grandes mudanças. Como se sabe que as causas são
mundiais, e que há empresas e países mais responsáveis do que outros, é difícil
esperar que a COP de Paris, em 2015, defina as mudanças que a Terra está
exigindo dos que têm maior responsabilidade e toda a humanidade.
Entre os dias 8 e 11 de dezembro também foi realizada a
Cúpula dos Povos, na mesma cidade de Lima, com a participação de movimentos
populares, com destaque dos indígenas, e entidades da sociedade civil
comprometidas em iniciativas e lutas para enfrentar as verdadeiras causas das
mudanças climáticas. Para os milhares de pessoas de mais esta Cúpula está cada
dia mais claro de que é preciso Mudar o Sistema, e não o Clima. Isso significa
que se os países dominantes e as elites econômicas de todos os países, bem como
os governos que protegem seus interesses, teimarem em manter o consumismo que o
sistema capitalista promove e exige, a Terra aumentará cada dia mais a
temperatura e isso provocará o agravamento das mudanças climáticas. É preciso
deixar de usar combustíveis fósseis, como o carvão, o petróleo e o gás, substituindo-os
por outras fontes de energia.
Mas é preciso também que os que consomem muito
mudem seu modo de vida, para não aumentar o estresse da Terra e para que todos
os seres vivos tenham o necessário para uma vida digna.
Em outras palavras,
amigos e amigas, será preciso colocar em prática o que a Cúpula dos Povos
decidiu: realizar grandes mobilizações sociais em 2015, e mesmo depois, para
exigir dos governos de todos os países se libertem das pressões das grades
empresas capitalistas, para que decidam com os seus povos, por meio de
consultas verdadeiramente democráticas, o que a humanidade deve fazer, e com
urgência, para que a nossa e as futuras gerações possam viver com dignidade,
com formas de vida simples, com relações de cooperação entre as pessoas,
comunidades, povos, e com relações harmoniosas com a Mãe Terra. E para isso
devem contribuir todas as religiões, todas as igrejas, com seus valores éticos
e espirituais, bem como todas as organizações sociais formadas por pessoas que
têm sentimento de humanidade.
Ivo
Poletto
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