A população do Brasil já passou dos 200 milhões. Segundo o
Censo do IBGE de 2010, existem quase 50 milhões de casas e pouco mais de 6
milhões são apartamentos. Além dos telhados casas, há os telhados das grandes
construções, como hospitais, universidades, escolas, prédios públicos,
empresas, igrejas, clubes...
Pois bem, o que se está chamando Revolução dos Telhados é a
decisão política de promover a produção de energia solar e eólica nos telhados.
Em vez de continuar promovendo grandes empresas para produzirem energia em
grandes usinas, passa-se a produzir energia na casa ou prédio de quem precisa
dela. Como?
Instalando nos telhados painéis com células fotovoltaicas, que
transformam os raios de sol em energia elétrica. Como é produzida em corrente
contínua, usa-se um conversor para que a energia se torne alternada e possa ser
conectada à rede de distribuição já existente. Com isso, cada família, escola,
hospital, prédio público, igreja, empresa etc. passa a ser produtor de energia,
e não apenas consumidor. E pode produzir menos ou mais do que usa, pagando pelo
que falta ou tendo um crédito com o que sobra, o excedente.
Primeiro ponto da revolução: pessoas e comunidades que
produzem energia se tornam mais autônomas. Com isso, a energia vai deixando de
ser simples mercadoria, passando a ser um bem de todos, como deveria ser toda a
energia. E na medida que aumenta esse tipo de produção, já não se precisa
construir grandes unidades centralizadas de energia, estragando rios, queimando
fontes fósseis, armando ameaças com energia nuclear.
Por outro lado, como toda esta nova produção pode estar
ligada à rede pública, durante o dia as hidrelétricas existentes poderão
diminuir seu ritmo, gastando menos água, enchendo os lagos, conservando energia
para quando for necessária, no período da noite, por exemplo.
Para que cada tipo de energia – solar, eólica, de biomassa –
se some ao que já se produz, basta instalar uma rede inteligente, que
interligue e acione as fontes conforme a necessidade. Com isso, basta ter
presente o quanto de energia se pode produzir com sol e ventos para concluir
que não serão mais necessárias usinas termelétricas e nucleares, que contaminam
muito e geram ameaças, e nem novas grandes ou pequenas hidrelétricas.
Para que a produção descentralizada de energia se firme, é
necessário que os recursos públicos sejam aplicados com prioridade em favor
dela, seja diminuindo impostos sobre os componentes necessários, seja criando
fundos de incentivo. Sem isso, os preços continuarão altos e nós deixaremos de
relacionar-nos de forma inteligente com a energia que o sol e os ventos nos
oferecem gratuitamente.
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